Como hatch de entrada na linha da Audi, a primeira geração do A1 fracassou. Era caro para ser um carro acessível, um pouco apertado, estava com equipamentos desatualizados, tinha acabamento muito simples e não era esportivo o suficiente - apesar da coluna do teto prateada ou de cor diferenciada - para conseguir agradar alguém. Surgiu com apenas com duas portas e demorou um ano para ganhar a versão Sportback, de quatro, para ver se decolava. Não decolou.


A segunda geração quer mudar tudo isso. Para começar, ficou maior em comprimento, que passou de 3,95m para 4,03m. A distância entre-eixos não foi divulgada, mas como ele usa a mesma plataforma modular MQB A0 do Polo, provavelmente é de 2,56m, medida do modelo da Volkswagen. A estrutura também é usada nos Seat Ibiza e Arona. Largura (1,74m) e altura (1,41m), no entanto, foram reduzidas em um centímetro.



O estilo ficou bem mais esportivo. Se o anterior se destacava pela coluna de sustentação do teto contínua, o novo A1 chama atenção pela larga e inclinada coluna C que parece flutuante com o escurecimento do teto, de quem "se separou". O recurso estético foi inspirado no antigo cupê Audi Quattro, campeão mundial de rali na década de 1980, de quem também "tomou emprestado" a fenda para entrada de ar tripartida acima da grade hexagonal com filetes tridimensionais, assim como a barra para a placa de licença. O conjunto se sobressai sobre o para-choque de texturas variadas entradas de ar, algumas delas falsas. 


Audi Quattro - campeão de ralis na década de 1980

Os faróis têm máscara escura e são delineados por luzes de LED, assim como as lanternas traseiras. As rodas podem ter de 15, 16, 17 e 18 polegadas. O A1 chegará ao mercado exclusivamente na versão Sportback, com quatro portas.




Esqueça aquele painel minimalista, com saídas redondas de ar, quinas arredondadas e tela multimídia próxima ao para-brisa. No novo A1, o painel ficou maior, mais sofisticado, voltado para o motorista com uma inclinação de 13 graus e com saídas de ar retangulares, verticais ao redor do quadro de instrumentos virtual e uma única seção horizontal, ao estilo do A8, do Volkswagen Passat e do Honda HR-V, que lançou este estilo de difusor de ar contínuo. As versões mais esportivas têm molduras coloridas nas saídas de ar, console e maçanetas. 



O espaço interno aumentou bastante com o aumento da distância entre-eixos. O banco traseiro agora dispõe de três lugares e não mais dois, como o antigo. O assoalho ficou mais baixo. O porta-malas também cresceu: passou de 270 para 335 litros de capacidade.



O sistema multimídia MMI terá duas opções de tela sensíveis ao toque: uma com 8 e outra com 10,1 polegadas. Entre outros equipamentos de conforto se destacam o ar condicionado digital de duas zonas (com botões físicos), iluminação ambiente em LED com 30 opções de cores, carregador de smartphone por indução magnética e o sistema de som Bang and Olufsen com 11 alto-falantes e 560 watts.

Entre os itens de segurança e condução autônoma estão programador de velocidade ativo (funciona até 200 km/h), sistema de reconhecimento de sinais de trânsito, sistema de frenagem de emergência, alerta de mudança involuntária de faixa, que também corrige a trajetória, alerta de veículos em ponto morto e sistema de estacionamento semi-automático (o motorista deve controlar os pedais do freio e do acelerador). 

Assim como a Volkswagen, a Audi passou a designar as versões de motorização de seus modelos usando uma característica do propulsor. No entanto, enquanto a marca popular está usando, no Brasil, simplesmente o torque em Newton-metro, a premium adotou uma estranha escala de potência em kilowatts (kw), unidade padrão na Alemanha. 

Desta forma, os dois motores tricilíndricos, com turbo e injeção direta 1.0 TFSI são diferenciados pelo código 25 TFSI (95 cv) e 30 TFSI (115 cv). O 1.5 e o 2.0 são de quatro cilindros e são identificados, respectivamente como 35 TFSI (150 cv) e 40 TFSI (200 cavalos). 


Quase todos os Audi A1 serão equipados basicamente com câmbio manual de seis marchas, tendo como opcional um automatizado de dupla embreagem e sete velocidades, que é de série na versão mais potente. Apesar de ter o estilo inspirado no Quattro, que ainda batiza a tração integral da Audi, no A1 a força motriz está apenas nas rodas da frente. 

Haverá, também, duas opções de suspensão: a mais simples é mais esportiva, com ajuste mais firme, e a outra tem amortecedores controlados eletronicamente e vários níveis de ajuste pré-definidos. É preciso lembrar que a versão 25 TFSI, a mais simples, tem freios traseiros a tambor, enquanto nas demais são a disco. 


Fabricado na planta da SEAT, em Martorell, Espanha, o novo Audi A1 ficou maior, mais esportivo, tecnológico e equipado. Tem de tudo para fazer esquecer a primeira geração. 

TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO