O March foi lançado no Brasil em 2011 e anunciado pela Nissan com toda a pompa como o primeiro popular japonês. A pretensão era tomar a liderança de então quase 25 anos do Volkswagen Gol.
A marca japonesa só não contava com o desentendimento político-econômico entre o Brasil e México - antiga origem do compacto que na Europa é chamado de Micra - logo na época da sua chegada. Para resolver o impasse foi criada uma cota de importação sem impostos entre os dois países. Com tantos veículos vindos do país norte-americano, o March acabou ficando com pouco volume e o sonho de ser líder foi por água abaixo.
Para manter vivo o seu objetivo, a Nissan tratou de construir uma nova e moderna fábrica em Resende, no sul do estado do Rio, que vai produzir, além do March, o sedã Versa. O monovolume Note, infelizmente, foi descartado para substituir a Livina.
Para manter vivo o seu objetivo, a Nissan tratou de construir uma nova e moderna fábrica em Resende, no sul do estado do Rio, que vai produzir, além do March, o sedã Versa. O monovolume Note, infelizmente, foi descartado para substituir a Livina.
Unidade inaugurada foi preciso um diferencial para marcar a nova vida carioca (fluminense, para ser mais correto) e, assim, o March foi parcialmente reestilizado, mudando a frente e o interior. Mesmo mantendo a estrutura básica da carroceria, o modelo 2015 foi chamado exageradamente de New March.
SL |
Os faróis ovais do modelo mexicano, que continua à venda somente com motor 1.0, passam a ter formato pontiagudo com fundo escuro (só na versão top). A grade já era aberta, mas agora tem tela em colmeia (presente também no para-choque que abriga os faróis de neblina) e incorpora o emblema e um friso em V, como manda o padrão estético da Nissan. A frente ficou mais bicuda e um pouco desproporcional com o tamanho do carro. Lembra muito o Kia Picanto. A traseira não mudou e o teto manteve o vinco em arco.
SL |
Por dentro a grande novidade é a parte central do painel que ficou mais sofisticada com detalhes prateados, revestimento em preto brilhante e saídas de ar retangulares (eram redondas, como típico carro popular), além do cluster do ar condicionado digital circular e da tela multimídia. O volante é o mesmo do sedã médio Sentra. Dá a impressão de que o acabamento melhorou, mas é exatamente o mesmo do anterior, tanto que as saídas das pontas ainda são redondas.
Você leu tela multimídia? Isso mesmo! É outra das grandes novidades do March 2015 (de New eu não chamo). Também tem GPS, câmera de ré (o sensor de estacionamento é vendido como acessório) e conexão com o Facebook e o Google, uma bossa que nem o Sentra tem e só é oferecida na versão top. O ar condicionado digital não está presente em todas as versões, mas o manual é oferecido desde o modelo básico. E pensar que o mexicano, quando foi lançado, não tinha nem freios ABS. Mas continua devendo o câmbio automático.
O "novo" March continua com os motores flex 1.0 (74 cv, fabricado no Paraná) e 1.6 (111 cv, fabricado em Resende), ambos 16v. As versões são a Conforto (só com o 1.0), S (com as duas cilindradas), SV (também com os dois) e SL, exclusivamente com motor 1.6.
Esta última, segundo a revista Quatro Rodas, acelera de 0 a 100 km/h em 10,6 segundos, retoma entre 80 e 120 km/h em 16 segundos, faz média de consumo de 8,4 km/l na cidade e 11,7 km/l na estrada, freia em 26,7 metros a 80 km/h e tem um ruído interno de 66,5 decibéis a mesma velocidade. Números que não fazem feio diante do Gol Rallye com o novo motor 1.6 de 120 cavalos, com exceção do ruído.
O March Conforto custa R$ 32.990 e traz de série ar condicionado, direção elétrica progressiva com regulagem de altura, computador de bordo e os obrigatórios airbags frontais e freios ABS, sendo que estes têm controle eletrônico e assistência de frenagem. As rodas são de 14 polegadas com calotas.
Conforto e S |
O S adiciona trio elétrico e chave com controle remoto, elevando o preço para R$ 34.490 com motor 1.0 e R$ 37.490 com o 1.6. O SV acrescenta CD Player com MP3, entrada para iPod, USB, Bluetooth, tudo com com comandos no volante. Visualmente ele ganha rodas de liga-leve de 15 polegadas, aerofólio traseiro com brake-light e faróis de neblina. Sai por R$ 36.990 e 39.990. Por fim, chegamos ao top SL, que substitui a esportiva SR e completa a linha com o sistema multimídia, câmera de ré, ar condicionado digital, alarme e rodas de 16 polegadas. O preço é de R$ 42.990 e fecha em R$ 43.980 com a pintura metálica, que pode ser grafite, prata, branca ou azul. Preta e vermelha não têm custo.
SV |
Comparado aos concorrentes Fiat Palio (dos R$ 36.511 pedidos pela Attractive 1.0 com ar condicionado até a Essence 1.6 manual com opcionais próximos ao do March, por R$ 46.442), Gol (de R$ 34.640 - Trendline 1.0 com ar - a R$ 50.510 - Rallye 1.6 manual básica) e Chevrolet Onix (R$ 39.096 - LT 1.0 - a R$ 48.296 - LTZ 1.4 manual), o March vence em custo-benefício. Se depender disso, o March vai, enfim, cumprir o seu objetivo.
FICHA TÉCNICA
Motores: Quatro cilindros, transversal, flex, 998 (1.0) e 1.598 (1.6) cm³,16 válvulas
Potência: 74 cv (1.0) e 111 cv (1.6)
Câmbio: Manual de 5 marchas
Aceleração de 0 a 100 km/h: 10,6 segundos (Quatro Rodas, 1.6 com álcool)
Velocidade máxima: 191 km/h (1.6 - fabricante)
Consumo: 8,4 km/l na cidade e 11,7 km/l na estrada (Quatro Rodas, 1.6 com álcool)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 3,83/1,68/1,53/2,45 m
Porta-malas: 265 litros
Tanque: 41 litros
Preços: R$ 32.990 (Conforto 1.0) / R$ 34.490 (S 1.0) / R$ 37.490 (S 1.6) / R$ 36.990 (SV 1.0) / R$ 39.990 (SV 1.6) / R$ 42.990 (SL 1.6)
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