Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação


Bastou a General Motors renovar a picape média S10 para a Ford reagir com a novíssima geração da Ranger, sua maior concorrente. Entretanto, a Chevrolet não é o único alvo da marca oval azul: a Volkswagen Amarok, com seu câmbio automático de oito marchas; a Nissan Frontier com os seus 190 cavalos; as linhas ainda atuais da Mitsubishi L200 e da veterana Toyota Hilux, que começou toda esta renovação das picapes médias, também estão na mira.


Mas não basta só enfrentar. A Ranger quer ser superior. Para isso, a Ford reuniu seus oito centros de desenvolvimento pelo mundo para criar um projeto global, capaz de ser o melhor em 180 países onde atua. Curiosamente, os Estados Unidos, onde a Ranger nasceu há 30 anos, não terão mais a nova versão da picape média. Em seu país natal, a marca concorre com a sessentona e grandalhona F-150 e sua derivação Super Duty. A estreia global da nova Ranger foi na Tailândia, mercado que se tornou referência no gênero e apresentou ao mundo a nova S10 (Colorado por lá), a L200 Triton (em 2006) e a Hilux (em 2004).

A nova Ranger vendida no Brasil é fabricada na Argentina, como acontece desde 1998. Podemos dizer que esta nova é apenas a terceira geração. A primeira foi vendida apenas nos E.U.A. entre 1982 e 1993. A segunda é a que conhecemos desde 1995, quando foi lançada aqui, ainda importada dos states. Portanto, as modificações ocorridas em 1998, 2004 e 2009 foram meros face-lifts.


As linhas da Ranger 2013 ficaram bem mais modernas, apesar de não haver nenhuma revolução no estilo, como acontece com a Mitsubishi. O para-brisas está mais inclinado, a linha de cintura é alta e as quinas foram suavizadas. Os para-lamas dianteiros ganharam uma falsa entrada de ar, como nos modelos esportivos. Na versão top Limited, o santantônio tem desenho integrado à carroceria e na XLT é tubular. Embora tenham diminuído, faróis e grade (que manteve o conceito das três lâminas, mas incluiu o nome do carro gravado no filete superior) deram uma aparência mais parruda à frente, com o para-choque na cor do carro (nas versões mais sofisticadas).


Atrás, a caçamba ficou mais alta, mas peca por não vir de série com um protetor interno, nem na Limited. É vendido como acessório. A capacidade de carga varia de acordo com a carroceria e motorização. A de cabine simples com motor 3.2 a diesel tem 1.400 kg e a cabine dupla 1 tonelada.  Em relação ao volume, a medida é de respectivos 1.800 e 1.180 litros. Esta última só perde para a Volkswagen Amarok e seus 1.280 litros.


A Ranger ganhou um interior de carro de passeio, abolindo o visual rústico da geração antiga. O painel agora tem desenho bem elaborado, com quadro de instrumentos esportivo, tela multimídia no console central (maior na Limited) e acabamento caprichado, que a deixou tão silenciosa quanto um sedã médio. Também dignos de modelos do gênero são equipamentos da versão mais cara Limited: ar condicionado digital, piloto automático, controle de estabilidade, GPS, banco do motorista elétrico, entre outros. O habitáculo é bem espaçoso e o encosto do banco traseiro da cabine dupla não é tão vertical, como ocorre nas picapes. Há apoio de cabeça para os três passageiros, mas falta o cinto de segurança de três pontos para todos até na Limited. Em compensação, a nova Ranger ganhou cinco estrelas no crash-test da Euro-NCAP. 


São três opções de motores, inteiramente novos e projetados pela própria Ford (na geração antiga, os diesel eram fornecidos pela International). O mais simples é o turbodiesel de quatro cilindros 2.2 de 125 cavalos. O intermediário é o flex Duratec, também de quatro cilindros, com 2.5 litros de cilindrada e 16 válvulas. Adaptado a partir do bloco a gasolina do Fusion, rende 168 cv com este combustível e 173 cv com álcool. A estrela top é o 3.2 Duratorq, turbodiesel, de cinco cilindros em linha. Com quatro válvulas por cilindro, tem injeção eletrônica de alta pressão e turbina de geometria variável. Rende 200 cavalos e passa a ser o mais potente do segmento. Quem tem pôneis malditos agora, Nissan?


A Ranger flex só pode ter tração traseira e câmbio manual de cinco marchas. As diesel têm tração 4x4, esta temporária, com seletor giratório no painel, e opção de transmissão manual ou automática de seis marchas.

XL
A distribuição das versões ficou assim: a XL, mais despojada, com grade cinza clara, para-choques, maçanetas e retrovisores externos pretos, rodas de aço de 16 polegadas sem calotas, podendo ter cabine simples ou dupla, é equipada com motor 2.2 turbodiesel, tração 4x4 e câmbio manual de seis marchas. É vendida apenas para pessoas jurídicas. 

Vem de fábrica com ar-condicionado, direção hidráulica, travas elétricas com controle remoto, freios ABS nas quatro rodas com EBD, alarme volumétrico, computador de bordo com sete funções, coluna de direção com regulagem de altura, abertura interna do tanque de combustível, chave tipo canivete, console no teto com luz de leitura e porta-óculos. Estranhamente, mesmo tendo vidros e retrovisores externos com acionamento manual e a aparência rústica, a XL não é a mais barata: sai por R$ 77.900 na cabine simples.

XLS
A XLS é a mais acessível de todas, o que faz da XL um verdadeiro tiro no pé. Pode ter cabine simples ou dupla, motor Duratec 2.5 flex ou o 3.2 Duratorq turbodiesel, sendo este com tração 4x4 e câmbio manual de seis velocidades. Visualmente tem grade cinza, para-choques na cor do veículo e rodas de liga-leve de 16 polegadas. Acrescenta os vidros elétricos (com acionamento do tipo um toque para o motorista), os retrovisores elétricos, além de rádio AM/FM com CD/MP3, tela colorida de 4,2 polegadas e apoio de braço no banco traseiro. Os airbags e os faróis de neblina são exclusivos das versões diesel cabine dupla.

XLT
A XLT é a intermediária quase completa e tem apenas cabine dupla. Pode ter o motor 2.5 flex ou o 3.2 turbodiesel. A tração deste também é integral e seu câmbio pode ser manual ou automático de seis velocidades. Tem a grade cromada e estribos laterais, mas o seu santantônio é tubular. As rodas são de 17 polegadas. Vem equipada com ar-condicionado digital de dupla zona, ESP (controle de estabilidade) com oito funções, sistema de áudio com Bluetooth, sensor de estacionamento traseiro, piloto automatico, abertura e fechamento com controle remoto, vidros elétricos com sistema antiesmagamento, comandos de áudio no volante, bancos com ajuste de altura e lombar.

Limited
Por fim, temos a top Limited. Sempre com cabine dupla e motores 2.5 flex com câmbio manual ou 3.2 Duratorq com transmissão automática e tração 4x4. Traz os itens de todas as outras versões e ainda airbags laterais e de cortina, navegador (GPS) com tela de 5 polegadas, câmera de ré traseira (imagem no retrovisor interno), sensor de chuva, acendimento automático dos faróis, bancos de couro, ajuste elétrico do banco do motorista, santantônio esportivo, compartimento do console refrigerado, rack de teto e retrovisores externos com luzes de cortesia e dobráveis eletricamente.

Somando as combinações das respectivas possibilidades de carroceria, motor, câmbio e tração, chegamos a 11 versões. Aliás, as de cabine simples ainda nem aparecem no site da Ford. A lista de preços sugeridos ficou assim: 

  • Ranger 2.2 Diesel 4×4 XL Cabine Simples Manual – R$ 77.900
  • Ranger 2.2 Diesel 4×4 XL Cabine Dupla Manual – R$ 92.500

  • Ranger 2.5 Flex 4×2 Cabine Simples XLS – R$ 61.900
  • Ranger 2.5 Flex 4×2 Cabine Dupla XLS – R$ 67.600
  • Ranger 3.2 Diesel 4×4 Cabine Simples XLS Manual – R$ 97.900
  • Ranger 3.2 Diesel 4×4 Cabine Dupla XLS Manual – R$ 106.900

  • Ranger 2.5 Flex 4×2 Cabine Dupla XLT – R$ 75.500
  • Ranger 3.2 Diesel 4×4 Cabine Dupla XLT Manual – R$ 114.900
  • Ranger 3.2 Diesel 4×4 Cabine Dupla XLT Automática – R$ 120.400

  • Ranger 2.5 Flex 4×2 Cabine Dupla Limited – R$87.500
  • Ranger 3.2 Diesel 4×4 Cabine Dupla Limited Automática – R$ 130.900

A Ford Ranger 2013 tem 3 anos de garantia e está disponível nas cores perolizadas preto Gales, azul Mônaco, azul Aurora, cinza Ubatuba e cinza Novara, nas metálicas prata Geada e prata Atenas, além das sólidas branco Ártico e vermelho Bari.

Se a nova Ranger vai rir melhor por ser a última das principais picapes médias a ser renovada (a Effa Plutus não conta) só o mercado e um comparativo vão dizer.

FICHA TÉCNICA - FORD RANGER CABINE DUPLA 

Motores: Quatro cilindros, longitudinal, flex, 16v, 2.488 cm³ (2.5)
Cinco cilindros, longitudinal, turbodiesel, 20v, 3.198 cm³ (3.2)
Potência: 168 cv com gasolina e 173 cv com álcool (2.5) / 200 cv (3.2)
Aceleração de 0 a 100 km/h: 11,8 seg. (2.5 com álcool - Revista Carro Hoje) / 11,6 seg. (3.2 - revista Quatro Rodas)
Velocidade máxima: não divulgada
Consumo médio: 4,7 km/l na cidade e 6,2 km/l na estrada (2.5) / 8,9 km/l e 10,8 km/l (3.2)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 5,35/1,85/1,85/3,22 m
Caçamba: 1.180 litros
Tanque: 80 litros
Preços: ver acima