Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação

Primeiro Volkswagen com motor dianteiro e refrigerado a água fabricado no Brasil, o Passat foi lançado em 1974, um ano depois da Europa. Hatch médio e acessível, conquistou muitos jovens naquela época. Saiu de linha em 1989, abrindo espaço para o sedã Santana, que o sucedeu aqui e em seu continente de origem.

O nome ficou afastado do mercado brasileiro por mais de cinco anos, quando voltou em 1995, importado da Alemanha, em sua terceira geração, já com uma plástica de meia idade e junto com a sua versão perua Variant. Em 1998 foi novamente reestilizado. Ficou mais arredondado e sofisticado. Seu comercial destacava as inovações tecnológicas da época como o ar condicionado digital, vidros elétricos anti-esmagamento e airbags laterais, hoje presentes até em carros médios.

Com a desvalorização do Real, no final do século passado, o Passat e a Variant encareceram e se tornaram ainda mais exclusivos. Assim, o Passat foi perdendo destaque no mercado brasileiro, mas nunca deixou de ser vendido no país, mudando de perfil. Foi reestilizado mais duas vezes, em 2001 (quando escrevi meu primeiro texto para o antigo Gustacar sobre ele) e 2005, mas manteve-se discreto em nosso mercado.

Em maio foi lançada a linha 2012, que não mudou radicalmente a carroceria. Apenas foi atualizada. Esta atualização foi além da estética, como o novo padrão frontal que já é usado até no compacto Fox e agora no Polo. O novo Passat também foi modernizado na tecnologia. Pode ser equipado com o novo Advanced Cruise Control (ACC, novo piloto automático que além de controlar a velocidade, agora também monitora a distância do tráfego à frente, podendo até frear o carro em caso de inércia do motorista), a segunda geração do assistente de estacionamento Park Assist (que agora também estaciona sozinho em vagas verticais, como as de shoppings), acesso ao veículo e partida do motor sem chave, faróis com lâmpadas de xenônio nos dois refletores e filetes em leds (presentes também nas lanternas traseiras), bancos dianteiros com ventilação e ajuste elétrico (com memória para o do motorista), teto solar com células solares para o sedã e panorâmico para a Variant, rádio com navegador integrado e sistema de identificação de fadiga do motorista (que monitora o volante, os pedais e a aceleração e, quando sai do padrão, emite um sinal sonoro e acende uma xícara no painel para recomendar uma parada). Com exceção do último item, todos são opcionais.

Além do alerta de fadiga, de série, a nova linha Passat traz controles de estabilidade e tração, freios ABS, seis airbags (frontais, laterais e de cortina nos vidros laterais, com possibilidade de desativação do passageiro), rodas de 17 polegadas, bancos revestidos em couro com aquecimento para os dianteiros, ajuste elétrico do encosto e apoio lombar para o do motorista, rádio e toca CDs para seis discos com Bluetooth e tela sensível ao toque, ar condicionado automático de duas zonas, retrovisores eletricamente ajustáveis com iluminação do campo periférico e escurecimento automático do lado do motorista, freio de estacionamento de acionamento elétrico, computador de bordo e sensores de estacionamento dianteiro e traseiro.

Por dentro, a estrutura do painel não mudou. Ganhou apenas novos revestimentos e bancos, um novo quadro de instrumentos, com novo display, nova iluminação ambiente, novos comandos de ventilação, console redesenhado e um relógio analógico no centro. Não é um retrocesso, mas um charme. O espaço atrás é ótimo para as pernas, ombros e cabeça, mas peca pela altura elevada do túnel central, o que incomoda quem vai no meio. Os bancos traseiros também são rebatíveis no sedã. O porta-malas tem capacidade para 485 litros no sedã e 513 litros na perua, que tem abertura da tampa elétrica.

O novo Passat chega ao mercado apenas com tração dianteira e motor 2.0 turbo de injeção direta (TFSI), com 211 cavalos a 5.300 rpm. O torque é de 28,5 kgfm a 1.700 rpm. O câmbio é o automatizado DSG de dupla embreagem e seis marchas, com opção manual sequencial (Tiptronic) na alavanca ou no volante. O diferencial tem controle eletrônico. Com este conjunto, o sedã acelera de 0 a 100 km/h em 7,6 segundos (1 décimo mais lento na Variant) e alcança os 210 km/h. O consumo é de 12,5 km/litro. Não haverá mais o motor V6 e nem a tração integral.

A linha 2012 do Passat está sendo vendida a partir de R$ 106.700. A perua Variant sai por R$ 113.130. Os opcionais são divididos por pacote. O Conforto, do qual fazem parte os bancos ventilados e elétricos, o acesso e ignição sem chave, o Park Assist II e os faróis bi-xénon direcionais e leds neles e nas lanternas traseiras, custa R$ 19.509. O piloto automático ACC custa R$ 5.160. O teto solar do sedã é adicionado por R$ 4.400 e o Skyview para a Variant por 5.845 reais. Finalmente, o rádio com navegador integrado é vendido por R$ 2.500. Completo, o Passat custa R$ 138.269 e a Variant, R$ 146.144.

Em trinta e oito anos de carreira, o Passat virou um senhor carro. Em todos os sentidos.



FICHA TÉCNICA - VOLKSWAGEN PASSAT (VARIANT) 2.0 TFSI

Motor: Quatro cilindros, transversal, gasolina, turbo, injeção direta, 1.984 cm³, 16 válvulas
Potência: 211 cv
Aceleração de 0 a 100 km/h: 7,6 seg (7,7 seg. Variant)
Velocidade máxima: 210 km/h
Consumo Médio: 12,5 km/litro
Comprimento/largura/altura/entre-eixos (Variant): 4,79 (4,77) /1,82/1,48 (1,52) /2,71 m
Porta-malas: 485 litros (Variant - 513 litros)
Tanque: 70 litros
Preços: De R$ 106.700 (113.130) a 138.269 (146.144)