Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação
Apesar de ainda atraente, a Chevrolet Montana já estava precisando de uma renovação. Afinal, foi lançada em 2003 e o modelo que lhe deu origem, o Corsa, agoniza convivendo com o seu provável substituto, o moderno e argentino Agile.
Assim, a picape foi renovada e passa a seguir o estilo do novo compacto, tornando-se o segundo modelo do projeto Viva, que ainda terá um sedã. Diferentemente do hatch, a nova Montana é fabricada no Brasil, em São Caetano do Sul, SP.
Os faróis e a grade dianteira enorme e separada por um friso na cor do carro, com o logo dourado da Chevrolet, são os mesmos do Agile. A diferença está no para-choque, que tem recorte mais moderno. A região do habitáculo, com o vidro-vigia atrás da porta, ainda lembra a antecessora. Na lateral a nova Montana ficou mais encorpada com o relevo da parte posterior indo até ao meio da carroceria, incorporando o degrau para os pés, que foi copiado pela VW Saveiro e a Peugeot Hoggar. Mas a traseira... Que decepção! A caçamba ficou baixa e desengonçada, com um vinco desnecessário na tampa. Já as lanternas ficaram pequenas e curvadas. Resumindo: ficou feia.
O interior, naturalmente, também segue a aparência do Agile: linhas simples, detalhes cromados e muito plástico. O quadro de instrumentos tem iluminação azul. Os bancos estão mais aconchegantes e a posição do motorista mais alta, mas não houve evolução no espaço interno. Atrás deles só tem espaço para uma mochila e algumas tralhas, apesar do volume de 164 litros. Não se engane pela janelinha: a Montana não tem cabine estendida. Só serve para melhorar a visibilidade, que é até boa. A abertura do vidro traseiro foi invertida para melhorar a ergonomia.
Boa também é a capacidade de carga. Os 758 kg superam a Hoggar, de 742. Mas o volume, de 1.100 litros, ainda fica atrás da picape franco-fluminense, de 1.151 litros. Para quem prefere transportar cargas longas, o comprimento da caçamba é de 1,64m. Dá para levar uma moto com segurança. O comprimento total do veículo é de 4,51m. A largura é de 1,70m e a altura, 1,58m. Maior que a Montana do Corsa.
A nova Montana chega ao mercado apenas com o motor 1.4 Econo.Flex do Agile. Bom para o hatch, mas fraco para a picape, que perdeu o propulsor 1.8 Powertrain e merecia uma opção mais forte para andar de caçamba cheia. De oito válvulas, rende 102 cavalos de potência com álcool e 97 cv com gasolina. Vazia ela até anda bem: acelera de 0 a 100 km/h em 12 segundos e alcança os 170 km/h, segundo o fabricante, que também informa que a caminhonete percorre 13,6 km com um litro de gasolina e 9,7 km/l com álcool. Econômica.
O câmbio manual de cinco velocidades tem a primeira marcha mais curta e a quinta mais longa, e lubrificação permanente, o que extingue a necessidade de trocar o óleo da transmissão.
Na construção estrutural houve um retrocesso. A Montana Agile trocou o subchassi que apoiava a suspensão dianteira, recurso usado na sua antiga geração, pelo conjunto direto no monobloco da antiga Picape Corsa, de 1995 (o projeto vem do ano anterior com o hatch), que é o mesmo do atual sedã Classic, do Celta, Prisma e do Agile. Isso prejudicou a sua frenagem e o nível de ruído. A Chevrolet justifica que economizou para oferecer mais equipamentos de conforto.
Realmente há uma boa oferta de equipamentos, mas muito deles opcionais e alguns mal distribuídos. A Montana começa a ser vendida nas versões LS e Sport. A primeira é a mais simples, voltada para o trabalho e se diferencia pelas rodas de aço, os faróis sem máscara e coluna das portas na cor do carro.
A LS tem quatro configurações. A básica custa R$ 31.990 e só traz de série protetores de caçamba e de cárter, aquecedor com display digital, brake-light, alerta de faróis ligados, "follow me home", banco do motorista com regulagem de altura e preparação para som. A segunda sai por R$ 34.435 e adiciona direção hidráulica, computador de bordo, antena no teto, volante com regulagem em altura e barra de proteção no vidro traseiro. O terceiro pacote traz o ar condicionado com display digital mas controle manual e o banco do passageiro rebatível. Custa R$ 37.653. Para ter alarme, vidros e travas elétricos é preciso desembolsar R$ 39.933, o que corresponde ao valor com o pacote mais completo desta versão que ainda adiciona freios ABS e airbag duplo, itens que deveriam vir, pelo menos no primeiro pacote de opcionais. Pior foi colocar o vidro traseiro corrediço nesta última configuração.
A versão Sport custa R$ 44.040. Traz tudo o que a LS completa tem e ainda acrescenta, além do kit esportivo com rodas de liga-leve de 15 polegadas, barra de proteção no teto, frisos, maçanetas e retrovisores na cor do veículo, faróis e coluna das portas com máscara negra e lanternas fumê, itens como faróis de neblina, sensor de luminosidade, piloto automático, CD player com função MP3, bluetooth, entrada auxiliar USB e para iPod. Esta sim é mais interessante em equipamentos e sai mais em conta em relação às concorrentes, principalmente a Fiat Strada. Capota marítima, santantônio, rack de teto, rodas de alumínio aro 16, sensor de estacionamento e navegador com GPS integrado ao painel são acessórios.
As opções de cores são oito, incluindo a limitada Verde Jásper. A Montana foi renovada para enfrentar a modernidade das concorrentes Volkswagen Saveiro e Peugeot Hoggar, mas pisou na bola em alguns itens, como o estilo da traseira e a arquitetura da suspensão. Em compensação acertou na caçamba e na posição de dirigir. Para qual lado vai pesar a balança do consumidor?
Preço **
Motor ***
Desempenho ***
Consumo ****
Segurança **
Conforto **
Caçamba *****
Estilo ***
Acabamento ***
Assistência ****
Espaço interno **
Equipamentos de Série ***
CHEVROLET MONTANA 1.4 ECONO.FLEX
Motor: 4 cilindros, transversal, flex, 8v, 1.389 cm³, 102 cv (A) e 97 cv (G)
Aceleração de 0 a 100 km/h: 12 seg.
Velocidade Máxima: 170 km/h
Consumo médio: 13,6 km/l (gasolina) e 9,7 km/l (álcool)
Comprimento/largura/altura - 4,51/1,70/1,58 m
Caçamba: 1.100 litros
Preços: R$ 31.990 (LS) e R$ 44.040 (Sport)
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