Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação 


Enquanto nossos iludidos consumidores se contentam com a quarta geração do Golf, projeto alemão de 1997, fabricado no país desde 1999 e que ganhou um tapa no visual em 2007, os europeus estão conhecendo hoje a sétima geração do hatch médio criado no velho continente em 1974. 

O Golf Sétimo é construído sobre a nova plataforma modular MQB, que já é usada no Audi A3 e no Seat Leon e é mais leve. O anterior, que lançou o atual conceito estético da Volkswagen, tinha aproveitado o chassi da quinta geração. 



A redução de peso, que deve ficar na casa dos 1.153 kg, deixou o carro mais econômico. A versão 1.6 Bluemotion, por exemplo, promete um consumo médio de 31,3 km/litro, dentro do padrão brasileiro. Entre os outros motores, estão reservados um 1.4 Turbo a gasolina de 140 cavalos, um 2.0 turbodiesel de 150 cv e um 2.0 turbo a gasolina de 225 cv para o tradicionalíssimo GTI. 

O novo Golf também está maior em todas as direções: 4,25 m de comprimento, 1,79 m de largura, 1,45 m de altura e distância entre-eixos de 2,63 m, o que o deixa mais espaçoso. A capacidade do porta-malas também aumentou de 350 para 380 litros.


Apesar do projeto inteiramente novo, as linhas não mudaram radicalmente. O perfil continua aquele reto, com colunas traseiras largas. O que dá a sensação de evolução é a dianteira com o capô caindo arredondado em direção à grade, que ficou mais fina. Os faróis ficaram um pouco mais estreitos e pontudos do que o antes. A traseira ganhou novas lanternas - mais finas e com iluminação em LED - e um vinco entre elas. 


O interior ficou mais luxuoso e com linhas sóbrias no painel. Os instrumentos são em baixo relevo e o volante ganhou um novo desenho, que deve inspirar os futuros Volkswagens pelo mundo. A lista de equipamentos não terá muita inovação, pois os itens já estão presentes em outros modelos como freio de mão elétrico, ar condicionado de duas zonas, sistema de ignição do motor através de botão e uma generosa tela colorida que deve concentrar as informações do sistema de entretenimento e de navegação. O Golf VII será apresentado ao público europeu a partir do dia 29 deste mês, no Salão de Paris. 


A Volkswagen do Brasil está prometendo, enfim, trazer o novo Golf para cá, pois o atual já vai ficar três gerações atrás deste novo. Mesmo que venha importado do México. Ela pretendia produzi-lo aqui, mas o Sindicato dos Metalúrgicos do estado do Paraná, onde fica a fábrica de São José dos Pinhais, não quer dividir a produção com os mexicanos. 

Além do rebaixamento do nosso status junto aos planos internacionais das montadoras estrangeiras, vamos ficar também a mercê de sindicatos? Ou será desculpa para fazer do Golf uma mulher personagem do Nelson Rodrigues, que adora apanhar, levar tapas no visual?