Os utilitários esportivos se tornaram uma mania em todo o mundo. Tipos de carroceria de veículos, como monovolumes, hatches, sedãs e até cupês esportivos estão sendo ameaçados de extinção. Aqui no Brasil, as peruas, praticamente, já não existem mais.

É por isso que a Volkswagen decidiu fazer um lançamento mundial do seu primeiro utilitário esportivo compacto. O T-Cross foi apresentado à mídia, simultaneamente, no Brasil (para o mercado latino-americano), na Holanda (para os europeus) e na China (para os asiáticos). E as três versões são ligeiramente diferentes, mesmo baseadas na plataforma modular MQB A0.



Seguindo o exemplo do Tiguan, que aqui ganhou o sobrenome AllSpace, o T-Cross brasileiro, fabricado em São José dos Pinhais, no Paraná, é maior que o europeu. O nosso, que chegará ao mercado em abril do ano que vem, terá 4,20m de comprimento, 1,57m de altura e 2,65m de distância entre-eixos (a mesma do Virtus). Enquanto isso, o europeu terá 4,11m, 1,56m e 2,56m. A plataforma MQB permite esta modularidade, cujo objetivo foi ampliar o espaço interno, atributo preferido dos brasileiros. 



O estilo geral será igual em todas as regiões: silhueta reta e alta, com vincos, que lembra outros SUVs da Volkswagen, como o Tiguan e o T-Roc europeu. O painel preto brilhante, sem luzes de LED (a faixa vermelha do nosso e do chinês é apenas refletiva), entre as lanternas também será padrão mundial, mas a assinatura do modelo no chinês será no canto e não no centro, como no brasileiro e no europeu. 

A maior diferença estética está na grade frontal. O nosso terá filetes horizontais escuros, com curtos detalhes cromados simetricamente espalhados (na versão mais cara) e o nome T-Cross assinado numa barra em aço escovado no para-choque. No europeu será toda escura, com barras perfuradas e um único friso cromado na base dos faróis e no meio da grade, que avança sobre os para-choques nestes dois mercados. No chinês, a entrada de ar termina na base dos faróis, que são mais retos, como no Tiguan. 


Brasil e América Latina

Europa
China e Ásia

O interior também tem a mesma aparência básica, com o painel horizontal, o recorte trapezoidal do gabinete central, onde está a tela multimídia e o quadro de instrumentos eletrônico (Active Info Display), diferenciando-se apenas nos revestimentos e nos apliques coloridos do painel. O nosso ainda terá suporte para smartphone próximo ao vidro, a exemplo do Polo. O espaço interno do T-Cross brasileiro e chinês será maior. Porém, o volume do nosso porta-malas será menor que o do europeu: uma variação (por causa do ajuste corrediço do banco traseiro) entre 385 e 455 litros para eles e entre 373 e 420 litros para nós. 


Brasil e América Latina

Europa

China e Ásia

Sem uma distribuição de equipamentos e preço definida, o T-Cross aqui terá seletor de perfil de condução, Controle de Estabilidade (ESC) de série, bloqueio eletrônico do diferencial, Park Assist 3.0, quatro entradas USB (inclusive para o banco traseiro), iluminação da cabine em LED e acabamento com apliques no painel. Também contará com faróis full-LED, seis air bags, saída de ar-condicionado para o banco traseiro e teto solar panorâmico, entre outros recursos.

A motorização será exclusivamente TSI (turbo e injeção direta), nas cilindradas 1.0 e 1.4, os mesmos do Polo e do Jetta. O primeiro tem 128 cavalos com álcool e 116 cv com gasolina e torque de 200 Nm (20,4 kgfm). O maior tem potência de 150 cavalos e torque de 250 Nm (25,5 kgfm). O câmbio será o automático de seis marchas Tiptronic para todas as versões. O manual de seis deve ficar restrito à exportação. 






Estrear (tarde) num segmento já explorado por modelos como Jeep Renegade, Ford Ecosport, Honda HR-V, Chevrolet Tracker, Nissan Kicks, Citroën C4 Cactus, entre outros, não será a última estratégia da Volkswagen. Virão outros quatro modelos até 2020.

TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO