As duas últimas semanas foram ricas em lançamentos no setor de utilitários esportivos com vocação urbana, os crossovers. A partir de agora o consumidor brasileiro terá a disposição quatro novos modelos em três diferentes faixas de preço. Da popular picape Strada até o luxuosíssimo BMW X6. Mas começo pelo modelo lançado na última semana, o Chevrolet Captiva Sport. Da mesma categoria temos também o Dodge Journey.
Chevrolet Captiva Sport
A Blazer é rústica demais para o lazer. Será agora preferencialmente vendida para frotas e para a polícia, onde fez a sua fama de camburão. Já o Tracker é antigo demais. Apesar de um bom carro, com acabamento de primeira, a impressão é de que você acabou de comprar um carro encalhado na concessionária por dez anos. Entre esses dois modelos, que continuam à venda, o Captiva Sport (do qual já falei em março) chega nos próximos dias para oferecer a modernidade que faltava nos sport-utilities da Chevrolet.
É um projeto totalmente globalizado. Além de ser vendido em vários continentes com diversos nomes como Antara, Vue e Windstorm e marcas como Opel, Vauxhall, Holden, Saturn e Daewoo, o Captiva foi projetado na Coréia do Sul (pela Daewoo), tem frente européia (Opel Antara) e, para nós, vem do México. Com 4,57 metros de comprimento, 2,70m de distância entre-eixos, 2,08m de largura e 1,70m de altura, o desenho do Captiva se destaca pelo chamativo friso na cor do carro com a gravata Chevrolet dourada, os faróis de desenho irregular, a entrada de ar vertical nas laterais e as lanternas traseiras pontiagudas. Por dentro, um ótimo acabamento com bom espaço. O banco do carona pode virar mesinha e o de trás pode correr para aumentar a folga para as pernas. O porta-malas tem capacidade para 821 litros.
O Captiva Sport terá duas opções de tração no Brasil. A mais simples é a 4x2, com força na dianteira, que custa 92.990 reais. Com tração 4x4 sai por R$ 99.990. Todos vêm de série com seis air-bags, controle eletrônico de estabilidade (ESP), controle de tração (TCS), sistema antitravamento de freios (ABS), rodas de alumínio de 17 polegadas, ar-condicionado eletrônico com acionamento automático na chave, vidros elétricos tipo um-toque, retrovisores com desembaçador elétricos e travamento elétrico das portas, direção hidráulica, sensores de estacionamento e de chuva (com regulagem de intensidade dos pingos), controlador de velocidade, coluna de direção com regulagem em altura, banco do motorista com regulagem elétrica, apoios de cabeça ativos e sistema de navegação por GPS. A diferença de equipamento entre as duas trações é que a 4x4 traz bancos aquecidos com revestimento de couro e CD player para seis discos.
A opção única de motor é o V6 Alloytec 24 válvulas, com 261 cavalos de potência. O mesmo do Omega, que é importado da Austrália, mas que rende mais no utilitário esportivo, que é mais leve. No entanto, para não correr riscos, a velocidade máxima foi limitada a 160 km/h. A transmissão é automática de seis marchas.
Ao contrário do Omega e do Tracker, outros importados da linha Chevrolet, o Captiva Sport será distribuído para todas as 559 concessionárias da rede e terá três anos de garantia total, contra dois do resto da linha. Por isso, terá vantagem na assistência técnica contra os seus principais concorrentes que serão o Hyundai Tucson, Kia Sportage, Mitsubishi Outlander, Nissan X-Trail, Honda CRV, Toyota RAV4 e o Dodge Journey, do qual falaremos abaixo.
Dodge Journey
Aos poucos a Chrysler vai reinserindo a Dodge no mercado brasileiro. Depois dos antigos sedãs Dart e Polara dos anos 1970, a marca vermelha do grupo só voltou em 1998 com a picape média Dakota, fabricada no Paraná. Precocemente aposentada, os fãs esperaram cinco anos para ter a marca de volta na grandalhona Ram, importada. Agora, pela primeira vez, a Dodge coloca sua grade em cruz em um crossover: o Journey.
Fabricado em Toluca, no México, tem estilo reto e até conservador demais. A modernidade é salva pela linha de cintura alta na área das janelas. As lanternas traseiras lembram a Toyota Hilux SW4 e a dianteira a primeira geração da van Caravan, que hoje é vendida como Chrysler Town & Country. Atraente mesmo é o painel, com console inclinado, apliques em couro claro e quadro de instrumentos de aspecto futurista. Só os bancos parecem ser duros demais. Falando neles, há espaço para sete passageiros graças aos dois bancos rebatíveis no porta-malas, cuja capacidade normal é de 783 litros. Em uso, o volume cai para 155 litros.
De série, o Journey oferece seis airbags, comando independente do ar-condicionado para os bancos traseiros, freios ABS, controles de tração e estabilidade, rodas de 17 polegadas, sistema de áudio para seis CDs com MP3 e seis alto-falantes. O motor escolhido é um V6 de 2,7 litros e 185 cv de potência, acoplado a uma caixa de câmbio automática, de seis velocidades. A Dodge afirma que o crossover chega aos 182 km/h de velocidade máxima e pode acelerar de 0 a 100 km/h em 10,8 segundos (Fonte: Portal Alpini) .
Mesmo com 4,88 metros de comprimento, 1,83 m de largura, 1,70 m de altura e 2,89m de distância entreeixos, o Journey vai disputar mercado com o recém-lançado Captiva Sport, que também é fabricado no México. O preço de R$ 98.900 é mais barato que o Chevrolet com tração 4x4 (R$ 99.990). Mas não tem tração integral e acaba saindo mais caro, pois o concorrente nesta configuração sai por R$ 92.990.
BMW X6
A olimpíada de Atlanta em 1996 teve um mascote tão esquisito que foi apelidado de "Whatisit?" (O que é isso?). O BMW X6 só não pode ser chamado assim porque é mais bonito, mas é estranho. Seu estilo fica entre um coupé, um hatch e um utilitário esportivo. A montadora alemã prefere chamar de SAC (Sport Active Coupé) ou cupê de atividades esportivas.
Construído sobre a plataforma do X5, as linhas do X6 são até semelhantes a do utilitário tradicional, que poderia representar a versão perua enquanto o novo modelo, o hatch. Contudo, a novidade é 2,3 cm mais comprida (4,87 m); 5 cm mais largo (1,98 m) e 8,6 cm mais baixo (1,69 m). O porta-malas é 50 litros menor e pode acomodar até 570 litros de bagagem.O interior tem a sobriedade característica dos carros alemães e quase nada muda em relação ao X5. A diferença está no banco traseiro, aliás, nos bancos traseiros, uma vez que o X6 traz duas poltronas individuais, separadas por um console. A frente, um aparelho de DVD e saídas e regulagens independentes de ar condicionado. Para o motorista, o já tradicional sistema i-Drive, que controla as funções de áudio, navegação, telefonia e climatização. (Fonte: Portal Alpini)
Depois de apresentado como carro-conceito no Salão de Frankfurt do ano passado e em versão definitiva no Salão de Detroit deste ano, o X6 chega agora ao Brasil com duas versões de motorização. A xDrive35i tem motor de seis cilindros, 3.0 litros com 306 cavalos de potência. As rodas são de 19 polegadas. Custa R$ 325 mil. A mais cara é a xDrive50i, que usa motor V8, de 4.4 litros e 408 cavalos, com rodas de 20 pol. É vendida por R$ 390 mil.
Ambas contam com dois turbocompressores, tração integral e câmbio automático de seis marchas, com opção de trocas manuais. O X6 estréia o sistema Dynamic Performance Control, ou Controle Dinâmico de Performance. Com ele, a força aplicada às rodas traseiras pode variar - seja nas acelerações, seja nas frenagens - e permite uma melhora na capacidade de tração e, principalmente, nas curvas (Fonte: Portal Alpini).
Os cem primeiros bem-sucedidos clientes entenderam que o X6 não é esquisito como o mascote da olimpíada de doze anos atrás. É original e atraente. Tanto que esgotaram o primeiro lote.
Fiat Strada
O pequeno intruso deste especial é uma picape. Única nacional e a mais barata. Graças à versão Adventure Locker, a Strada merece ser chamada um pouquinho de "crossover". Aliás, o espírito aventureiro tomou conta da picape compacta da Fiat, que se inspirou na Weekend para completar a reestilização da linha Palio. As duas versões mais aventureiras da perua - Trekking e Adventure Locker - são as únicas da picape com a nova frente. A Trekking tem a grade convencional no estilo Siena, mas com máscara negra nos faróis como a Weekend. Já a Locker tem aquela frente arrojada com elementos cromados na grade.
A lateral tem moldura do pára-lamas em plástico, arredondada na Trekking e quadrada na Adventure. Já a traseira herdou a poluição visual da Weekend Adventure anterior, com o excesso de apliques de plástico no pára-choque e lanternas prolongadas na tampa. As novidades são o baixo relevo da tampa que agora é removível e pode ser fechada a chave. A Strada permanece oferecida nas versões de cabines simples e estendida. Mas é esperada uma inédita versão de cabine dupla para o ano que vem.
A Locker, claro, tem o sistema de bloqueio eletrônico de diferencial através do botão no painel. É o sistema que ajuda o carro sair do atoleiro que estreou na Weekend e já é usado na Idea e no Doblò. Por dentro, possui instrumentos como bússola e inclinômetro no topo do console central. Sem falar dos detalhes esportivos. Se na perua o motor 1.8 Flex de 112/114 cv é exclusivo da Adventure, na Strada ele também é oferecido na Trekking.
Fora isso os equipamentos são os mesmos da perua. A Trekking tem como motor base o 1.4 Flex de 85/86 cavalos e traz de série brake-light, computador de bordo, direção hidráulica, faróis de neblina, sistema de personalização de funções My Car Fiat, protetor de caçamba, volante com regulagem de altura, suspensão elevada, spoiler traseiro e barras no teto, estribos no pára-choque traseiro, alertas de limite de velocidade e manutenção programada, conta-giros, entre outros. A Trekking 1.8 tem pneus de uso misto e quadro de instrumentos diferenciado. A Adventure adiciona ar-condicionado, vidros escurecidos Vênus 55, janela traseira corrediça com grade protetora, quadro de instrumentos exclusivo Adventure, rádio CD player MP3, retrovisores com luz de direção integrada, conjunto elétrico, fixação do estepe no interior da cabine estendida, luz interna de cortesia com temporizador, termômetro externo e protetor de cárter. Alguns são opcionais na Trekking e na Adventure são opcionais os sensores de chuva e farol, espelho retrovisor interno eletrocrômico e revestimento dos bancos parcialmente em couro. Os preços: Trekking 1.4 - R$ 36.000, Trekking cabine estendida 1.4 - R$ 38.720, Trekking 1.8 - R$ 38.320, Trekking cabine estendida 1.8 - R$ 41.080 e Adventure Locker - R$ 47.100. A Strada Fire 1.4 permanece com a frente antiga, enquanto não surge uma nova versão com os faróis simples do Palio.
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