Identidade Modernizada
Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação

O Classe E é o sedã médio da Mercedes. Posiciona-se entre o Classe C e o luxuosíssimo S. Até o lançamento do C, em 1993, a sua nomenclatura confundia-se com o antecessor deste, o 190E. É que a letra era usada para identificar a injeção eletrônica nos motores. 'E' era a sigla do recurso em alemão e servia de sufixo para o número que representava a cilindrada. A partir de 1994 o E foi oficializado como modelo intermediário e a letra passou a vir antes do algarismo. Ganhou identidade própria ao ser reestilizado pela primeira vez em 1995, onze anos depois da carroceria original.

E a sua identidade se tornou marcante por causa dos dois pares de faróis redondos. Tão marcante que foi até copiado pela Volkswagen na primeira aparência do Polo com a atual carroceria em 2002. Por coincidência, naquele ano, o Classe E foi reestilizado mais uma vez. O conjunto ótico redondo se tornou mais oval.

Sete anos depois o Classe E de identidade própria chega à sua terceira geração. Os faróis duplos foram mantidos. Mas agora possuem formato mais reto. A grade permanece no mesmo estilo: aletas finas, divididas em duas e a estrela da Mercedes na ponta do capô para todas as versões. Não há aquela distinção que foi feita na Classe C, cuja versão esportiva tem a estrela no meio da grade.
As laterais ganharam mais vincos. Destaque para um relevo na altura do para-lamas traseiro que remetem aos sedãs dos anos 50. As lanternas voltam a invadir o porta-malas, como no modelo 1995, o que não acontecia na geração de 2002.


Por dentro, o painel segue o estilo do Classe S, com a tela do navegador em posição elevada, protegida por uma cobertura que aliada ao console forma um conjunto quase hexagonal. O display do computador de bordo dentro do velocímetro centralizado permanece. Outra manutenção foi as teclas dos controles dos bancos que reproduzem cada parte deles, o que se tornou outra marca registrada do modelo. O volante é de quatro braços na versão mais luxuosa (Elegance) e de três na esportiva (Avantgarde). Quanto ao acabamento é claro e escuro, respectivamente. O painel tem um interessante recurso de luz indireta, que faz o efeito de um friso.

Entre os equipamentos de conforto, há novidades como o ajuste automático de contorno nos bancos (conforme solicitação pelas curvas), sistema de massagem nas costas, ar condicionado com controle eletrônico de temperatura e distribuição do ar em três zonas (duas na frente e uma atrás) e bancos traseiros individuais opcionais. A suspensão foi aprimorada e ganhou controle eletrônico de amortecimento.

Os equipamentos de segurança são as maiores atrações da nova Classe E. Os faróis bi-xenônio são adaptativos. Além de iluminarem nas curvas, varia sua cobertura à frente entre 65 e 300 metros, conforme o tráfego no sentido contrário. O motorista é alertado em caso de sonolência, mudança de faixa sem sinalizar, dos limites de velocidade da via e quando há pedestres à frente. Um radar identifica a possibilidade de um acidente e vai avisando o motorista. Se este não reagir, os freios são acionados automaticamente.

Nos motores, a Mercedes se preocupou muito com a emissão de poluentes. Além da menor aerodinâmica, os propulsores já atendem às normas européias que só vão vigorar a partir de 2014, como o 350 BlueTEC.

Movidos a gasolina, o 200 CGI BlueEFFICIENCY (184 cv) e o 250 CGI BlueEFFICIENCY (204 cv) são de quatro cilindros. Só que ambos são 1.8 com turbo, comando variável e sistema de parada e partida automáticas no E200. O 350 CGI BlueEFFICIENCY (292 cv) e 350 4Matic (272 cv) são V6, enquanto que o 500 e 500 4Matic (ambos com 388 cv) e o 63 AMG (525 cv) usam um V8. A sigla GDI identifica os propulsores com injeção direta e o 4Matic a tração integral.

Os turbodiesel são o 200 CDI BlueEFFICIENCY (136 cv), 220 CDI BlueEFFICIENCY (170 cv), 250 CDI BlueEFFICIENCY (204 cv), todos quatro cilindros, e os V6 350 CDI BlueEFFICIENCY (231 cv), 350 CDI 4Matic (224 cv) e 350 CDI BlueTEC (211 cv). As versões quatro cilindros têm câmbio manual de seis marchas. Nas V6 e V8 o automático de sete marchas é de série.

O novo Classe E foi apresentado no último Salão de Detroit, nos Estados Unidos e começa a ser vendido na Europa por volta do Salão de Genebra, em março. No Brasil deverá chegar mais para o final do ano. O novo sedã médio da Mercedes está uma geração a frente dos seus concorrentes Audi A6 e BMW Série 5. Eles que se cuidem.