Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação


Ferrari de quatro lugares não é novidade na história da lendária marca de esportivos italiana. Afinal, a FF vai substituir a 612 Scaglietti e suceder as anteriores 456GT, 412, 400, GTC, 365, 330 e 250 do passado.

Estilo shooting brake, aquele desenho de carroceria que lembra uma perua, também não chega a ser uma inovação, já que muitos transformadores fizeram Ferraris desse tipo. Entretanto, a FF é a primeira "perua" oficial da marca italiana. Inédita, mesmo, é a tração integral.

A Ferrari não entrou no terreno desconhecido com a ajuda dos outros. Ela mesma desenvolveu a sua tração integral, chamada 4RM (quattro ruote motrice ou 4 rodas motrizes) que é 50% mais leve que os outros carros e tem distribuição de peso em 47% na dianteira e 53% na traseira. O controle eletrônico de tração se encarrega de transferir mais força para o eixo dianteiro quando houver perda de aderência.



O nome FF é uma abreviação de Ferrari Four e faz uma analogia à tração 4x4 e aos quatro lugares. O novo modelo será apresentado no Salão de Genebra, na Suiça, entre os dias 3 e 13 de março.

Já usado por clássicos como Jensen FF, Volvo P1800, Porsche 928 e BMW Z3 M Coupé, o visual shooting brake é o que mais chama atenção na Ferrari FF. A frente de faróis bumerangue e a traseira de lanternas circulares seguem o padrão da marca visto na 458 Itália. Com 4,90m de comprimento, 1,95m de largura e 1,38m de altura, o modelo foi desenhado pelo estúdio Pininfarina, como em todos os modelos da Ferrari. A supervisão foi de Flavio Manzoni.


A FF usa a base da antecessora Scaglietti e é equipada com motor V12 6.3 (6.262 cm³) de injeção direta e 660 cavalos. Acelera de 0 a 100 km/h em 3,7 segundos e alcança a velocidade máxima de 335 km/h. Médias de consumo não são muito apreciadas na Ferrari, mas para quem quer saber, é de 6,5 km/litro. Até que não é tão ruim.

A boa média para o seu porte foi obtida graças ao sistema Start/Stop, que desliga o motor quando o carro para e o religa quando se pisa no acelerador. Além de diminuir o consumo, o objetivo foi também reduzir a emissão de poluentes. Na FF o índice foi de 360g de gás carbônico por km.

A suspensão SCM3 tem sistema de amortecimento adaptativo por meio de campo magnético gerado ao redor dos amortecedores. Os discos do freio são de cerâmica e carbono de última geração, desenvolvidos pela marca Brembo. O câmbio automático é de dupla embreagem de sete marchas, controlado por borboletas no volante.




A Ferrari promete ótimo espaço para quatro adultos. As antecessoras só comportavam baixinhos. Os revestimentos são de couro com anilina. A capacidade do porta-malas é de 450 litros, chegando a 800 litros com os bancos rebatidos.

Com a FF a Ferrari também quer atrair aquele comprador que tem 250 mil euros (preço estimado na Europa) para comprar um carro da marca, mas acaba migrando para um Land Rover ou um Porsche Cayenne porque precisa de espaço para as bagagens da família pequena e enfrentar terrenos irregulares no caminho para a casa de campo. Fabricará 1.000 unidades por ano.