TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO


A vinda do Hyundai Creta para o Brasil é esperada desde antes do lançamento da nossa jabuticaba HB20, em 2012. É que os planos de produção da então futura fábrica de Piracicaba (SP) envolvia uma família de veículos composta por um hatch, um sedã e um utilitário esportivo.


Em 2014, foi lançado, na China, o ix25, um utilitário que acabou ficando com um estilo quadradão (lembra muito o Kia Soul), distante do arrojado Santa Fe, e porte do esperado utilitário do HB20 e também do i20, a versão global do HB. Só que a plataforma, por causa do espaço interno e do peso (tem aço de alta resistência), vem do Elantra e não do compacto.



No ano passado, o modelo ganhou o mundo com um novo nome: Creta, em homenagem à maior ilha da Grécia. Este ano chegou à América do Sul através do Chile e da Argentina. E no ano que vem, finalmente, após cinco anos, o Creta chegará ao mercado brasileiro e fabricado em Piracicaba. 


O SUV de linhas bem retas tem 4,27 metros de comprimento, 1,78 m de largura, 1,63 m de altura e 2,59 m de distância entre os eixos. Em porte ele se coloca entre o Jeep Renegade (4,23m e 2,57m), o Honda HR-V (4,29m e 2,61m) e o Nissan Kicks (4,30m e 2,61m), seus três principais concorrentes. 

O interior segue o padrão estético de outros modelos da marca sul-coreana, como o próprio HB20, com as saídas de ar centrais verticais ao redor da tela multimídia de 5 ou 7 polegadas (dependendo da versão). Mas no Creta o painel é mais horizontal. O quadro de instrumentos destacado tem cluster de alta definição entre os dois instrumentos clássicos. O acabamento aparenta material emborrachado, mas é de plástico duro, tendo tecido ou couro apenas nas portas. A posição de dirigir não é nem tão alta e nem tão baixa. O espaço interno parece ser suficiente para adultos e o porta-malas tem capacidade para 402 litros, um pouco menor que os dois últimos rivais citados acima (faixa de 430 litros), só que bem acima do Jeep (260 litros). 



Na lista de equipamentos oferecidos no mercado externo estão rodas de liga leve de 17 polegadas, luzes diurnas de LEDs, ar condicionado digital, central multimídia com navegador GPS, seis airbags, controles eletrônicos de estabilidade e tração, encaixes ISOFIX para cadeirinhas infantis, bancos com revestimento de couro, entrada sem chave, botão de partida e até câmera na traseira.


Na mecânica, ele usa um motor diesel e outro a gasolina. O diesel é 1.6 CRDi VGT de 133 cavalos. Depois que a Jeep colocou o 2.0 no Renegade, não dá para descartá-lo, mas é difícil que venha. O motor mais provável para equipar o nosso Creta é o 1.6 Flex de 122/128 cavalos já usado no HB20 e outros modelos do grupo Hyundai/Kia. Se alguém iluminar os engenheiros e executivos da filial brasileira quem sabe vem o 2.0 Flex do i30? A transmissão manual ou automática tem seis velocidades. A tração será 4x2 na dianteira.


A grade hexagonal que dará identidade ao Creta terá um formato diferente no modelo brasileiro, podendo ser colmeiada ou com aletas mais finas. E as lanternas traseiras horizontais deverão ser mais simples. A versão final será apresentada no Salão do Automóvel de São Paulo.


Ainda não há uma estimativa de preços, mas deverá ser o suficiente para o Hyundai Creta fazer um barulho no segmento de SUVs compactos.