Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação



Não quero justificar a Honda, mas dá para entender porque o novo City é tão mais caro do que os seus concorrentes, a ponto da versão completa ultrapassar o preço do Civic básico. Ele não é um sedã compacto como os seus possíveis grandes rivais Peugeot 207 Passion, VW Polo Sedan e Renault Symbol. Ele é um carro médio.


Com 4,40m de comprimento, o City é maior do que o Astra Sedan (4,34m) e o Bora (4,37m). No entanto, o carro da Honda é mais estreito (1,69m contra 1,71m do Chevrolet e 1,73m do Volkswagen) e tem distância entreeixos menor do que o Astra (2,55m contra 2,61m), e maior do que o Bora (2,52m). De qualquer maneira, os dois modelos médios são considerados antigos (entre 1999 e 2000) e por isso o City fica sem concorrentes. Ou melhor, cabe a ele sobrar na turma dos compactos.

ESTILO


Apesar de usar o chassi do monovolume Fit, a inspiração estética veio do Civic por causa dos faróis. A ideia da grade vem do híbrido Insight, que não existe no Brasil. A grande falha na originalidade está nas lanternas traseiras copiadas do BMW Série 3. Mas isso não tira a sua beleza. A lateral de terceiro volume curto é o grande charme do City.




ACABAMENTO


Dizem que o painel do City tem desenho semelhante ao do Fit. Não acho. Está mais próximo do luxuoso Accord, com linhas mais sóbrias. O acabamento é bem caprichado. Os forros aparentam ter boa qualidade. As portas são bem revestidas. No console prata desde o LX, o compartimento do toca-CD é escondido pelo display do som, mas é preciso atenção da montadora e cuidado do dono para a tampa não dar defeito. O volante é o mesmo do Civic.



ESPAÇO INTERNO E PORTA-MALAS


É o maior beneficiado pelo comprimento acima da média do City. Todos os passageiros, inclusive os mais altos que vão atrás, ficam bem acomodados e dispõem de cintos de segurança de três pontos e apoios de cabeça. O banco traseiro pode reclinar o encosto em até 8 graus e embaixo do assento tem uma porta-objetos.


A Honda aprendeu com as críticas ao tamanho diminuto do porta-malas do médio Civic, de apenas 340 litros, e criou um bagageiro de 506 litros para o City.

Espaçoso para os passageiros e a bagagem, está explicado porque o City é um sedã compacto tão grande.




MOTOR E CÂMBIO


Para a Honda nos lembrar que o City foi projetado sobre a plataforma do Fit ela adotou o mesmo motor 1.5 i-VTEC do monovolume para todas as versões. Com comando variável das 16 válvulas no cabeçote, o bloco tem quatro cilindros, capacidade cúbica de 1.496cm³, potência de 115cv com gasolina ou 116cv com álcool, ambas alcançadas a 6.000 rotações por minuto. Independente do combustível utilizado o torque é de 14,8 kgfm a 4.800rpm. O câmbio básico do City é o manual de cinco marchas. O automático sequencial com a mesma velocidade é opcional. Esqueça o velho CVT de relação contínua usado no Fit antigo. Em nome do custo de manutenção mais baixo as montadoras brasileiras preferem retroceder na tecnologia. Para compensar, a versão EX-L traz alavancas para troca de marcha no volante.


VERSÕES E EQUIPAMENTOS


O Honda City chega ao mercado em três versões de acabamento. A mais barata LX custa R$ 56.210 com câmbio manual. O automático custa R$ 60.010. Vem de série com ar-condicionado, direção elétrica, trio elétrico, airbag duplo, rodas de alumínio de alumínio de 15 polegadas com pneus 175/65, volante com ajuste de profundidade e altura, entre outros.

Acima do LX vem o EX que é equipado com ar-condicionado digital, freios a disco nas quatro rodas com ABS e EBD (distribuição eletrônica de frenagem entre os eixos), retrovisores com aviso luminoso de mudança de direção, rodas de alumínio 16" com pneus 185/55 e ponteira de escapamento cromada. Tudo isso por R$ 61.65o com câmbio manual ou R$ 65.450 com automático.

A top é a EX-L com preço variável entre R$ 65.375 e R$ 71.095. É apenas o City com bancos em couro e a troca sequencial do câmbio no volante na versão automática. Vale lembrar que o Civic LXS manual com bancos em couro sai por R$ 65.990 e o automático R$ 70.955.



CORES

O City pode ser comprado nas cores Branco Taffeta Sólido, Dourado Poente Metálico, Prata Global Metálico, Grafite Magnesium Metálico, Cinza Paladium Metálico, Verde Vermont Perolizado, Vermelho Rally Sólido, Preto Cristal Perolizado e Verde Deep Perolizado.


HISTÓRIA DA LINHA
O Honda City, além de ser fabricado em Sumaré (SP) para toda a América do Sul é produzido também na Tailândia, Filipinas, Malásia, Índia, Paquistão, China e Turquia. Ele não é um projeto criado no Brasil. É a quinta geração de uma linha que surgiu em 1981 como um pequeno hatch. O tipo de carroceria se manteve na segunda geração, de 1986. A terceira, de 1996, era a versão européia de cinco portas do Civic. A partir dela o City começou a ser voltado para os mercados emergentes. A quarta tornou-se derivada do Fit em 2002 e também era chamada de Aria em alguns países. E a quinta é esta que está chegando ao Brasil. Seria importada da Argentina, mas a crise econômica atrasou a construção da nova fábrica de lá.



CONCORRENTES*


Chevrolet Astra Sedan 2.0 - R$ 48.562
Chevrolet Vectra Expression 2.0 - R$ 56.642

Fiat Siena HLX 1.8 - R$ 50.299

Fiat Linea LX - R$ 55.960

Ford Fiesta Sedan 1.6- R$ 46.885

Peugeot 207 Passion XS 1.6 16v - R$ 45.700
Peugeot 307 Sedan Presence Pack - R$ 57.990

Renault Symbol Privilége 1.6 16v -R$ 46.840
Renault Mégane Dynamique 1.6 16v - R$ 57.950

VW Polo Sedan - R$ 57.955

VW Bora - R$ 55.745


* Com equipamentos semelhantes ao do City: ar condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, computador de bordo e rodas de liga-leve.



PONTOS FORTES


+ Desempenho com câmbio manual
+ Conforto

+ Porta-malas

+ Estilo
+ Acabamento

+ Espaço interno

+ Equipamentos


PONTOS FRACOS


- Preço
- Frenagem sem ABS

- Rádio com memória complicada

Observação: Os espaços entre as linhas estão desregulados porque não consegui formatar aqui no Blogger.