No texto de lançamento internacional da terceira geração do hatch médio Hyundai i30 eu o chamei de patinho feio porque a combinação da traseira alta e quadrada com o capô baixo lembrava a personagem do conto infantil, que no final da história se revela um lindo cisne quando cresce.


Meses depois, a marca sul-coreana lançou duas novas variações de carroceria do i30: a tradicional perua, chamada de CW (nós, brasileiros, só a tivemos na primeira geração), e a inédita Fastback, com teto de caída mais baixa e inclinada.


E é esta versão que poderia desembarcar no Brasil, se a Hyundai tiver interesse, o que será difícil. Enquanto a primeira geração foi um sucesso de vendas por aqui, a segunda foi exatamente o contrário. Assim, se, pelo menos, o hatch vier, será um modelo de imagem, com pouca margem de lucro, pois aqui a prioridade são os SUVs.

O i30 Fastback tem um visual mais equilibrado, com a traseira e o capô baixos, rechaçando a aparência de "patinho feio". Ele está mais próximo de um cupê, chegando a lembrar, de traseira, a primeira geração do Veloster. Aliás, no texto de 2016, eu cheguei a especular que o Fastback seria o sucessor do cupê de três portas. Puro engano. O exótico esportivo também foi reestilizado.


O i30 Fastback tem onze centímetros a mais de comprimento em relação ao hatch: 4,45m. A altura, confirmando o perfil mais baixo, é três centímetros menor: 1,43m. Distância entre-eixos (2,65m) e largura (1,80m) são as mesmas. Se o comprador do Fastback terá mais volume no porta-malas (450 contra 395 litros), por outro lado, ele perde altura para a cabeça no banco de trás.

A perua i30 CW é a mais longa da família e a de menores possibilidades de vir para o nosso país. Mede 4,58m de comprimento, com a mesma largura e a altura (1,47m) um centímetro maior que o hatch, favorecendo o espaço para a cabeça. Entretanto, a distância entre-eixos é a mesma dos dois irmãos. O diferencial da CW, cuja abreviatura vem de Cross Wagon, é a capacidade do porta-malas de 602 litros. Ela só peca por não ter a porta traseira com abertura e fechamento automáticos.


Mesmo com a traseira vertical do hatch, a carroceria mais longa e o desenho arqueado das janelas laterais a deixa mais harmoniosa que o i30 original. 

Interior, equipamentos e motorização são muito semelhantes entre os três modelos, variando em alguns mercados. O painel tem acabamento de plástico com material macio na parte superior e duro nas demais. A tela multimídia pode ter cinco ou oito polegadas (nesta tem espelhamento com Android Auto e Apple Car Play) e está posicionada em destaque no alto do painel, mas alinhado ao lado do quadro de instrumentos. 


Desde a versão básica, o i30 já tem ar condicionado digital de duas zonas, programador e limitador de velocidade, câmera de ré, alerta de mudança involuntária de faixa de rolamento, detector de fadiga do motorista, detector de pedestres com frenagem de emergência e mudança automática de faróis baixos para altos. Alerta de tráfego cruzado, detector de veículos em ângulo morto dos retrovisores externos, sistema de reconhecimento de sinais de trânsito, piloto automático ativo e assistente de estacionamento estão disponíveis nas versões mais equipadas.

Os motores a gasolina mais modernos são o 1.0 de três cilindros com turbo e injeção direta de 120 cavalos (1.0 T-GDi) e o de quatro cilindros 1.4, também com turbo e injeção direta, de 140 cv (1.4 T-GDi). Movido a diesel tem o 1.6 CRDi de 110 e 136 cavalos. Alguns mercados mantiveram os motores a gasolina sem o turbo. 


Na Espanha, o Fastback tem câmbio manual de seis marchas para todas as versões. O 1.4 e o movido a diesel mais potente têm a opção da transmissão automatizada de dupla embreagem e sete velocidades. Por ser mais pesado, o i30 Fastback tem um desempenho um pouco mais lento. 

Se o i30 hatch se assemelha ao patinho feio, o papel de cisne está reservado para o Fastback, que, por enquanto, dará inveja aos brasileiros. 


TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO