Em 2006 inaugurei oficialmente a seção História em Miniatura com o Renault Dauphine, um carro que fez história tanto na Europa quanto aqui no Brasil. Sobre a foto de um modelo da minha coleção de miniaturas, escolhido aleatoriamente, a proposta sempre foi fazer uma história bem resumida. Na época as foto foi feita com o meu primeiro celular com câmera Motorola C650. A partir da edição com a Opel Kadett Caravan eu passei a trabalhar com câmera digital propriamente fotográfica. Com a mudança do Guscar para este blog passarei a reprisar os melhores textos publicados nos fotologs e no antigo Gustacar.


O Dauphine foi o substituto do 4CV - conhecido no Brasil como rabo-quente - e foi lançado na França em 1956, após cinco anos de desenvolvimento. Diferente do seu principal rival em qualquer lugar do mundo, o Fusca, era um pequeno três volumes com quatro portas, de chassi monobloco, leve, barato, confortável, seguro e principalmente econômico, comprovado pelo seu consumo de 15 km/litro.

Tinha 3,95m de comprimento, largura de 1,52m e distância entre-eixos de 2,27m. Os seus pontos fracos eram o espaço interno traseiro e o desempenho proposto pelo pequeno motor de 845 cm3 e 31 cavalos. Com este mesmo motor, ele chegou ao Brasil em 1959, fabricado pela Willys-Overland, em São Bernardo do Campo.

De tão leve, acabou se tornando um carro de baixa durabilidade. Os mais maldosos o apelidaram de "Leite Glória", cujo slogan era "desmancha sem bater". Em 1962 surgia a versão Gordini. O nome vinha do preparador de carros de corrida francês Amedéo Gordini. A versão já tinha sido lançada na Europa em 1957 com motor de 37 cv.

Aqui o Gordini já chegou podendo alcançar 40 cavalos. Enquanto o Dauphine suava para chegar aos 118 km/h, o Gordini já alcançava os 125.

Três anos depois, o governo militar brasileiro criava uma linha de crédito para a população realizar o sonho do carro novo. Através da Caixa Econômica, modelos equipados com o mínimo de equipamentos. Nasciam o carro popular e versões despojadas como o Fusca Pé-de-boi, a Vemaguete Pracinha e o Gordini Teimoso. Este, por exemplo, não tinha lanternas, retrovisores, marcador de combustível e os assentos dos bancos eram tecidos dobrados. Já na quarta geração de modificação mecânica, o Gordini era substituído pelo Corcel em 1968.