Prêmio principal e mais tradicional da revista Autoesporte, o Carro do Ano 2021, nomeado desde 1966, vai para o Volkswagen Nivus, o primeiro SUV-cupê fabricado no Brasil. 


É o terceiro título da marca alemã nos últimos quatro anos e o quarto em menos de uma década. A sequência começou com o Golf em 2014, voltou com Polo em 2018, seguiu com o Virtus em 2019 e só foi quebrada no ano passado com o Toyota Corolla. 


E a plataforma do Nivus, cujo nome significa SUV IN ao contrário, vem exatamente do Polo, com quem também compartilha o desenho do painel interno. Seu irmão utilitário, o T-Cross usa a base do sedã Virtus. O Nivus venceu pelo novo conceito de automóvel, pois lançamentos importantes em 2020 como os novos Peugeot 208 e Nissan Versa também foram finalistas. 


Com frente mais arrojada e caída de teto fastback, o SUV cupê chegou ao mercado em agosto em duas versões (Comfortline e Highline), ambas movidas apenas pelo motor TSI 1.0 flex (turbo de três cilindros e injeção direta) de 116 e 128 cavalos e câmbio automático de seis marchas. Para não canibalizar o T-Cross, a Volkswagen deixou-o menos espaçoso e mais baixo. Mas, por outro lado, para torná-lo mais atraente, colocou mais espaço no porta-malas, com 415 litros contra 373 litros do irmão mais quadrado. 


O Nivus introduziu no Brasil a nova logomarca da Volkswagen, em que as duas pontas do W são afastadas do círculo. E também o novo sistema multimídia VW Play, com tela de 10 polegadas. Outras atrações são o piloto automático adaptativo ACC com frenagem automática de emergência, disponíveis na versão Highline e os seis airbags desde a Comfortline. Essa estratégia, aliada à forma de divulgação, também rendeu à Volks o título de Marca Digital do Ano 2021. 


O preço de lançamento era de R$ 85.890 para a versão Comfortline e R$ 98.290 para a Highline. Mas, hoje, o Nivus já está custando R$ 89.150 e R$ 102.050. Até que não aumentou tanto.

Em 1971, a Volkswagen ganhava o título de Carro do Ano pela primeira vez, com o TL, que também era um cupê de estilo fastback, como o Nivus. Cinquenta anos depois, a marca do Carro do Povo, o Fusca, chega ao seu 11º título, encostando nos 12 da Fiat, a segunda maior vencedora, posição no ranking histórico que a Volks não ocupa desde 2001, quando a Fiat empatou em seis naquele ano com o título do Palio, vindo a superar em 2003 (em 2002 não houve premiação), com o título do Stilo, para disparar no ano seguinte com o segundo título do Palio e na sequência 2006 (Idea), 2008 (Punto), 2011 (Novo Uno) e 2012 (tri do Palio, agora na segunda geração e extinto desde 2017), última vez em que a marca italiana ganhou o título da Autoesporte. 

TL - Carro do Ano 1971. Primeiro título da Volkswagen.

Quando ganhou com o Gol GTi em 1990, a Volkswagen precisou esperar 19 anos para voltar a vencer com a terceira geração do seu hatch mais tradicional, em 2009. Depois esperou mais cinco para vencer com o Golf em 2014. Com os títulos de 2018, 2019 e agora 2021, podendo empatar na premiação de 2022 e superar em 2023, quando será possível encostar na Chevrolet, líder absoluta desde 1997, quando foi pentacampeã consecutiva com o Vectra, conquistando, então, o seu 13º título, após conquistas do Omega (1993), Vectra (1994) e Corsa (1995 e 1996). 

Golf - Carro do Ano 2014

Polo - Carro do Ano 2018

Virtus - Carro do Ano 2019

Nivus - Carro do Ano 2021. Foto: Pablo Gonzalez (Divulgação Autoesporte)


Desde aquele ano, a GM só ganharia o seu 14º apenas em 2010, com o Agile. A partir de então nunca mais venceu. Outro SUV lançado em 2020, o Chevrolet Tracker também foi finalista em 2021 e quase fez a marca da gravata a quebrar o jejum após 11 anos. A Ford ficou mais para o quarto lugar, com oito títulos, não vencendo desde 2015 com a terceira e atual geração do Ka. Dodge e Honda dividem o quinto lugar com dois títulos cada. Willys (1966), Audi (2000), Hyundai (2013). Jeep (2016) e Toyota (2020) só venceram uma vez.  

TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO E AUTOESPORTE


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