Não acho que o novo Volkswagen T-Roc, apresentado pela primeira vez como conceito há três anos no Salão de Genebra 2014, no qual estive pessoalmente, tenha um estilo atraente. Muito reto, com teto baixo e colunas largas, parece um buggy fechado. Só gostei do desenho da frente. O roadster do conceito era mais atraente, pois seria um carro de nicho.
O T-Roc também lembra bastante o Audi Q2, com o qual divide a plataforma modular MQB. Digamos que o Volks seja uma versão mais simples do primo da marca premium.
Com 4,23m de comprimento por 1,82m de largura, o T-Roc vai se posicionar entre o futuro compacto T-Cross (o similar Seat Arona tem 4,14m) e o novo Tiguan (para o Brasil virá uma versão maior da segunda geração do primeiro utilitário compacto da Volkswagen, com 4,70m).
A plataforma, de 2,60m de distância entre-eixos, também é a mesma do Golf, mas o interior com faixa colorida brilhante no painel e quadro de instrumentos virtual é semelhante ao do novo Polo, do qual virá o T-Cross. O T-Roc acomoda cinco passageiros, sendo que os três de trás vão ligeiramente elevados em relação à dianteira. A capacidade do porta-malas é de 445 litros.
Seu estilo foi criado para ser polêmico, mesmo. Jovial. Teto e coluna dianteira têm pintura diferenciada do restante da carroceria. Está sendo anunciado como o primeiro Volkswagen com teto de cor diferenciada, mas como não lembrar da Kombi ou mesmo dos Fuscas e VW Sedan 1600 Zé do Caixão saia e blusa?
Criado também para enfrentar trilhas, tem tração integral 4Motion opcional. Assistente de monitoramento da área frontal com frenagem de emergência em cidade e monitoramento de pedestres, sistema de frenagem pós-colisão automática e sistema de alerta de saída involuntária de faixa serão de série até na versão básica, de pintura monocromática e sem cromados, assim como ar condicionado, sistema de infotainment, conjunto de luz traseira LED, proteção visual embutida (preta) e as luzes diurnas no pára-choques.
Programador de velocidade ativo, alerta de tráfego traseiro em saídas de estacionamento, assistente de mudança involuntária de faixa, assistente de congestionamento (como nos Audi), detector de objetos em ângulo morto, detector de fadiga, estacionamento semi-automático e assistente de emergência são opcionais.
O T-Roc estará disponível em três versões de acabamento: básica, Sport, com bancos esportivos, e Style, que é a versão que permite a configuração bicolor externa e interna. As duas ainda podem ser equipadas com o pacote R-Line, que tem detalhes esportivos.
O novo crossover da Volkswagen tem motores 1.0 TSI (115 cv e torque de 200 Nm), somente com câmbio manual de seis marchas e tração dianteira, 1.5 TSI (150 cv e 250 Nm) com câmbio manual ou automatizado DSG de 7 velocidades, tração dianteira ou integral 4Motion e 2.0 TSI (190 cv e 320 Nm), somente com DSG e tração 4Motion. Movidos a diesel as opções são apenas o 1.6 TDI de 115 cavalos, com câmbio manual e tração dianteira e o 2.0 TDI com potências de 150 e 190 cavalos. O menos potente pode ter a combinação câmbio manual + tração dianteira, manual + tração integral, DSG + tração dianteira e DSG + integral. Já o de 190 cv só tem a combinação completa.
Para quem se interessou pelas linhas ousadas T-Roc, uma má notícia. A Volkswagen está preparando, para fabricar na Argentina, um modelo ainda mais modesto, chamado Tharu, baseado no Skoda Kodiac, pois não merecemos carros com estilo diferenciado e boa construção. Embora não seja fã do visual do T-Roc, decidi colocá-lo no tópico Baba, Brasil! porque não aceito a forma como o nosso país vem sendo tratado pelas multinacionais da indústria automobilística.
Publicado originalmente em 18 de setembro de 2017TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
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