TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
Em 1976, ano seguinte ao lançamento da segunda geração do Escort europeu, a Ford lançou um modelo mais compacto, pois a crise mundial do petróleo, ocorrida em 1973, ainda obrigava veículos de todo o mundo a economizarem combustível. O Fiesta pretendia fazer uma festa no segmento representado na época pelo Volkswagen Polo (recém-lançado), Fiat 127, Renault 5 e Opel Kadett, que então tinha a mesma carroceria do nosso Chevette.
O projeto Torino, depois Bobcat, há havia começado em 1969 e foi desenvolvido não apenas pelas filiais da Ford na Alemanha e na Inglaterra, mas também com a participação da matriz norte-americana (com aprovação do próprio Henry Ford II, neto do fundador da empresa) e dos italianos da Ghia. A fabricação ficou a cargo da Alemanha (Saarlouis), Inglaterra (Dagenham) e Espanha (Valencia), mas também previa a venda nos Estados Unidos, América do Sul e Ásia. Foram investidos 1 bilhão de dólares.
Curiosamente, o Fiesta chegou ao mercado com motores nas mesmas cilindradas a gasolina da nova geração mostrada no último post do blog: 1.0 e 1.1. Só que sem turbo e injeção direta, claro. A potência só chegava a 53 cv (o 1.1). O 1.0 variava entre 40 e 45 cv. Com o tempo o Fiesta foi evoluindo, ganhando motores diesel e cilindradas 1.3, 1.4, 1.5, 1.6 e até 1.8, gasolina ou diesel. Ganhou versões esportivas como Super S, XR2, RS, Si e ST.
Em 40 anos, completados em 2016, oficialmente, o Fiesta teve seis gerações de carroceria. Mas algumas são muito parecidas com a anterior, inclusive a sétima, que chegará agora em 2017. Se formos fazer uma contagem rigorosa, considerando somente as gerações realmente diferentes, o Fiesta estaria apenas na quarta geração. A nova, desta vez, não entraria na conta.
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Lançamento em 1976, com motores Kent 1.0 (40 ou 45 cv) e 1.1 (53 cv), derivados de um projeto dos anos 50. Em 1977 chegou o 1.3 de 66 cv. As versões eram básica, Popular, L, Ghia e S. Entre 1978 e 1980 foi vendido nos Estados Unidos com motor 1.6. |
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Super S ou Supersport, versão esportiva lançada em 1980 com opção de mores 1.1 e 1.3 |
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A Super S foi uma série especial. Mas a XR2 foi a versão espotiva definitiva, com motor 1.6 de 84 cavalos.
O nome da versão te lembra alguma coisa aqui no Brasil? É que a sigla XR (Xperimental Research ou Pesquisa Experimental) foi usada nos anos 80 pela Ford com números crescentes para os seus modelos na Europa. Assim, o Fiesta esportivo foi chamado de XR2, o Escort, XR3 e o Sierra XR4. Só o Escort veio para cá. |
2a Geração - 1983
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A segunda geração do Fiesta foi o primeiro compacto com opção de motor diesel, um 1.6 de 54 cavalos. Entre os movidos a gasolina, o velho Kent foi substituído pelo CVH, com cilindrada 1.3 e depois 1.4. O 1.6 do XR2 chegou a 96 cv. Outra inovação foi o câmbio automático CVT, popular nos modelos de marcas japonesas, exclusivo da versão CTX. |
3a Geração - 1989 (No Brasil em 1995)
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A terceira geração, conhecida como Mark III ou Mk3, trazia ABS, desembaçador elétrico do para-brisa e cintos de segurança dianteiros com regulagem de altura. O câmbio CVT continuou a ser oferecido nas versões com motores 1.1 e 1.4. O movido diesel chegava a 1.8. Em 1994 ganhou air-bags dianteiros (para o motorista, de série, e opcional para o passageiro). No ano seguinte, enfim chegava ao mercado brasileiro, importado da Espanha, com motor 1.3 de 60 cv. |
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Esta versão esportiva é a RS1800i, com motor 1.8 16v de 130 cavalos. O XR2 virou um coadjuvante esportivo na linha Fiesta, mas ganhou injeção eletrônica (que o modelo ainda não tinha) e a potência subiu para 110 cv. Também foram adicionados os bancos Recaro e rodas de alumínio. Em 1990, foi lançado o RS Turbo, com motor 1.6 turbinado de 132 cv, mas em 1992 foi trocado por este RS1800i da foto.
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O nome Courier da nossa picape veio deste furgão similar ao Fiat Fiorino, lançado em 1991, somente na Europa. |
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Fiesta Urba - Protótipo literalmente de 3 portas apresentado no Salão de Genebra de 1989. Antecipou em mais de quinze anos o conceito do Hyundai Veloster. |
4a Geração - 1995 (No Brasil em 1996)
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A geração Mark IV foi a primeira a ser fabricada no Brasil, em São Bernardo do Campo. Aqui, oferecia os motores Endura-E 1.0 de 52 cavalos e 1.3 de 60 cv. A novidade era o Zetec 1.4 16v de 88 cv na versão CLX.
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Lançada em 1997, a inédita picape do Fiesta recebeu o mesmo chassi e nome da versão furgão europeia, Courier, e os mesmos motores do hatch, com exceção do 1.0. Teve até uma versão esportiva, a Si. |
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|O Ka, então um subcompacto, foi um dos modelos independentes derivados da plataforma do Fiesta, assim como o cupê Puma, na foto abaixo. A primeira geração foi vendida na Europa e aqui, onde tinha motor 1.0. |
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Ford Puma - Esportivo baseado na plataforma do 4º Fiesta. Tinha motor Zetec 1.7 16v de 125 cv. Em 2000 foi lançado a série especial ST160, com 160 cv. |
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Face-lift em 1999 trouxe o motor 1.6 Zetec Rocam, com comando roletado das válvulas, nacionalizado, nas cilindradas 1.0 (65 cv) e 1.6 8v (95 cv). |
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Na falta de um sucessor por aqui, a picape Courier sobreviveu à geração seguinte e só deixou de ser fabricada em 2013. Na Europa, o furgão deu lugar ao Transit Connect. |
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Lançado na Índia e voltado para mercados emergentes como o Brasil, o Fiesta Street Sedan chegou em 2001, importado do México e com motor 1.6 Rocam. No exterior era chamado de Ikon. O nome dado aqui foi estendido ao hatch que resistiu à geração seguinte. |
5a Geração - 2001 (No Brasil em 2002)
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A 5a Geração do Ford Fiesta continuou sendo fabricada no Brasil, mas mudou de estado. Saiu de São Paulo e foi para a nova fábrica de Camaçari, na Bahia. Tinhas diferenças ligeiras de acabamento para o europeu (o de duas portas da primeira foto). Vendido apenas com quatro portas, o nosso hatch tinha faróis mais transparentes, onde era possível ver o canhão de luz e as luzes de direção. Já as portas tinham batente até a lateral (no europeu até o teto), assim como o painel, que aqui era em peça única (no europeu em duas peças e visivelmente melhor acabado). Já a traseira era praticamente igual e se destacava pelas lanternas verticais ao lado do vidro, seguindo o estilo do Focus. O estilo não deve ter agradado aos europeus. Foi a única carroceria não repetida na geração seguinte, ao contrário das demais mostradas aqui.
Na Europa, o Fiesta Mk V teve os motores Duratec 1.3 e 2.0 a gasolina, além de continuar com os Zetec SE 1.2, 1.4 e 1.6, e os Duratorq turbodiesel, 1,4 e 1.6. O câmbio continuou com a opção CVT. Para nós, brasileiros, continuamos com o motor 1.0 e 1.6 Rocam, agora com 66 e 98 cv, respectivamente. A novidade do lançamento foi o 1.0 Supercharger, com compressor mecânico, um genérico do turbo que foi usado até nos carros da Mercedes, Jaguar e Land Rover, mas foi comparado a um motor de geladeira por um concorrente em um comercial engraçadinho. Tinha 102 cv, mas não deu certo. Em 2004, o 1.6 passou a ser bicombustível, podendo ser abastecido com álcool ou gasolina. Em 2006 foi a vez do 1.0 virar Flex.
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Os únicos derivados da plataforma de 5a geração do Ford Fiesta, além do sedã, foram os utilitários Fusion (não confundir com o sedã de luxo que hoje é clone do Mondeo no Brasil)... |
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... e Ecosport, um SUV compacto projetado para o Brasil, que não viu com bons olhos a "perua" alta europeia. Aqui no Brasil chegou em 2003. |
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Ao contrário da geração anterior, o sedã do quinto Fiesta foi desenvolvido e fabricado no Brasil. Só chegou depois do Ecosport, em 2004 e foi o primeiro modelo da Ford a usar motor Flex, no caso o 1.6. |
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Este face-lift foi exclusivo do mercado brasileiro e apresentado em 2007. Não agradou. Já o europeu ganhou os mesmos faróis, só que com máscara negra, do nosso antes da mudança frontal. |
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Em 2010, enquanto os europeus já desfrutavam da sexta geração do Fiesta, o nosso ganhava apenas um face-lift de gosto duvidoso, inspirado no indiano Figo. A traseira do hatch não mudou praticamente nada, mas o sedã ganhou lanternas brancas, como o sedã Fusion de primeira geração. Mas a defasagem durou pouco. Meses depois era apresentado o Fiesta Sedan de sexta geração, ou melhor, o New Fiesta Sedan. A quinta continuou no mercado, com o nome de Fiesta Rocam até 2014. |
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O último face-lift do Fiesta Mk V ficou mais elegante no indiano Figo, apresentado em 2009. |
6a Geração - 2007 (No Brasil em 2010, com o sedã. O hatch chegou em 2011)
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Na Europa, a primeira versão da sexta geração do Fiesta Hatch tinha uma frente ligeiramente diferente, mais contínua. |
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A sexta geração do Fiesta chegou ao Brasil em 2010, primeiro na carroceria sedã com o nome de New Fiesta, para se diferenciar do modelo velho, que continuava no mercado. Veio importado do México. Somente em 2011 chegou o hatch. O motor era um novo 1.6 16v, batizado de Sigma. |
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Segunda geração do Ecosport também é derivada da plataforma do Fiesta de sexta geração. |
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Na Europa, o Fiesta emprestou a sua plataforma a um monovolume mais requintado que o Ecosport, o B-Max. |
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No final de 2012, o Fiesta, tanto o hatch, quanto o sedã, ganharam um face-lift para uniformizar o estilo com todos os veículos produzidos pela Ford, independente do segmento. A grade ficou hexagonal e concentrada no para-choque. Esta mudança chegou ao Brasil em 2013 trazendo novidades. O hatch, desta vez lançado primeiro, passando a ser fabricado no país, voltando o Fiesta para São Bernardo do Campo, O motor Sigma ganhou alguns cavalos e uma segunda cilindrada, a 1.5. O câmbio ganhou a opção do automatizado Powershift, de dupla embreagem e seis marchas, substituindo o CVT na Europa. Mas o acabamento do painel ficou muito simples. Novidade na Europa, o tricilíndrico turbinado 1.0 Ecoboost só chegou este ano, depois de três anos, e somente para a versão top Titanium Plus.
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A plataforma do Fiesta 6 também serviu de base para a terceira geração do ex-subcompacto Ka. Transformado em um veículo compacto comum, substituiu a geração anterior do Fiesta por aqui e ganhou uma inédita versão sedã, chamada Ka+, designação do hatch na Europa, vendido lá como um modelo subcompacto, ocupando o lugar do segundo Ka, este baseado na plataforma do Fiat 500. Na Índia, o Ka é chamado de Figo e o sedã, com traseira mais curta, de Figo Aspire.
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7a Geração - 2017 (No Brasil, só Deus sabe)
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Na sétima geração, grade e para-choque dianteiro têm aparência diferenciada em cada versão. A grande atração é a adição de itens tecnológicos de entretenimento e segurança, embora já vistos em outros segmentos. Apesar da mesma plataforma e do estilo muito próximo ao anterior, a carroceria é totalmente nova. Como manda a tradição.
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Fiesta Vignale - Luxuoso |
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Fiesta Titanium - Comportado |
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Fiesta Active - Aventureiro |
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Fiesta ST Line - Esportivo |
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