No mercado, o Honda Accord nunca teve o mesmo prestígio de um Mercedes, um Audi, um BMW ou de um Volvo. Mas, historicamente, representa muito para a Honda no Brasil. O Accord foi o primeiro automóvel da marca japonesa a ser importado para cá, em 1991, ainda na quarta geração.
Agora em julho, a nona geração do segundo maior sedã com o emblema Honda (abaixo do Legend, vendido aqui nos anos 90 e nunca mais importado) chegou às concessionárias brasileiras em duas versões de equipamentos (ambas chamadas EX) , diferenciadas pelos motores: um de quatro cilindros 2.4 e outro V6 3.5.
À primeira vista parece que o Accord não mudou nada. De perfil, ele lembra muito a geração anterior por causa do teto arqueado, dos vincos e do recorte das janelas. Os faróis mantiveram o formato retangular, mas estão mais finos, espichados e, lá dentro, com novos refletores e luzes diurnas de LED (só no V6). A grade foi a que mais mudou, embora a moldura e os frisos cromados, lembre o CR-V antigo. As lanternas traseiras, que se limitavam aos cantos, passaram a se estender na tampa do porta-malas e também ganharam LEDs.
Mesmo com a nova plataforma, a distância entre-eixos caiu de 2,80m para 2,77m. O comprimento também caiu de 4,93 para 4,89m e a altura de 1,48 para 1,47m. A largura foi mantida em 1,85m. Apesar do encolhimento do Accord, o espaço para as pernas no banco traseiro aumentou cerca de quatro centímetros e o porta-malas passou de 446 para 461 litros.
Todos os Accord trazem direção elétrica adaptativa, ar condicionado digital de duas zonas, bancos em couro, ajuste elétrico dos bancos dianteiros, piloto automático, CD Player com MP3, Bluetooth e comandos no volante, câmera de ré, airbags frontais, freios ABS com EBD e assistente de frenagem, assistente de partida em ladeira e controle de estabilidade. O V6 tem sistema de abertura e ignição sem chave, teto-solar, saída do ar condicionado para os bancos traseiros, airbags laterais e de cortina e câmera no ponto cego do retrovisor lateral direito, projetando imagem na tela superior.
A versão de quatro cilindros custa R$ 119.900 e a V6, R$ 147.900. Seus concorrentes são o Ford Fusion (R$ 92.990 o 2.5 e R$ 101.990 o 2.0 Ecoboost), Volkswagen Passat 2.0 (entre R$ 114.480 e R$ 140.521), Peugeot 508 1.6 THP (R$ 109.990), Citroën DS5 1.6 THP (R$ 124.970), Toyota Camry V6 3.5 (R$ 146.650), Chrysler 300C, Hyundai Azera e o renovado Kia Cadenza V6 3.5 (R$ 139.900). Ainda virão em 2013 o renovado Chevrolet Malibu e o inédito Nissan Altima.
Ambos da família chamada Earth Dreams, que promete eficiência ambiental, o motor de quatro cilindros 2.4 tem quatro válvulas por cilindro e rende 175 cavalos, superando os 165 do 1.6 THP dos sedãs Peugeot-Citroën. O V6 3.5, também com quatro válvulas por cilindro, entrega 280 cv (perde apenas para os 286 cv do Chrysler 300C) e ainda tem o sistema que desativa metade dos seis cilindros de acordo com a velocidade do carro, o giro do motor e até necessidade do motorista, que pode desativar o sistema através da posição Sport no câmbio. Aliás, a transmissão é automática e tem cinco velocidades na versão de 2.4 e seis no 3.5.
Segundo a revista Quatro Rodas, o Accord acelera de 0 a 100 km/h em 9,4 segundos com motor de quatro cilindros e 6,6 segundos com o de seis. A retomada entre 80 e 120 km/h é cumprida em respectivos 6 e 4,1 segundos. O V6 supera todos os concorrentes em desempenho.
O consumo é muito próximo entre as duas versões. Ambas estão na faixa dos 9 km/l na cidade e 13 km/l na estrada. O 2.4 é três décimos mais econômico na cidade e quatro na estrada. Supera quase todos os concorrentes, com exceção do 300C e o Peugeot 508. Os dois Accord têm o moderador de consumo Econ.
A frenagem do 2.4 também é melhor que a do 3.5. São 65,2 metros contra 66,4 m a 120 km/h. Já o V6 retoma a superioridade no nível de ruído, mesmo andando com metade dos cilindros, o que gera mais ruído. Mérito da nova suspensão traseira com coxim ativo, que reduz as vibrações. São 62,9 contra 64,5 decibéis a 120 km/h. A frenagem é a pior entre os rivais, mas o nível de ruído fica na média.
Nestes mais de 20 anos de carreira no Brasil, o Honda Accord já foi importado do Japão, do México, mas voltou a ser japonês. Esta nova geração vem dos Estados Unidos com mais tecnologia, ótimo desempenho, consumo, conforto e espaço interno, mas fica devendo no porta-malas, segurança e um visual mais ousado do que o anterior. História no mercado brasileiro o Accord já tem, mas o mesmo prestígio das marcas alemãs ficará a cargo da Acura, divisão de luxo da Honda nos Estados Unidos que chegará ao país (provavelmente só em São Paulo) em 2015.
Pontos Fortes
+ Acabamento
+ Espaço interno
+ Motor V6
+ Desempenho
+ Consumo
Pontos Fracos
- Estilo que lembra o anterior
- Porta-malas
- Preço
Pontos Fortes
+ Acabamento
+ Espaço interno
+ Motor V6
+ Desempenho
+ Consumo
Pontos Fracos
- Estilo que lembra o anterior
- Porta-malas
- Preço
FICHA TÉCNICA
Motores: Quatro cilindros em linha, transversal, gasolina, 2.356 cm³, 16 válvulas
Seis cilindros em V, transversal, gasolina, 3.471 cm³, 24 válvulas
Potência: 175 cv (2.4) e 280 cv (V6)
Câmbio: Automático de 5 (2.4) e 6 marchas (V6)
Tração: dianteira
Aceleração de 0 a 100 km/h: 9,4 (2.4) e 6,6 segundos (V6) (revista Quatro Rodas)
Velocidade máxima: Não informada
Consumo: 9,3 km/l na cidade e 13,4 km/l na estrada (2.4) / 9,0 e 13,0 km/l (V6) (Quatro Rodas)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,89/1,85/1,47/2,77m
Porta-malas: 461 litros
Tanque: 65 litros
Preço: R$ 119.900 (2.4) e R$ 147.900 (V6)
História do Honda Accord em Fotos
1a Geração - 1976
2a Geração - 1981
Foto: NetCarShow.com |
4a Geração - 1989 (No Brasil em 1991)
Foto: NetCarShow |
O primeiro Accord europeu |
Type R europeu |
7a Geração - 2002
Accord Euro R |
8a Geração - 2008
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