Por Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação



Dois sedãs compactos bem populares do mercado brasileiro estão de cara nova e já se consideram em 2011. Primeiro foi o Chevrolet Classic, lançado há quatorze anos como Corsa Sedan. Ele ganhou mais do que uma cara nova. Ganhou novas lanternas traseiras, também. E só.

Nesta última semana foi a vez da Renault apresentar a nova grade dianteira do Logan, modelo projetado pela romena Dacia para países pobres como o nosso, com estilo dos anos 90 e acabamento simples. Tudo para economizar dinheiro e dar mais lucro para os franceses.

Apesar de voltados para o mercado popular, famílias com renda entre 2.000 e 4.000 reais que procuram espaço interno e preço baixo, os dois se sofisticaram. O Classic foi renovado para ganhar uma sobrevida nos próximos cinco anos. Já o Logan precisava de fôlego e uma imagem mais moderna para concorrer com o Fiat Siena, o VW Voyage, o Ford Fiesta, que será renovado na semana que vem, e o próprio Classic, que já o derrotou em um comparativo que eu fiz em 2007 no antigo fotolog Guscar.


Chevrolet Classic


Começando pelo mais velho. O novo visual do Classic foi aproveitado do Sail chinês, que um dia já foi Buick (marca de luxo da General Motors), mas passou a ser Chevrolet e saiu de linha recentemente para dar lugar a uma nova geração. Ainda aqui, a esperança é ver um sedã mais moderno derivado do Agile.

Voltando ao Classic, o projeto original brasileiro de novembro de 1995 trocou os faróis ovalados pelos triangulares, lembrando muito o Celta, o Prisma e o Corsa atual. A grade deixou de ser de plástico, que dava um toque de improviso, para ganhar um friso cromado com a gravata dourada da Chevrolet cravada no centro. O objetivo foi seguir o novo padrão visual da marca, mas o resultado ficou mais próximo do Omega 2004 do que os atuais Agile e Captiva. Mas poderia ter sido pior se tivesse adotado o visual mexicano.
A traseira também mudou forte. Saíram as lanternas verticais de canto para a entrada de um par menor com apliques horizontais na tampa do porta-malas, que ficou mais plana e ganhou um vinco acima da placa.


Já no interior, quase nenhuma novidade. As mudanças ocorreram, mas foram bem pequenas. O rádio agora oferece o sistema PRDS, que recebe mensagens informativas da GM diretamente no visor, além de apresentar um novo visual com display azulado, mas que continua sendo oferecido como acessório de concessionária. O acabamento manteve o tecido, que está cada vez mais simples, embora ainda lembre os bons tempos em que porta de carro nacional era bem revestida por dentro. O volante do Vectra antigo sem airbag continua lá, mas o símbolo agora é dourado.

O motor continua sendo o VHCE 1.0 8v Flexpower com potência de 77 cavalos com gasolina e 78cv com álcool, combustível com o qual acelera de 0 a 100 km/h em 13,6 segundos.

Mercadologicamente, outra alteraçã0 importante é a nomenclatura da versão única: LS, dando continuidade ao novo padrão estreado no LT e LTZ do Agile. Por R$ 28.294 traz desembaçador elétrico do vidro traseiro, vidros verdes, preparação para som e imobilizador eletrônico como itens de série. Ar-condicionado e direção hidráulica são opcionais. Assim como o rádio, vidros, travas elétricas e as rodas, acessórios. Completo, seu preço sobe para R$ 34.534.

O Classic é o terceiro sedã mais vendido da história do mercado brasileiro com pouco mais de 1 milhão de unidades produzidas. Perde somente para o Fusca (3.150.000 unidades) e para o Chevette, que teve 1.065.113. Para tentar superar os dois, o Classic será fabricado em São Caetano do Sul e São José dos Campos, ambos em São Paulo.


FICHA TÉCNICA - CHEVROLET CLASSIC LS 1.0 FLEXPOWER

Motor: transversal, 4 cilindros, gasolina e álcool, 999 cm³, 77 cv (G) e 78 cv (A)
Aceleração de 0-100 km/h: 13,9 (G) e 13,6 (A) seg.
Velocidade Máxima: 165 (G) e 166 (A) km/h
Consumo Médio: 15,2 (G) e 10,7 (A) km/litro
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,15/1,77/1,43/2,44 m
Porta-malas: 390 litros

Preço básico: R$ 28.294

Renault Logan

O paranaense Renault Logan tem uma história mais recente e, por isso, externamente, precisou de mudanças mais leves. Os faróis passam a integrar os piscas, mas mantiveram o desenho. A alteração mais visível foi na grade dianteira, que deixou o padrão bipartido na cor do carro para adotar uma régua cromada e uma grelha grafite, dando-lhe um aspecto semelhante ao argentino Symbol, que ocupa um segmento acima. Vendo mais de perto, a nova grade chega a lembrar o Honda City. A nova frente foi adotada pela Dacia em 2008 e serviu para baratear o custo de transformação para Renault.

A traseira ganhou um ressalto na quina da tampa do porta-malas, criando uma espécie de aerofólio embutido. As pontas superiores das lanternas passaram a acompanhar esta ondulação, mas, de longe, parece que nada mudou. Como no Siena, a Renault colocou também um friso cromado na parte inferior da mesma tampa, mas só na versão Expression.

No interior, as portas ganharam novos painéis iguais aos do Sandero, mais sofisticados, com comando dos vidros elétricos (que saíram do console central), puxadores de desenho mais moderno e pintados na cor prata e tecidos de nova textura, além da melhora do isolamento acústico. Os ótimos espaço interno e o porta-malas de 510 litros continuam os mesmos.

Como no Classic, os motores também não mudaram. Além do 1.0, chamado de Hi-Flex, com 16 válvulas e 76/77 cv, o Logan também tem o 1.6 de oito válvulas, que rende entre 92 e 95 cv. O conjunto desta mesma cilindrada com quatro válvulas por cilindro já havia deixado o Logan há algum tempo, ficando restrita ao Symbol. Desta vez, acabou também a versão Privilége.

O Logan 2011 fica agora com as versões Authentique com motor 1.0 e Expression 1.0 e 1.6. Sem opcionais essas versões custam, respectivamente R$ 28.690, R$ 30.190 e R$ 32.690.

O Authentique traz de série apenas imobilizador de motor, terceira luz de freio, conta-giros e temporizador do limpador. Com direção assistida e ar-condicionado ele vai a R$ 32.690, mesmo preço de um Expression 1.6 básico. No Expression 1.0, ar quente e desembaçador vêm de série. Ar e direção estão associados a volante ajustável em altura, faróis de neblina, computador de bordo e vidros dianteiros e travas elétricos em um pacote opcional de R$ 4.700. Por mais R$ 2.000 levam-se bolsas infláveis frontais, freios antitravamento (ABS), volante revestido de couro e o terceiro apoio de cabeça traseiro. Quem optar pelo Expression 1.6 pode adquirir ainda rodas de alumínio de 15 pol (R$ 750) e pacote com alarme, vidros traseiros e retrovisores elétricos e rádio/CD com MP3 e comando junto ao volante (R$ 1.000). O preço máximo de um Logan, assim, chega a R$ 42.440 com pintura metálica.


FICHA TÉCNICA - RENAULT LOGAN 1.0 HIFLEX AUTHENTIQUE / 1.6 HIFLEX EXPRESSION


Motor: transversal, 4 cilindros, gasolina e álcool, 998 cm³, 76 (G) e 77 cv (A) / idem, 1.598 cm³, 92 (G) e 95 (A) cv

Aceleração de 0-100 km/h: 14,3 (G) e 14,2 (A) seg. / 12,2 (G) e 11,8 (A) seg.

Velocidade Máxima: 160 (G) e 161 (A) km/h / 173 (G) e 175 (A) km/h

Consumo Médio: não disponível

Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,28/1,74/1,53/2,63 m

Porta-malas: 510 litros

Preço básico: R$ 28.690 / 32.690