O Toyota Camry nasceu no Japão, em 1979, como uma versão sedã de quatro portas do cupê Celica. Somente em 1982 se tornou um modelo independente, com nova plataforma e carrocerias sedã e hatchback de cinco portas. Tinha motores 1.8 (74 cv) e 2.0 (92 cv com gasolina e 74 cv a diesel), montados na transversal, câmbio manual de cinco marchas ou automático de quatro e media 4,44m de comprimento, com 2,60m de distância entre-eixos.

Quando foi exportado para os Estados Unidos a partir de 1983, caiu no gosto do consumidor norte-americano e logo se tornou um dos carros mais vendidos, disputando mercado com o Ford Taurus e o Honda Accord. Passou a vender mais na América do que em seu país de origem.

A segunda geração, de 1986, passou a ser fabricada também nos Estados Unidos, em Georgetown, Kentuck, e na Austrália (Port Melbourne). Perdeu o hatch, mas ganhou a perua. O comprimento aumentou para 4,52m. Ganhou motor V6 2.5 24v de 158 cv e tração integral.

A partir da terceira geração, o Camry passou a ser vendido no Brasil, sendo o primeiro Toyota importado desde a reabertura dos portos em 1992. A perua tinha uma traseira estranha e foi pouquíssimo vendida aqui. Nos Estados Unidos foi comercializado também na versão cupê, que não fez muito sucesso. O Camry foi reestilizado novamente em 1996, 2001, 2006 e 2011. Todas essas gerações vieram para cá. A nova, de 2017, pode ser a primeira ausente do nosso país depois de 25 anos.


Como versão 4 portas do Celica (1980)





1a Geração (1983)





2a Geração (1986)





Face-lift de 1989


3a Geração (1991)


 
Sedã já mede 4,77m de comprimento e a perua 4,81m. Distância entre-eixos aumentaria apenas 1 cm, sendo de 2,61m. Os motores já eram 2.2 de 130 cavalos e um V6 3.0 de 188 cv. Esta geração foi a primeira a ser vendida no Brasil, em 1992, apenas na carroceria sedã, na versão XLE e motor V6. No ano seguinte chegou a LE 2.2.



4a Geração (1996)



O comprimento aumentou para 4,82m e a distância entre-eixos passou para 2,62m. O motor V6 3.0 passou para 191 cavalos. Também ganhou uma versão Lexus, marca premium da Toyota, chamada ES. 


Perua da quarta geração não foi vendida nos Estados Unidos. 



O Toyota Camry nasceu da costela de um cupê, no caso, o Celica e, na quarta geração, acabou dando vida a um novo cupê: o Solara, que tinha a mesma base, mas interior diferente. Seu motor V6 tinha 200 cavalos. 



5a Geração (2001)



Pela primeira vez, uma geração do Toyota Camry deixa de ter um derivado direto, como um hatch, uma perua ou um cupê. Ficou só o sedã. O comprimento diminuiu, voltando aos 4,80m, mas a distância entre-eixos passa a ser de 2,72m. Motor de quatro cilindros passa a ser 2.4 litros e ganha comando variável de válvulas e a potência chega aos 159 cavalos. O motor V6 3.0 ganha o mesmo recurso e supera a marca dos 200 cavalos (202 cv, mais precisamente). Controle de estabilidade, airbags laterais e de cortina, freio de mão por pedal e ajuste elétrico dos pedais são incluídos na lista dos equipamentos. 

6a Geração (2006)



Nesta sexta geração, o comprimento voltou a aumentar para 4,81m e a distância entre-eixos já está em 2,77m. O motor 2.4 perdeu um cavalo de potência, mas o câmbio automático ganhou uma velocidade, passando a ter cinco marchas. Já o V6 aumentou de cilindrada, dobrou o comando variável de válvulas (Dual-VVTi), subindo para 284 cv, e o câmbio automático também aumentou para seis velocidades. Foi esta a versão que veio para o Brasil. No exterior, o Camry ganhou uma inédita versão híbrida, com motor 2.4 de 147 cv mais um elétrico de 45 cv, acoplado a um câmbio CVT.
  

Visualmente, o face-lift só deixou as aletas da grade mais onduladas ao ritmo do emblema, e mudou os para-choques. Mas a linha 2010 deu um motor 2.5 de 181 cv e câmbio manual e automático de seis marchas à versão básica. A Hybrid continuou com o mesmo motor. Ar condicionado digital. sistema multimídia com navegador e câmera de ré entraram no catálogo de equipamentos. 


7a Geração (2011)



A sétima geração deu uma retrocedida para o Brasil e outros mercados que não o norte-americano com um estilo mais conservador e perda de potência no motor V6 para 277 cv. Na lista de equipamentos, destaque para ar condicionado de três zonas, bancos traseiros com ajuste elétrico e sistema de entrada e partida sem chave. 


Face-lift que chegou ao Brasil em 2015. Não houve muitas mudanças além da frente, que, aliás, foi inspirada (ou aproveitada?) na versão norte-americana antes da mudança de meia vida.




Por ser o carro mais vendido nos Estados Unidos, a Toyota, para manter a clientela especial, criou um Camry de sétima geração com estilo diferenciado para os norte-americanos. A estrutura da carroceria era basicamente a mesma, o que mudava eram a frente e a traseira, de aparência mais esportiva. E o painel interno tinha desenho mais moderno, com o gabinete central flutuante. As versões mais simples (L, LE e XLE) tinham aplique da grade cromado, já a esportiva SE vinha com aplique na cor do carro. E a Hybrid já tinha o emblema azul. Também ganhou um face-lift exclusivo.


Face-lift norte-americano.

8a Geração (2017)




A nova geração do Toyota Camry, apresentada no Salão de Detroit, em janeiro de 2017, será a oitava. Ou a nona, para quem prefere incluir a versão sedã do Celica de 1980. O estilo volta a ser arrojado e diferenciado para cada versão  É possível que ainda seja lançada uma versão internacional. Não foram divulgadas as novas medidas, mas a distância entre-eixos aumentou e a altura está mais baixa. Destaque para a tecnologia: 10 airbags, detecção de pedestres, alerta de colisão, assistente de mudança de faixa, faróis inteligentes e o novo sistema multimídia da Toyota Entune 3.0, que também controla na tela touchscreen de 7 polegadas o ar-condicionado, o aquecimento e resfriamento dos bancos, o sistema de som JBL, além de se conectar com smartphones e ter acesso ao GPS, sempre atualizado. Os motores foram mantidos, mas o câmbio automático agora tem oito velocidades. A versão híbrida tem câmbio CVT, Por causa da crise econômica e da baixa vendagem da geração anterior, esta geração pode interromper a presença de 25 anos do Camry no Brasil.




TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO