TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
DADOS DE TESTE: REVISTAS QUATRO RODAS E CARRO (NÍVEL DE RUÍDO)


A quarta geração do Toyota Prius é apenas a segunda do sedã híbrido a desembarcar no Brasil, onde já está à venda por R$ 119.950. Sedã? Sim, é um dos gêneros do novo Prius, que também pode ser um fastback ou um carro do futuro.
Sua frente parece um origami: o para-choque é cheio de dobras, os faróis (com luzes de LED) são bem angulosos, lembrando cacos de vidro (daqueles bem perigosos, pontudos), as lanternas traseiras (também com LED) parecem bumerangues (de verdade) e vidro traseiro, tampa do porta-malas e aerofólio se misturam em uma única peça. Tudo em nome da aerodinâmica. Na lateral, foi colocado um aplique preto para criar a ilusão de que a área é totalmente envidraçada. No geral, o novo Prius só perde em estranheza para o Mirai, o carro a hidrogênio da Toyota.


O interior só ousou no aplique de plástico preto brilhante com contornos cromados no gabinete central, onde fica a tela do sistema multimídia da grife JBL, que parece flutuante e se estende por todo o painel. A instrumentação também fica no meio, como no Etios, com tela TFT de 4,2 polegadas de alta definição que informa, além da velocidade, o consumo, nível de carga, modos de direção (ECO, Normal ou Power), o motor usado e o comportamento do motorista em relação à economia. 



O espaço interno é muito bom, pois o modelo cresceu em dimensões com a nova plataforma modular. O porta-malas, entretanto, tem apenas 412 litros, embora tenha crescido com a saída das baterias para abaixo do banco traseiro.



Uma delas é de níquel de 40 kg, 10% menor e 28% mais eficiente que a do modelo anterior. Já a outra é de íon-lítio e ficou 10% mais leve, passando a pesar 324,5 kg. O motor elétrico tem potência equivalente a 72 cavalos e 16,6 kgfm. O motor a gasolina, que entra em ação a partir dos 50 km/h, é um quatro cilindros 1.8 de ciclo Atkinson, rende 98 cavalos e 14,2 kgfm de torque. Ele também carrega a bateria. Outra opção de carga é a energia regenerativa da frenagem. Combinadas (não somadas), a potência chega a 123 cv. O câmbio é um CVT, continuamente variável, com número indefinido de marchas, cuja alavanca fica no painel e não no assoalho.



O uso do motor a combustão só na estrada fez com que o consumo rodoviário fosse maior do que na cidade, onde a revista Quatro Rodas registrou 23,8 km/l. Na estrada foi de 18,2 km/l, número superior até mesmo comparado com automóveis comuns. Por ser um carro pequeno com motor 1.8, o desempenho não agrada muito: aceleração de 0 a 100 km/h em 12,1 segundos e retomada entre 80 e 120 km/h em 10,1 segundos. A frenagem a 80 km/h é boa: 28,8 metros. A Quatro Rodas não divulgou o nível de ruído, a Carro mediu 62,9 decibéis a 80 km/h, velocidade na qual já está em funcionamento o motor convencional e eu já achei alta para um veículo híbrido. 


Os quase 120 mil reais são pedidos pela única versão do Prius que chegou ao Brasil, chamada High, que traz como novidade o carregador de celular por indução, sem fio, presente também no Chevrolet Cruze. Outros equipamentos, além do já citado sistema multimídia JBL - que tem tela e botões sensíveis ao toque, rádio, CD Player, DVD, GPS, câmera de ré e TV digital - são chave presencial para entrada e partida do motor, ar condicionado digital de duas zonas (que evita circular o ar na área que estiver vazia), bancos em couro, retrovisores externos com rebatimento elétrico e interno eletrocrômico, sete airbags, rodas de liga-leve aro 15 com calotas, controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, banco do motorista com regulagem lombar elétrica, bancos dianteiros com aquecimento. coluna de direção com regulagem manual de altura e profundidade e head up display.   



O Prius é bem mais caro que o recém-lançado Chevrolet Cruze LTZ2 (R$ 107.450) e traz menos equipamentos. O híbrido, por exemplo, não tem estacionamento automático, alerta de colisão e nem sensor de estacionamento dianteiro, itens presente em outro concorrente mais direto, o Ford Fusion Hybrid, que custa mais caro: R$ 149.900.  E olha que o Prius e Fusion não pagam imposto de importação por serem híbridos. Prova de que as marcas que atuam no país só querem baixar os impostos para aumentar a margem de lucro. 

Mesmo assim, a Toyota quer que todos os seus carros em todo o mundo sejam híbridos até 2020. Já a nova plataforma modular TNGA (Toyota New Global Architeture), além de já ser usada no novo crossover compacto C-HR, também vai ser a base da 12a geração do Corolla. O futuro do Toyota Prius vai muito além do seu estilo controverso.  


Pontos Fortes

+ Consumo 
+ Acabamento
+ Espaço interno


Pontos Fracos 

- Autonomia só com o motor elétrico
- Ruído
- Preço


FICHA TÉCNICA

Origem: Japão
Motor a gasolina: Quatro cilindros em linha, transversal, gasolina, ciclo Atkinson, 1.798 cm³, 16 válvulas
Potência: 98 cv (gasolina), 72 cv (elétrico) e 123 cv (combinado)
Torque: 14,2 kgfm (G) a 3.600 rpm e 16,6 kgfm (Elétrico)
Câmbio: automático CVT
Tração: dianteira
Aceleração de 0 a 100 km/h: 12,2 segundos (revista Quatro Rodas)
Retomada de 80 a 120 km/h: 10,1 segundos (Quatro Rodas)
Velocidade máxima: 165 km/h (fabricante)
Consumo: 23,8 km/l na cidade e 18,2 km/l na estrada (Quatro Rodas)
Frenagem 80-0 km/h: 28,8 metros (Quatro Rodas)
Nível de ruído a 80 km/h: 62,9 decibéis (Quatro Rodas)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,54/1,76/1,49/2,70m
Porta-malas: 412 litros
Tanque: 40 litros
Preço: R$ 119.950
Cores: Branco Polar (sólida, sem custo) / Vermelho Emoção, Azul Noturno, Prata Galáctico, Cinza Granito e Preto Atitude (metálicas, R$ 950) / Branco Perolizado (perolizada, R$ 1.250)