Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação


Já virou clichê dizer que os motores turbinados agora são usados para reduzir o peso, o consumo de combustível e a emissão de poluentes sem perda de potência e desempenho. No entanto, ainda tem montadora que continua turbinando seus carros para associá-los à esportividade, como a Fiat fazia nos anos 90, com o Uno e o Tempra. 

O novo exemplo atual vem da Renault, que equipou o seu pacato e eficiente sedã médio Fluence (bicampeão dos comparativos do Guscar) com um motor turbo 2.0, desenvolvido pela divisão internacional da marca francesa, a Renault Sport, e o transformou no invocado Fluence GT, que está à venda no Brasil, sempre importado da Argentina, como toda linha. 



Vendido por R$ 79.370, o Fluence GT ganhou spoilers nos para-choques, pneus 205/55 com rodas estreladas e cromadas de 17 polegadas, retrovisores externos pintados de cinza (simulando fibra de carbono) e um discreto aerofólio embutido sobre a tampa traseira. No interior todo preto, a novidade é o velocímetro digital, como na linha Mégane europeia e no Fluence reestilizado mostrado no post anterior (o GT ainda tem a frente antiga). Os bancos em couro são mais anatômicos, têm costura vermelha e a inscrição GT no apoio de cabeça dos dois bancos. Também há revestimento de couro nas portas e no volante. Os pedais são de alumínio e a soleira da porta tem a inscrição Renault Sport em fundo cinza. O Fluence GT só está disponível nas cores preta, vermelha e branca. 


Os equipamentos de série são os mesmos da versão top normal Privilegé, como ar-condicionado digital com duas zonas de regulagem de temperatura e saídas de ar para os passageiros de trás, chave do tipo cartão (que bastam estar presentes no bolso para apertar o botão de partida), direção elétrica com assistência variável, airbag duplo frontal, lateral e do tipo cortina, freios ABS com distribuição eletrônica de frenagem e assistência de frenagem de urgência (AFU), controles de estabilidade (ESP) e de tração, sensor de chuva, acendimento automático dos faróis, Bluetooth, rádio CD Player com reprodução de arquivos em MP3 e conexão iPod, sistema de navegação por satélite (GPS) integrado ao painel e computador de bordo. O GT ganhou a mais faróis de xenón com lavadores, teto solar elétrico e o som projetado pela francesa Arkamys. 


A grande estrela, o motor turbo 2.0 TCe 180, usado no Mégane GT hatch europeu, tem 180 cavalos de potência e torque máximo de 30,6 kgfm, atingidos a 2.250 rpm. É a primeira vez que um Renault vendido no Brasil utiliza turbocompressor. A atuação da divisão esportiva da marca também é inédita. O câmbio é manual de seis marchas, com diferencial de relação alongado. Suspensão e molas foram calibradas para a nova versão esportiva, que acelera de 0 a 100 km/h em 8 segundos e alcança os 220 km/h.  


O Renault Fluence GT vai enfrentar dois modelos turbinados como ele, mas com proposta diferente, mais adeptos ao downsizing. Um deles é o conterrâneo Peugeot 408 (R$ 74.900), que usa motor 1.6 THP de 165 cavalos. O outro é o Volkswagen Jetta 2.0 TFSI, de 200 cavalos (R$ a partir de R$ 84.990). Ambos têm injeção direta e câmbio automático. Mas o Renault se posiciona entre eles em preço e potência e ainda tem mais torque. 

A Renault não só conhece o perfil diferenciado dos concorrentes, como quis que o Fluence GT fosse propositalmente esportivo para vender 70 unidades por mês com três anos ou 100 mil km de garantia. 

FICHA TÉCNICA - RENAULT FLUENCE GT 2.0 16V TURBO

Motor: Quatro cilindros, transversal, 16 válvulas, gasolina, 1.998 cm³
Potência: 180 cavalos
Aceleração de 0 a 100 km/h: 8 segundos 
Velocidade máxima: 220 km/h
Consumo: 8,1 km/l na cidade e 13,5 km/l (Quatro Rodas)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,64/1,81/1,47/2,70 m
Porta-malas: 530 litros
Tanque: 60 litros
Preço: R$ 79.370