TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
Esqueça aquele simpático carrinho de teto arredondado, com frente de olhos arregalados e traseira chapada. O Nissan March agora é um outro carro. Em todos os sentidos. Ficou maior, com linhas mais agressivas na frente, teto alto, traseira encorpada e interior refinado.
A dianteira agora tem faróis espichados. O V cromado da grade continua, mas agora flutua sobre um espaço mais estreito. A lateral tem linha de cintura alta, com a base das janelas levemente ondulada. Perto da traseira há uma enorme elevação. A maçaneta da porta traseira está embutida na coluna C, para não interromper o dinamismo das novas linhas. Mas uma pintura preta atrás desta coluna, de forma a sugerir teto flutuante, torna o visual futurista demais. Também há um vinco em formato de gaivota nas portas, que se une ao do capô. Na traseira as lanternas deixam de ser verticais para assumirem um formato de bumerangue, concentrado na lateral. A tampa do porta-malas está mais saliente e cheia de vincos.
O ganho de mais de 17 centímetros no comprimento, agora praticamente de 4 metros podem empurrar o March para um outro segmento e tornar sem sentido o seu nome usado no mercado europeu: Micra. A largura passou de 1,67 para 1,74m e a distância entre-eixos de 2,46 para 2,53m. Apesar do estilo mais alto, a altura em si foi reduzida de 1,50 para 1,45m.
O interior ficou mais sofisticado e tornou o March mais premium. O painel te lembrou algum carro? Uma dica: é um SUV compacto criado no Brasil, que foi lançado no dia da abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Se você pensou no Kicks, acertou! O desenho horizontal, inclusive dos difusores centrais de ar, e o forro colorido são os mesmos. Só muda o quadro de instrumentos, que no March não tem aquele conta-giros virtual. O volante também tem base achatada. O espaço interno aumentou bastante, segundo a Nissan.
Na lista de equipamentos, itens que antes só estavam disponíveis em modelos de luxo como alerta de mudança de faixa, reconhecimento de pedestres com frenagem de emergência, câmeras 360°, reconhecimento de placas de trânsito, assistente para o uso de farol alto e assistente de ponto cego. Também tem ar condicionado digital, Active Ride Control (estabilizados ativo da carroceria) e o Active Trace Control (controle dinâmico em curvas), que incorporam algumas funcionalidades extras aos controles de estabilidade e tração convencionais, que já equipam o nosso Kicks. O som foi desenvolvido em parceria com a Bose, que instalou os alto-falantes no banco do motorista.
Se o Citroën C3 mostrado antes deste texto não tem novidades na motorização, o March/Micra tem. Um deles é um três cilindros 0.9 com turbo, função overboost e injeção direta de 90 cavalos. O outro é o 1.5 de quatro cilindros turbodiesel com a mesma potência. Posteriormente será lançado um 1.0 tricilíndrico convencional, muito semelhante ao usado aqui no Brasil, só que com 73 cavalos. O câmbio continua sendo o manual de cinco marchas. O automático CVT deve voltar futuramente.
O novo Nissan Micra para os europeus será fabricado pela primeira vez na França. Futuramente será produzido também no México, para atender ao mercado norte-americano. Apesar do novo estilo ter se inspirado no nosso Kicks (que tem a mesma estrutura V do agora velho March), a plataforma do hatch é mais moderna. É a modular CMF-B, que é usada no Clio, Captur europeu e será adotada nos futuros Juke e Note da própria Nissan, além dos futuros Dacia Logan, Duster e Sandero.
Isso pode afastar o March do Brasil, embora algumas fontes já tenham dito que ele virá no ano que vem importado do México e fabricado em 2019 aqui em Resende. Fica difícil em quem acreditar.
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