TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO


Depois de uma segunda geração tão atraente e de linhas dinâmicas, que serviram até de inspiração para o nosso compacto HB20, a terceira edição do hatch médio Hyundai i30 passa a ser um patinho feio. Não que ele já seja rejeitado no mercado. Até porque ele só vai chegar na Europa no ano que vem. É que seu estilo lembra mesmo o personagem da fábula infantil. Culpa do capô longo, dos faróis pequenos e zangados da grade hexagonal muito grande e baixa, que lembra o bichinho cabisbaixo, em contraste com o resto da carroceria alta e reta.




Esta moda de hatches médios com caída do teto vertical, janelas discretas e coluna larga, usada agora no i30 e há algum tempo no Renault Mégane, Fiat Tipo, Nissan Pulsar, Peugeot 308 e Citroën C4, tem um inspirador: o líder do segmento Volkswagen Golf. E todos querem ser como ele e também ultrapassá-lo. 

O i30 fica mais fotogênico quando fotografado pelas costas, mostrando o vidro traseiro mais bojudo e as lanternas traseiras ainda horizontais, mas agora menos onduladas e pontiagudas, que se afundam junto com a tampa do porta-malas e não invadem tanto a lateral.


Em seu interior, nada de Patinho Feio. O tablier é horizontal, moderno e esportivo. O gabinete do sistema multimídia é "flutuante" na parte superior. Nem parece um Hyundai. Parece um BMW, mesmo. Principalmente nas saídas de ar horizontais (enterrando o estilo alado), no painel do ar condicionado ovalado e no quadro de instrumentos curto e com mostradores de desenho tradicional. Tela de TFT de 7 polegadas? Instrumentos virtuais? Esqueça. Tem só um clusterzinho para o computador de bordo e o velocímetro digital auxiliar. 


A tela central da multimídia pode ter 8 polegadas, mas só como opcional. De série, só de 5 polegadas. Em compensação, ambos são sensíveis ao toque. Haverá espelhamento com aplicativos da Android e da Apple.

Pela foto, o acabamento parece ser caprichado. Bancos, revestimento das portas e painel podem ter outras cores. Não tenho imagens do banco de trás, mas a Hyundai promete que o seu espaço interno será o melhor do segmento. A capacidade do porta-malas é de 395 litros.


O novo i30 tem 4,34m de comprimento, 1,80m de largura e 1,46m de altura, com 2,65m de distância entre-eixos. Ou seja, ficou mais longo e largo, mas ficou mais baixo em relação ao modelo antigo (4,30m, 1,78m e 1,49m. A distância entre-eixos permanece em 2,65m. 


A motorização inclui três opções a gasolina e uma a diesel, com três variações de potência. O mais simples a gasolina, por incrível que pareça, é o 1.4 aspirado de 100 cavalos. O intermediário é o 1.0 de três cilindros turbo com injeção direta, recurso que o nosso HB20, que usa a versão flex do mesmo motor, não tem. É por isso que rende apenas 105 cavalos com álcool. No novo i30 são 120 cv a gasolina. E tem o 1.4 turbo de quatro cilindros e 140 cv, um dos escolhidos para receber (como opcional) a transmissão automatizada de dupla embreagem e sete marchas. Este câmbio também será oferecido nas duas versões mais potentes (110 e 131 cavalos) do 1.6 CRDi turbodiesel. O de 94 cv e as demais versões a gasolina terão apenas o manual de seis marchas. 

Para não ser rejeitado como o verdadeiro patinho feio, o novo i30 terá equipamentos de segurança como frenagem automática de emergência, alerta de colisão iminente, controle de velocidade adaptativo, alerta de ponto cego, assistente de permanência em faixa, farol alto automático, detector de cansaço, sensor de tráfego cruzado e sete airbags. Entre os de conforto e praticidade estão ar condicionado digital dual zone e freio de estacionamento elétrico.


Mais para o meio de 2017 será lançada a versão esportiva RN30, com motor 2.0 a gasolina e potência superior a 260 cavalos. Também posteriormente, o i30 ganhará a tradicional perua e o cupê que vai suceder o Veloster, mas terá quatro portas convencionais, tirando a identidade do velho esportivo que não corria, que tinha três laterais.  

Não se sabe se o i30 vem para o Brasil. Afinal, a bela segunda geração está sendo um fracasso no mercado. Mas a primeira vendeu muito bem e não era tão agradável aos olhos. Fica aí uma motivação para a Hyundai trazer o Patinho Fei..., digo, o novo i30 para nós e virar um cisne em vendas, como a primeira geração.