Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação


No texto anterior eu disse que o Hyundai Azera não era mais o top de linha da marca sul-coreana, caindo para terceiro na dinastia. O primeiro é o Equus, que ainda não chegou, mas já está confirmado com preço de 320 mil reais. Enquanto ele não vem o posto é do Genesis, sedã de quem vamos falar nesta matéria.

Ao contrário do Azera e do Sonata, as linhas do Genesis são bem conservadoras, fora do conceito "escultura fluída" da Hyundai. É porque o sedã de 4,98m de comprimento, 1,89m de largura e 2,94m de distância entre-eixos foi lançado em 2007, antes do aparecimento mundial do Sonata em 2010. Além disso, já está prevista uma nova geração no exterior para o ano que vem.

Por enquanto, o Genesis chega ao Brasil com o teto arqueado, terceiro volume baixo, faróis esguios (depois de um face-lift) e lanternas traseiras pontudas, daquelas horizontais com prolongamento na tampa do porta-malas. Seu estilo lembra o Honda Accord. As rodas são de 18 polegadas. No topo da grade de aletas horizontais divididas por outra vertical, em vez do emblema da marca (estratégia para dissociar a Hyundai dos carros populares da própria montadora), há uma câmera (ausente na foto de abertura) que projeta imagens frontais na tela de LCD, sensível ao toque, no painel interno, para facilitar as manobras.


O interior é praticamente todo revestido em couro, inclusive no detalhe no painel, aliás, muito parecido com a antiga geração do Azera, o que entrega, desta forma, a idade do projeto. Apesar disso, ele tem mais personalidade e o acabamento é quase perfeito, pois o extintor de incêndio está lá visível no canto direito do assoalho do carona. O isolamento acústico é tão bom que o motor quase não faz barulho quando é ligado. E olha que o Genesis não é elétrico. Tem motor Lambda V6 3.8, com comando variável de válvulas e 290 cavalos de potência. O câmbio é automático de oito marchas com opção sequencial, só que apenas no console.

O espaço interno atrás é excelente para dois passageiros. No meio até dá pra sentar. O convidado tem cinto de segurança de 3 pontos, mas não tem apoio de cabeça e ainda terá que acomodar as pernas no túnel de transmissão. O encosto do meio do banco traseiro pode se transformar em uma central multimídia. Pena que o porta-malas tenha apenas 450 litros de capacidade, mostrando mais uma vez que as bagagens pagam o preço pelo conforto do passageiro.


Para convencer no segmento de alto luxo a Hyundai equipou o Genesis com ar condicionado digital dual zone com controle de qualidade do ar, ionizador e filtro anti-pólen; teto solar; cortina elétrica para o vidro traseiro; sensor de chuva; câmera dianteira, traseira e nos retrovisores externos; coluna de direção, bancos dianteiros (do motorista com 12 vias) e retrovisores externos com ajuste elétrico (estes reposicionáveis automaticamente em manobras de marcha ré) e memória; bancos traseiros reclináveis eletricamente; sensor de estacionamento traseiro; controle centralizado das portas e vidros iluminado por LED's; botão Start/Stop que dispensa chave; bancos dianteiros com aquecimento e resfriamento; painel de instrumentos tipo supervision 3D; volante (em madeira), manopla, bancos e painel revestidos em couro, aquecimento no volante, encostos de cabeça frontais com regulagem em altura, DIS (sistema de informação para o motorista) com rotação + 8 vias de rolagem + função enter e multimidia - entretenimento premium, tela de 8 polegadas, leitor de CD, DVD e MP3 entrada para iPod/USB/auxiliar e comandos no volante, sistema de som Lexicon LOGIC 7.1 canais com 528W de potência e 17 auto falantes, com controle exclusivo para o banco traseiro. 

No quesito segurança, o Genesis traz airbags frontais, laterais dianteiros e traseiros e de cortina, além de faróis de xenônio com lavador automático; faróis de neblina, freio de mão eletrônico; sensor de distância para o veículo da frente (funciona em conjunto com o piloto automático); controle de tração (TCS); ABS com controle do freio em curvas (CBC) e auxílio de frenagem em urgência (BAS). 

Tudo isso sai por R$ 220 mil. É caro, pois o carro não tem GPS, controle do câmbio no volante e entrada no carro, sem chave. Além disso, a diferença de preço para o Azera, 7 cm mais curto e que tem este último item mais teto solar panorâmico na versão completa, é de quase 100 mil. Sem falar que a carroceria branca custa 10 mil reais a mais. Quem quiser esse desconto tem que escolher as já comuns prata e preta.


Com aceleração de 0 a 100 km/h em 8,2 segundos e retomada entre 80 e 120 km/h em 5,8 segundos o desempenho é bom, mas poderia ser um pouco melhor. Assim como o nível de ruído de 60,8 decibéis a 120 km/h e a frenagem em 61,4 metros à mesma velocidade. O consumo de 6,8 km/l na cidade e 11 km/l na estrada é razoável. Números da revista Quatro Rodas.

Sempre convencida em suas propagandas, a Hyundai considera o Rolls Royce Phantom como concorrente. Em comum, eles só têm a garantia de cinco anos sem limite de quilometragem e o sistema de som Lexicon. Mas, no fundo, ela é realista e também coloca o Genesis na briga com o Mercedes Classe E 250 Avantgarde (R$ 249.900). O BMW Série 5 (R$ 396.050) e Audi A6 3.0 TFSI quattro (R$ 313.390) têm o mesmo porte que o Genesis, mas custam bem mais caro. De qualquer forma os alemães são a referência para a Hyundai conquistar os compradores mais ricos enquanto o Equus não vem.


Hyundai Equus



FICHA TÉCNICA - HYUNDAI GENESIS V6 3.8

Motor: Seis cilindros em V, longitudinal, gasolina, 3.798 cm³, 24 válvulas
Potência: 290 cv 
Aceleração de 0 a 100 km/h: 8,2 segundos (revista Quatro Rodas)
Velocidade máxima: 198,6 km/h (revista Autoesporte)
Consumo: 6,8 km/l na cidade e 11 km/l na estrada
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,98/1,89/1,48/2,94m
Porta-malas: 450 litros
Tanque: 73 litros
Preço: R$ 220.000