Com a segunda geração, em 2014, do seu primeiro utilitário esportivo, o XC90, a Volvo lançou uma nova interpretação de suas tradicionais linhas retas. A grade frontal ganhou aletas verticais e os faróis luzes em LED em formato de T, que representa o martelo de Thor. O conceito já foi usado, em seguida, no sedã e perua S90 e V90, que até agora não chegaram ao Brasil. No ano passado foi a vez de renovar o XC60, o seu SUV mais vendido da história, este sim já em nosso país. Todos esses com a plataforma SPA. 

Em 2017, a Volvo decidiu ousar e, pela primeira vez em seus utilitários, desceu mais um nível (de tamanho, claro!) e apresentou o compacto XC40, fabricado na Bélgica, que estreia a nova plataforma modular CMA (Compact Modular Architeture - Estrutura Modular Compacta em inglês), configurada para uma distância entre-eixos de 2,70m.



A carroceria tem 4,43m de comprimento, 1,86m de largura e 1,65m de altura. O porte é do BMW X1, Audi Q3, Mercedes GLA e Jaguar E-Pace, que serão seus concorrentes em todo o mundo, inclusive no Brasil, onde chegará no ano que vem. A plataforma também vai dar origem à nova geração dos S40 e V40. 

A ousadia foi além do novo segmento. O recorte das janelas laterais é bem anguloso na parte traseira, permitindo uma enorme coluna. O XC40 é o primeiro Volvo com teto e parte da coluna de pintura diferenciada. Nesta configuração, ele fica muito parecido com o Nissan Kicks. Mas o DNA da marca sueca - de propriedade da chinesa Geely - está presente nos já citados faróis e grade (que em algumas versões é quadriculada) e nas lanternas traseiras que começam nas laterais e terminam cercando o vidro. A tampa traseira é limpa com o nome VOLVO dentro de um vinco. 



O interior também volta a ter cara de Volvo pelo acabamento superior para um SUV compacto, as saídas de ar verticais e a tela central vertical de 9 polegadas que, além dos sistema multimídia, também opera o ar condicionado e os auxiliares eletrônicos. O quadro de instrumentos é virtual. Uma novidade na Volvo, mas já usada em outras marcas, é o carregador magnético de celulares (dependendo da compatibilidade). Apesar da proposta de oferecer bom espaço interno, o XC40, em algumas versões, só comporta quatro passageiros, pois o lugar do meio possui porta-objetos.





Os recursos de segurança também têm a cara da Volvo, como o Pilot Assist, que associa o piloto automático adaptativo com o assistente de manutenção em faixa e garante uma condução semi-autônoma até 130 km/h, opcional na versão top Inscription. Há também a frenagem e até desvio automático de emergência (que também reconhece pedestres e ciclistas), chamada City Safety, o Run-Off-Road, que protege a coluna cervical caso o carro passe por uma altura diferente de terreno, alerta de tráfego cruzado e o sistema de estacionamento 360º e também automático.



As versões do XC40 serão a Momentum, que traz de série faróis de LEDs, ar-condicionado de duas zonas, rodas de 18 polegadas e tela de 9" da central multimídia. A R-Design adiciona acabamento interior com alumínio e kit exterior mais esportivo, com dupla saída de escape e suspensão mais rígida. Dela surgirá a versão de lançamento First Edition com motor 2.0 turbo de quatro cilindros a gasolina de 247 cavalos. Já a Inscription tem porta-malas com tampa elétrica, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro e madeira no interior. 



Além dos já conhecidos e citados nomes das versões, a motorização também terá identificação. O motor inicial de 247 cv será o T5, com câmbio automático de oito marchas e tração integral. O T4 terá o mesmo motor 2.0, mas com 190 cv e o inédito T3, com 156 cv e câmbio manual ou automático de seis velocidades. Os motores a diesel são identificados como D3 (2.0 turbo de 150 cv) e D4 (190 cv). Posteriormente chegarão o motor 1.5 turbo de três cilindros de 147 cv, versões híbridas e as totalmente elétricas. Derivado do conceito 40.1, o XC40 é aquele carro que agrada mais pelo conteúdo do que pela aparência. 

TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO