Com o lançamento do Uno, em 1984, a Fiat não queria apenas um hatch para concorrer com o Volkswagen Gol e o Ford Escort. Ela pretendia formar uma família de compactos, que incluía um três volumes, uma perua (Elba), uma picape e um utilitário (estes dois últimos chamados de Fiorino),
O sedã de duas portas, responsável por enfrentar diretamente o Chevrolet Chevette, surgiu logo no ano seguinte, em 1985. O nome escolhido, Prêmio, foi uma das últimas sacadas do departamento de marketing da filial brasileira da marca italiana. Hoje temos que aceitar os nomes estrangeiros que as matrizes das marcas nos impõem.
Com 4,03 metros de comprimento (39 cm a mais que o Uno), mas a mesma distância entre-eixos de 2,36m, o Prêmio tinha desenho igual ao hatch até a janela lateral traseira. A inclusão do terceiro volume foi bem feita. A traseira era alta e a tampa do porta-malas descia até o para-choque, para melhorar o acesso ao porta-malas. Um recurso inédito naquela época entre os sedãs (as peruas já tinham). Para isso, as lanternas verticais ficavam nos cantos. Aliás, a capacidade do bagageiro era de 530 litros, um recorde na categoria.
O interior era o mesmo do hatch. Inclusive na posição de dirigir elevada. O espaço interno era levemente superior por causa da disposição dos bancos. Visualmente havia alguns detalhes diferenciais, como o estofamento marrom dos bancos e das portas e uma placa de alumínio no painel com o nome do modelo. Foi o primeiro carro brasileiro a oferecer computador de bordo, mas como acessório. O Oggi, antecessor do Prêmio e derivado do 147, foi rapidamente esquecido.
O Prêmio chegou ao mercado em março de 1985 somente na versão CS com motor 1.5 de 71,4 cavalos, produzido na Argentina pela Sevel (antiga parceria entre Fiat e Peugeot no país platino). Em agosto chegou o básico S, com o mesmo motor 1.3 nacional do Uno, de 58,7 cv. O câmbio manual de cinco marchas (opcional no S, que tinha quatro) tinha engates duros, um problema que a Fiat carregou durante anos.
Em 1987, o Prêmio ganhava a versão de quatro portas, aproveitando no mercado interno o lote que era exportado para a Europa, junto com a Elba. Os dois eram chamados lá, respectivamente, de Duna e Duna Weekend. O brasileiro na época só gostava (ou as montadoras entendiam assim) de carros de duas portas, daí o Prêmio ter sido lançado com esta carroceria.
O Prêmio quatro portas era vendido no Brasil apenas na nova versão top CSL, ainda com motor 1.5. Tinha uma terceira janela na lateral e as quatro maçanetas eram salientes, diferente do que era usado em toda a linha Uno e no Prêmio duas portas: uma lingueta no vão entre a porta dianteira e o batente. A divisão para acomodar as colunas e as novas portas sem mudar o tamanho do carro impediu que os vidros traseiros fossem abaixados totalmente e também que o passageiro de trás pudesse abri-lo ou fechá-lo eletricamente. Apenas o motorista e o carona tinham esse privilégio. No banco de trás só na manivela.
Na linha 1988, o motor 1.5 argentino ganhou mais potência, subindo para 82 cavalos. Em 1989, a versão CSL ganhava um novo painel, que dispensava os comandos satélites e o cinzeiro móvel e unia os instrumentos à parte central, esta voltada para o motorista. Um recurso estético semelhante ao do médio Chevrolet Monza. Na linha 1990, o Prêmio CSL passava a ser 1.6, com 84 cavalos com gasolina ou 88 cavalos com álcool (vendido separadamente, pois não era flex). O motor ainda era argentino.
Na linha 1988, o motor 1.5 argentino ganhou mais potência, subindo para 82 cavalos. Em 1989, a versão CSL ganhava um novo painel, que dispensava os comandos satélites e o cinzeiro móvel e unia os instrumentos à parte central, esta voltada para o motorista. Um recurso estético semelhante ao do médio Chevrolet Monza. Na linha 1990, o Prêmio CSL passava a ser 1.6, com 84 cavalos com gasolina ou 88 cavalos com álcool (vendido separadamente, pois não era flex). O motor ainda era argentino.
Para 1991, toda a linha Uno (exceto o Mille) ganhava nova frente, com faróis mais largos e finos e grade na cor do carro. E o Prêmio foi incluído na mudança. Ganhou injeção eletrônica monoponto em 1992 no motor 1.5 na nova versão SL i.e.. No ano seguinte a carroceria duas portas deixou de ser produzida. E no final de 1993, o painel foi inteiramente renovado, voltando a ficar com o quadro de instrumentos destacado.
Em 1995 todo o carro passou a ser importado da Argentina em apenas uma única versão e mudou de nome para Duna, como era chamada a versão de exportação. O motor 1.6 i.e. recebeu injeção eletrônica multiponto. Parou de ser importado com o lançamento do seu sucessor, o Siena, derivado do Palio, na época também fabricado no país de Maradona e Messi. E lá continuou em produção até 2001. Há trinta anos o Brasil ganhou um merecido Prêmio, mas perdeu uma década depois.
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