Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação 


A nostalgia está em alta na Volkswagen. Primeiro ela retomou o nome Fusca na nova geração do New Beetle vendida no Brasil. Depois apresentou, com toda a pompa no Salão do Automóvel, o Gol de duas portas, uma versão que já era pra estar no mercado desde 2008, mas que acabou se tornando a maior novidade entre os carros de produção no evento de São Paulo em 2012. Foi como nos velhos tempos, quando pequenas versões eram as grandes atrações das montadoras.

Agora é a vez do novo Santana, que deve começar a ser fabricado na virada de 2013 para 2014. O investimento para fabricá-lo aqui já está garantido pelo BNDES. Além de reviver o saudoso sedã evoluído do primeiro Passat, ele vai concorrer com os sedãs compactos espaçosos (Chevrolet Cobalt, Fiat Grand Siena, Nissan Versa e talvez Peugeot 301 e Citroën Elysée).


O resgate, contudo, fica só no nome. O Santana do século XXI não tem nada a ver com o velho modelo que nasceu em 1984 e morreu servindo como táxi em 2006. O estilo obedece o atual (e banalizado) padrão estético da Volkswagen mundial, que tirou a personalidade do velho Santana, fazendo dele uma mistura, em escala reduzida, da traseira do Jetta com a frente do atual Passat. 

Assim, o novo Santana vai se posicionar abaixo deles e acima do Voyage, matando o velho Polo de 2002. Ele usa a plataforma PQ25, com 2,60m de distância entre-eixos, adotada no Seat Toledo, Skoda Rapid e novo Polo. A princípio, o Brasil teria a versão sedã deste último, que em alguns mercados é chamado de Vento. 


Só que o Santana também faz muito sucesso na China, desde a primeira geração original europeia até a reestilização criada no Brasil, que ainda são vendidas por lá. Por isso, a Volkswagen decidiu projetar um novo modelo, maior, que pudesse manter o nome por lá e revivê-lo por aqui e em outros mercados subdesenvolvidos. 

E será no rico país comunista da Ásia que o Santana começará a ser vendido em três versões de acabamento, já conhecidas por aqui: Trendline, Comfortline e Highline. Entre os equipamentos estão ar-condicionado, direção assistida, airbags frontais, laterais e de cabeça, freios ABS, controles de estabilidade e tração, entre outros. Na versão mais cara haverá teto solar, ar-condicionado digital, bancos revestidos em couro e imitação de madeira no painel, que deve ser descartada em nosso país. A capacidade do porta-malas é de 480 litros. 


Ainda na China ele terá o novo motor EA211 de dezesseis válvulas nas duas variações de clindrada: 1.4 com 90 cavalos e 1.6 com 110 cv. O consumo médio em ambas está na faixa dos 16 quilômetros por litro. O Brasil pode ter apenas o motor 1.6 e adaptado para beber álcool e gasolina. 

Não se sabe se o novo Santana vai reconquistar os nossos antigos executivos, mas os taxistas, muito provavelmente sim, pois a Volks ficou seis anos de fora deste lucrativo mercado, perdendo preferência para a Chevrolet, primeiro com a minivan Meriva e agora com o Cobalt.