A plataforma modular MQB, enfim, chega ao sedã Jetta no Brasil, que abandona o estilo conservador da sexta geração para assumir linhas mais esportivas e esculpidas. A frente comportada de grade e faróis retos deu lugar a um conjunto trapezoidal em que a grade termina embaixo dos faróis, lembrando o grande Passat. Já a lateral vincada é praticamente uma reprodução mais ampla do Virtus e a traseira, com lanternas horizontais e prolongamento na tampa do porta-malas mais finas que o antigo e também o sedã médio-compacto, vieram do Audi A4, que pertence ao grupo Volkswagen.



O comprimento aumentou de 4,66 para 4,70m e a distância entre-eixos agora é de 2,68m (antes 2,65m, a mesma do Virtus). A altura diminuiu um centímetro, sendo agora de 1,46m, e a largura se mantém em 1,80m.



A exemplo da carroceria, o interior ficou bem mais moderno. Abandonando aquele painel integrado com o quadro de instrumentos, que lembrava o Santana da década de 90, agora tem um painel horizontal e envolvente para o motorista, com a parte central hexagonal e a tela multimídia em destaque. O quadro de instrumentos eletrônico é de série na versão de topo. Outra novidade é a iluminação ambiente em LEDs em 10 tonalidades de cores. O acabamento mistura plástico duro e material emborrachado. O espaço interno, porém, perdeu conforto com a elevação do túnel de transmissão e quem vai atrás não tem sequer saída do ar condicionado, como os passageiros do compacto Virtus. Em compensação, é amplo para as pernas de quem fica no seu devido lado. O porta-malas continua com 510 litros de capacidade.



O Jetta chegou ao Brasil, importado do México, em duas versões, ambas com o motor 1.4 TSI Flex de 150 cavalos de potência, com 250 Newton-Metro de torque e câmbio automático de seis marchas: Comfortline e R-Line, que se diferencia pela grade com filetes e suporte preto dos retrovisores externos. Por dentro, tem volante com base achatada. E cadê o motor 2.0 TSI? Deve chegar só no ano que vem, visto que nem o mercado norte-americano ainda tem. 



O Comfortline custa R$ 109.990, tem os filetes da grade cromados e é equipado de série com seis airbags (2 frontais com desativação do lado do passageiro, 2 laterais e 2 de cortina), seis alto-falantes, ar condicionado digital de 2 zonas, assistente de partida na subida, bancos dianteiros com ajuste manual de altura, cintos de segurança traseiros de 3 pontos (inclusive o central), controle automático de velocidade (Piloto automático), controle eletrônico de estabilidade (ESC) e controle de tração (ASR), câmera de ré, descanso de braço central traseiro, descanso de braço dianteiro central, direção elétrica, espelho retrovisor interno antiofuscante (eletrocrômico), espelhos retrovisores externos eletricamente ajustáveis com função inclinação automática no lado direito, faróis de neblina com luz de conversão estática, faróis em LED com sistema DLR (luz de condução diurna), freio a disco traseiro, freio de estacionamento eletrônico, iluminação na área dos pés do motorista, lanterna traseira com iluminação em LED, lanterna traseira de neblina, luzes de leitura dianteiras, para-sóis com espelho, revestimento dos bancos internos em couro sintético preto, rodas de liga leve aro 17", seleção do perfil de condução (Normal / Esporte / Eco / Individual), sensor crespuscular com função " coming leaving and home", sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, sinal sonoro e luz de advertência para os cintos de segurança dianteiro não atados, sistema "Start-stop", sistema de alarme com comando remoto "keyless" e chave tipo canivete, sistema de navegação, sistema de som "Discover Media" com radio, tela touchscreen de 8", leitor de CD, App-Connect e sensor de aproximação, sistema Kessy (acesso ao veículo sem o uso da chave e botão para partida do motor), vidros dianteiros e traseiros elétricos, volante multifuncional em couro com comandos do rádio, computador de bordo e piloto automático. O único opcional é o teto solar elétrico e mais duas luzes de leitura dianteiras. O pacote custa R$ 4.990.



O R-Line custa R$ 119.990 e adiciona controle adaptativo de velocidade e frenagem de emergência (ACC), aplicações decorativas internas em alumínio, bloqueio eletrônico do diferencial, sistema de monitoramento "Front Assist" e o Active Info Display, o famoso quadro de instrumentos eletrônico. O teto solar também é o único opcional, pelo mesmo preço.

Segundo a revista Quatro Rodas, o Jetta 1.4 TSI acelera de 0 a 100 km/h em 9,3 segundos e recupera a velocidade entre 80 e 120 km/h em 6,5 segundos, é décimo mais lento que o Chevrolet Cruze 1.4 Turbo e fica segundos atrás do Honda Civic 1.5 Turbo. O consumo é de 12,7 km/l na cidade e 17 km/l na estrada, o melhor da categoria. Assim como a frenagem a 80 km/h em 26 metros. O ruído de 59.8 decibéis a mesma velocidade é décimos maior que o Toyota Corolla, mas o Jetta se sobressai a 120 km/h, com 65,9 decibéis. 



Com o novo estilo, o Volkswagen Jetta ficou mais vistoso e ganhou coragem para enfrentar a concorrência. Só o preço que poderia ser mais barato. Ele só custa menos que a versão mais completa do Honda Civic, a Touring. Porque comparando as versões básicas, o alemão fabricado no México também é mais caro. Imagina quando chegar o TSI 2.0... 

TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO 
DADOS DE TESTE: REVISTA QUATRO RODAS