Ele nasceu como um hatch subcompacto de duas portas em 1981, já teve uma versão conversível, se transformou em sedã de quatro portas em 1996 e sempre teve o médio Civic como referência. Chegou ao Brasil em 2009 e conhece agora a sétima geração histórica, quinta como sedã, e, talvez, a terceira a ser produzida por aqui.



1a Geração (hatch subcompacto - 1981-1986)

O Honda City (projeto AA) foi lançado no Japão, em 1981, mas ele era um hatch subcompacto, de apenas 3.38m de comprimento por 1,57m de largura e 2,22m de distância entre-eixos. Tinha apenas duas portas, cinco lugares e uma tampa do porta-malas bem vertical com lanternas também verticais. Os faróis eram redondos e ficavam bem nos cantos da frente. Foi criado para preencher a lacuna do Civic, que tinha virado um hatch médio. Na Europa foi vendido com o nome de Jazz (nome usado até hoje para batizar o monovolume Fit por lá) porque a Opel tinha direitos sobre o nome City. 





O motor era montado na posição transversal de 1.2 litros, comando de válvulas no cabeçote e câmara de combustão com turbilhonamento controlado (CVCC). Rendia 67 cavalos de potência e 10 kgfm de torque. O câmbio podia ser manual de quatro ou cinco marchas ou automático de três. Pesava apenas 655 kg, o que dava grande agilidade no trânsito. Um ano depois, chegou a versão turbo, com o mesmo motor 1.2 de 100 cv e 15 kgfm.


Em 1983, chegou a versão Turbo II, com para-lamas alargados, nova grade, ressalto no capô e potência elevada para 110 cv, com torque de 16,3 kgfm. No mesmo ano, chegava a versão Manhattan, com teto mais alto e opção de teto solar de comando elétrico. No ano seguinte, foi lançado o Cabriolet, com motor de 67 cv, mas com para-lamas do Turbo II. O Hyper Shift, de 1985, tinha caixa de redução que formava oito marchas.







2a Geração (hatch compacto - 1986-1994)

O agora chamado projeto GA1 ainda era um hatch, só que com um porte maior, pois o comprimento passou para 3,56m, a largura para 1,62m e a distância entre-eixos para 2,40m. Continuou com apenas duas portas e traseira bem vertical, mas os faróis passaram a ser retangulares. Atrás, as lanternas assumiram um formato horizontal, na parte inferior da tampa do porta-malas.

O motor ainda era 1.2, mas potência subia para 76 cv, sendo que o torque continuava em 10 kgfm. A novidade era a direção assistida. O City perdeu as versões Turbo (que, na geração anterior, continuou mais um ano além do lançamento da segunda geração) e conversível. Foi nesta geração que surgiu o nome Fit, como versão de acabamento.




O segundo City ganhou um face-lift para a linha 1989 (série GA2), que alongou e afinou mais os faróis, eliminou a grade entre eles (ficou restrita ao para-choque) e reestilizou o interior. A cilindrada cresceu para 1.3 litros. As versões mais básicas tinham potência e torque de 82 cv e 10,5 kgfm com carburador. Injeção eletrônica, com 100 cv e 11,6 kgfm, só nas versões CRi e CZi, consideradas esportivas no lugar das Turbo. Durou até 1994.




3a Geração (sedã compacto - 1996-2001)

Finalmente, em 1996, o Honda City 3A2 se tornava um sedã compacto para mercados emergentes (como Índia e Tailândia, por exemplo), como é atualmente. O estilo frontal e traseiro, assim como os hatches anteriores, lembrava o Civic europeu, lançado um ano antes. 



O agora três volumes de quatro portas tinha 4,22m de comprimento e 2,50m de entre-eixos. A plataforma ainda era a mesma do hatch de segunda geração. Mas tinha suspensão traseira independente. Com a mudança de perfil, o City já pesava entre 930 e 980 kg. Os motores eram novos: 1.35 (90 cv e 11.3 kgfm) e 1.5 litros (100 cv e 13,1 kgfm), com injeção eletrônica e dezesseis válvulas. Esta última cilindrada levava o City a ultrapassar 1 tonelada de peso (1.005 kg).

Um face-lift na linha 2000 levava o comando variável de válvulas (VTEC) aos motores 1.4 e 1.5, que passavam a ter, respectivamente, 95 cv/12,1 kgfm e 106 cv/13,5 kgfm. A recém-lançada versão RS da sétima geração não foi a primeira esportiva do City. A terceira geração já ganhava a VTi, com motor 1.5 de 115 cv, rodas de alumínio, freios a disco nas quatro rodas e aerofólio traseiro.


4a Geração (sedã compacto - 2002-2008)

A plataforma do monovolume compacto Fit, lançado no Japão em 2001, passou a ser usada no sedã, que não teria necessariamente o mesmo estilo, pois ficaria muito estranho. Mesmo assim foi usado no interior do carro. O segundo City como sedã (GD6) tinha linhas laterais retas, mas frente e traseira arredondados. A dianteira tinha o estilo do face-lift do Civic da época. Um detalhe externo que lembrava o Fit era o quebra-vento na janela lateral dianteira. O comprimento já chegava a 4,39m e a distância entre-eixos a 2,45m.




O destino eram os mesmos mercados emergentes, só que o novo City passou a ser vendido também no Japão, com o nome de Fit Aria. Espaço interno e porta-malas eram as suas qualidades. Os motores eram o 1.4 com duas velas por cilindro, oito válvulas e potência de 84 cv e torque de 12,1 kgfm, 1.5 8v com 89 cv e 13,3 kgfm e 1.5 16v com VTEC, 109 cv e 14,6 kgfm. O câmbio já podia ser o de variação contínua (CVT) e havia uma versão com tração integral. O peso chegava a 1.095 kg. O quarto City passava por um face-lift em 2005, que trouxe retoques no interior e na suspensão.


5a Geração (sedã compacto - 2008-2013 - no Brasil em 2009)

Com a plataforma da segunda geração do Fit, o terceiro City sedã (GM2) assumia linhas arredondadas, com capô baixo e traseira alta curtos. A linha de cintura também era alta. Os faróis, semelhantes ao do Civic, ficavam mais estreitos na lateral e a grade ganhou uma proteção plástica cinza, com três filetes, inspirada na segunda geração do híbrido Insight. As lanternas ficaram maiores e assumiram formas pentagonais entre a lateral traseira e a tampa do porta-malas, lembrando as do BMW Série 3 de 2005. O comprimento passou para 4,40m e a distância entre-eixos para 2,55m. O porta-malas tinha 506 litros. 



O foco do City continuou sendo os mercados emergentes. Foi apresentado em setembro de 2008, com produção na Índia, Malásia, Paquistão e Tailândia. A grande novidade foi a entrada do Brasil na rota do modelo. Na rota de produção, claro. Um detalhe é que o City era para ser importado da Argentina, mas a crise econômica atrasou a construção da fábrica de lá. 


O Honda City chegou ao nosso país, fabricado em Sumaré (SP), em agosto de 2009, nas versões LX, EX e EX-L, esta com bancos em couro. Tinha apenas o motor 1.5 i-VTEC 16v, flex, com 115 cavalos com gasolina ou 116 cv com álcool. O câmbio podia ser manual ou automático de cinco marchas. No exterior havia a opção do 1.4 e do 1.8, além do câmbio CVT.  Em 2010, chegou a versão básica DX. 

Para a linha 2013, no Brasil, o City ganhou um face-lift que lhe deu novos para-choques e uma grade que podia ser cromada na versão EX, já que a EX-L foi extinta. As lentes das lanternas traseiras também foram mudadas. O tanque ganhou mais cinco litros de capacidade (passando para 47 litros). Por dentro, novos grafismos no quadro de instrumentos e iluminação azul no lugar da vermelha. O City também passou a vir do México e da Argentina. Em julho de 2013, o City ganhou a versão Sport no Brasil, com o mesmo motor, diferenciando-se apenas pelas rodas aro 16 e a grade em preto fosco. 





6a Geração (sedã compacto-médio - 2013-2019 - no Brasil em 2014)

Usando a plataforma do terceiro Fit, o quarto City como sedã ficou maior, passando para 4,45m de comprimento e 2,60m de distância entre-eixos. As linhas ficaram mais arredondadas. As janelas laterais ganharam um aplique de plástico próximo à coluna. Os faróis ficaram mais retangulares e com o mesmo tamanho até a lateral. A grade entre eles ganhou uma larga barra cromada na base, onde fica o emblema da Honda. As lanternas se tornaram horizontais, mas com formato de bumerangue arredondado, ainda lembrando o BMW Série 3, só que da geração seguinte. Por dentro, o painel ficou mais integrado, com saídas de ar centrais finas horizontais, tela multimídia e comandos do ar condicionado sensíveis  ao toque nas versões mais caras. O porta-malas ganhou capacidade declarada de 536 litros, mas a capacidade real é de apenas 485 litros mais um fundo falso abaixo do assoalho. 

No Brasil, a, por enquanto, atual geração do Honda City chegou em setembro de 2014, nas versões DX, LX, EX e a volta da EXL. Todas com motor 1.5 i-VTEC, que manteve os 115 e 116 cavalos de potência, mas o torque subiu de 14,6 para 15,3 kgfm e foi adotado sistema de partida a frio (FlexOne). O câmbio passou a ser CVT aqui no país, com sete marchas virtuais e borboletas no volante para troca manual. A produção passou a ser dividida entre Sumaré e Argentina. 




Em 2016, a versão EXL ganhou airbags de cortina (já tinha os laterais) e central multimídia com GPS integrado. 

No ano passado, o City ganhou um discreto face-lift que subiu a barra cromada da grade (que foi alargada), para avançar um pouco sobre os faróis, que ficaram mais pontiagudos na lateral e ganharam luzes inteiramente de LED na versão mais cara EXL. Tudo para ficar mais próximo do agora médio-grande Civic. O sistema multimídia passou a ter espelhamento com Android e Apple. 





7a Geração (sedã médio - 2019)

 Agora usando a plataforma modular da quarta geração do Fit, o sétimo City decepcionou quem esperava uma revolução de estilo e recursos tecnológicos. Em vez das formas cupê do Civic, linhas três volumes tradicionais, embora arredondadas, como os dois sedãs anteriores. Igual ao sedã médio-grande só a dianteira com grade cromada avançada sobre os faróis afilados. O comprimento já está em 4,55m, mas a distância entre-eixos foi reduzida para 2,59m.  

Também faltaram recursos semi-autônomos como estacionamento automático, piloto automático adaptativo, frenagem automática e leitura de placas de trânsito, por exemplo. De novidade só a compatibilidade do comando de voz do sistema multimídia com o Siri e o motor 1.0 turbo de 122 cavalos. Também não terá versões híbridas, como o Fit. Mas haverá uma versão de aparência esportiva RS na Tailândia, onde foi apresentado. Chegará ao Brasil apenas no final do ano que vem. 





TEXTO: GUSTAVO DO CARMO 
FOTOS: DIVULGAÇÃO 
Publicado em 29/11/2019 (não atualizado)