TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO 


O ano de 2013 marcou a renovação de duas lendas da indústria norte-americana e mundial. Começou com o lançamento da sétima geração do Chevrolet Corvette e fecha com a divulgação das imagens e algumas especificações da também sétima versão do Ford Mustang, que vai completar 50 anos em 2014. 

Os dois não são concorrentes diretos, mas o novo Mustang ficou muito parecido com o rival de porte maior em detalhes como a caída do teto, o vidro traseiro quase horizontal e o vigia lateral unido à janela. Haverá também uma versão conversível. Antes que os corveteiros venham me criticar já digo logo que as semelhanças param por aí. O Ford tem a sua personalidade. 


Embora suas linhas sejam totalmente novas, ele ainda lembra a geração anterior retrô do fastback de 1967, com capô longo e traseira curta. A enorme grade hexagonal segue a atual identidade visual da Ford. Mas no lugar de frisos cromados há uma enorme tela em colmeia que parece lembrar o radiador. Cravada nela está o emblema prateado do cavalo selvagem que dá nome ao esportivo no centro. Os faróis agora são esticados, com três filetes mais próximos à grade e não mais na lateral. 


Esta tem vários vincos, o que já é normal, mas destaco um isolado que corta o bocal do tanque de combustível. É na traseira inclinada e com lanternas em três blocos verticais que está o DNA do Mustang, presente em todas as gerações, em algumas de forma sutil. 


No interior, outra marca registrada é o painel (em aço escovado) com coberturas trapezoidais no quadro de instrumentos (com duas capelas redondas e cromadas separadas pelo cluster do computador de bordo) e no lado do carona. Há três saídas de ar circulares no centro e as das extremidades são retangulares embutidas nas coberturas. O volante tem a modernidade do braço inferior vazado com comandos multifuncionais nos braços horizontais e a tradição do miolo redondo. Detalhes cromados também não faltam no volante, na alavanca de câmbio e nos puxadores das portas. Outros toques de atualidade são a tela multimídia do sistema MyFordTouch Sync (com GPS, Bluetooth, som de alta qualidade Shaker Pro), o ar condicionado digital e o botão de partida sem chave. O console central é emoldurado por costuras em couro, revestimento também presente nos bancos e no console do assoalho, com dois porta-copos. Também fazem parte da lista de equipamentos os detectores de ponto cego, assistente de estacionamento e controles de estabilidade e tração. O espaço para os dois passageiros de trás aumentou. 


De pony car (carro pônei, compacto), o Mustang passou a ser chamado de muscle car por causa dos seus motores fortes. Mas a nova geração também merece o termo por estar mais larga e cheia de vincos. Para manter a tradição, ele continua com os eternos e brutos V6 e V8, que foram atualizados. O primeiro é um 3.7 com 310 cavalos de potência. O de oito cilindros é 5.0 com 420 cv. A novidade é a terceira opção: um Ecoboost 2.3, de quatro cilindros, com turbo e injeção direta de 305 cv. O câmbio pode ser manual ou automático de seis velocidades, com troca manual nas borboletas do volante. Em dois ou três anos será lançada uma transmissão de dez marchas. Outra característica mecânica é a nova suspensão traseira independente com braços de alumínio. Versões preparadas pela Shelby surgirão nos próximos anos. 

 Além de ganhar uma nova geração (a terceira em intervalos de dez anos), outro presente para a entrada do Mustang na turma dos cinquentões é transformá-lo num modelo global. Apresentado simultaneamente em cidades (Nova York, Los Angeles, Detroit, Xangai, Barcelona e Sidney) de quatro continentes, o Mustang será enfim importado pelo Brasil em 2015, para brigar com o Camaro (seu verdadeiro concorrente) e inspirar os sertanejos universitários a comporem uma música para eles. 



A História do Mustang em fotos

1a Geração (1964)





2a Geração (1971) 




3a Geração (1974)




4a Geração (1979)




Face-lift 1987

5a Geração (1994)





Face-lift em 1999 nas duas fotos acima

6a Geração 2005




Face-lift 2011