Na Europa, o Volkswagen Polo é um compacto tradicional, lançado em 1975 e que estava em sua quinta geração ininterrupta. No Brasil, o Volkswagen Polo foi vendido nas gerações 3 e 4 europeias. A terceira veio somente na versão sedã de quatro portas, com motor 1.8 e sobrenome Classic. Já a quarta, de 2002, teve também o hatch e até motor 1.0 por alguns meses (até o governo igualar o IPI para motores 1.0, 1.6 e 2.0).

Mesmo fazendo sucesso aqui, foi abandonado e não teve a quinta geração lançada na Europa em 2009. Apenas um segundo face-lift para uniformizá-lo com os outros carros da Volkswagen (a frente original tinha dois pares de faróis redondos separados entre si).

Agora, a Volkswagen decidiu relançar o Polo em nosso país por volta de outubro, mesma época em que começará a ser vendido na Europa. A intenção era unificá-lo com o nosso tradicional Gol, mas (minha suposição) a matriz alemã não deixou, insistindo no perfil mundial do Polo, agora com a variação da plataforma modular MQB, chamada A0. Restou ao hatch brasileiro, que foi o carro mais vendido por mais de 25 anos, ser reposicionado para abaixo do Up!.

Volkswagen Polo 2015

E a sexta geração do Volkswagen Polo já foi revelada mundialmente. Sinceramente, as linhas não se diferem muito da geração anterior, tirando os detalhes nos vincos, nas lanternas com refletores 3D, grade mais fina e faróis delineados pelos filetes de LED. O novo Polo ficou até mais parecido com o Seat Ibiza, já mostrado aqui no blog.


Volkswagen Polo 2015
Por dentro, sim, houve mudanças radicais. Tanto visualmente quanto em tecnologia. O painel agora é horizontal, com acabamento de cor diferenciada e personalizável. Lembra o Up! (só que mais sofisticado) e também o Fusca moderno. O quadro de instrumentos passa a ser virtual, mas evolui o layout já apresentado em modelos da Audi e da própria Volkswagen, como o Golf. A tela multimídia é embutida no vidro, tem até 8 polegadas, é voltada para o motorista e, claro, espelhável com as plataformas Apple e Android. As saídas de ar centrais estão na parte de baixo do painel.


Volkswagen Polo 2015

A capacidade do porta-malas subiu de 280 para 351 litros. O Polo também cresceu e já ultrapassa os 4 metros de comprimento (4,05m). Ainda não supera o Golf de quarta geração (4,15m), aquele que durou quinze anos no mercado brasileiro, mas a distância entre-eixos já. O Novo Polo tem 2,56m contra 2,51m do Golf IV. Largura (1,75m x 1,73m) também. Só a altura de 1,44m é praticamente a mesma, com diferença de alguns milímetros em favor do novo compacto.

Já foram divulgadas até as versões e alguns equipamentos respectivos. Para o mercado europeu, logicamente. A mais básica é a Trendline, que já vai trazer sistema de posicionamento diurno em LED com função Coming and Leaving Home, limitador de velocidade e o sistema de monitoramento da área de assistência frontal com frenagem de emergência em cidade com monitoramento de pedestres.


A Comfortline recebe o aplique colorido no painel, sistema Infotainment Composition Color colorido, ar condicionado, sistema de alerta de motorista, apoio de braços central, revestimento dos bancos em veludo de malha, janelas elétricas dianteiras e traseiras com controle de um toque e um volante multifunções. Também é de série rodas de 15 polegadas (no Trend são de 14).

A Highline tem controle de distância de estacionamento (PDC), iluminação de fundo de LED branco (nas portas dianteiras e no painel de instrumentos), volante multifunções em combinação com alavanca de mudança de marchas revestida em couro e alavanca do freio também em couro. As rodas também são de 15 polegadas.


A Beats é uma série especial esportiva voltada para o público que ama música. Tanto que o seu principal equipamento é um som de 300 watts desenvolvido pela marca que dá nome à versão. Visualmente seus destaques são as rodas de liga-leve de 16 polegadas, carcaças dos retrovisores pintadas de preto brilhante e adesivos no capô. Por dentro, bancos com extremidade branca e aplique vermelho no painel.



Não poderia faltar a verdadeira esportiva GTI, que tem motor 2.0 TSI de 200 cavalos, spoilers nos para-choques, aerofólio no vidro traseiro e rodas de 17 polegadas. Por dentro, bancos com tecido xadrez. Curiosamente não foram divulgados os equipamentos específicos da versão esportiva, mas espera-se que seja completo, trazendo também programador de velocidade ativo, função Stop and Go, frenagem de emergência em tráfego cruzado traseiro, detecção de veículos em ponto cego no retrovisor, sistema de estacionamento semi-autônomo (cabe ao motorista controlar apenas os pedais), entrada e partida sem chave e alerta de mudança involuntária de faixa. Entre os opcionais se destacam um amplo teto solar panorâmico, seletor de modo de condução Sport Select com amortecedores ativos e carregador de celular sem fio. Os pacotes se chamam Edition, Advance e Sport e há também kits de personalização esportiva chamados R-Line (mostrado no início da matéria), Black e Style, alguns com rodas de até 18 polegadas.




Além do 2.0 TSI do GTI e do novo 1.5 TSI de 150 cavalos, com desativação parcial dos cilindros, já usado no Golf europeu, os demais motores gasolina serão 1.0. O mais simples, MPI, é aspirado e de quatro cilindros, com opções de 65 e 75 cavalos. O nosso conhecido tricilíndrico TSI terá potências de 95 e 115 cavalos. A novidade é o 1.0 TGI, com gás natural, de 90 cavalos. No final do ano chegarão os turbodiesel 1.6 TDI de 80 e 95 cv. O câmbio poderá ser manual de cinco e seis marchas e automatizado DSG, de sete velocidades. 


Com exceção do 1.5, dos motores a diesel (proibidos) e do TGI, todos estão disponíveis na Volkswagen do Brasil, mas nem todos devem ser usados em nosso país, que também tem no portfólio o motor 1.6, com oito ou dezesseis válvulas e o 1.4 TSI. Todos flex. O câmbio de sete velocidades também já foi usado no Golf, mas se a versão nacionalizada o trocou pelo Tiptronic de seis, isso deve acontecer aqui também. Estamos esperando a confirmação.  

Além do hatch, que vai concorrer com a versão Precision do recém-lançado Fiat Argo, o Polo deverá ser fabricado em São Bernardo do Campo também na versão sedã, chamada, no momento, de Virtus. É o tal sedã compacto que muitos (inclusive eu) pensaram ser o Santana chinês, que pode substituir o Voyage. A plataforma também prevê o lançamento, inclusive para o Brasil, de um SUV compacto. Aí já é outra história.


TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO