Vemaguet, Caravan, Belina, Variant, Marajó, Parati, Panorama, Quantum, Elba, Ipanema, Escort SW, Palio Weekend, Corolla Fielder, Spacefox, Mégane Grand Tour, Jetta Variant... há quase sessenta anos as peruas têm um lugar especial no coração dos brasileiros.
No entanto, com a reabertura das importações, veio o modismo das minivans (que também não pegou) e dos SUVs, veículos mais altos, que deveriam ser usados em terrenos acidentados, mas ocuparam o lugar das internacionalmente chamadas station-wagons nas cidades, no mercado e também na preferência nacional.
Por isso, as peruas (como ficaram conhecidas no Braail) foram desaparecendo do catálogo das montadoras. A Fiat Palio Weekend resiste, mas ela não entrou na segunda geração do Palio e a sua plataforma é de 1997, quando foi lançada. Modelos como Logan, Focus, Fusion, Civic e Cruze possuem versões peruas no exterior que não vieram para cá. A Corolla Fielder e a Mégane Grand Tour, que fizeram sucesso por aqui, foram renovadas lá fora, mas não no Brasil.
Além da Spacefox, ainda à venda com carroceria de 2006 e que sepultou a Parati, a Volkswagen também tinha as versões com porta-malas alongado do Jetta e do Passat, ambas chamadas Variant. Este último aguarda a nova geração. Já a perua do Jetta deu lugar à perua do Golf de sétima geração.
E é com esta última que a Volks tenta reativar o segmento no Brasil. Após muita procura no Salão do Automóvel de São Paulo, em outubro do ano passado, onde foi exposta, ela decidiu trazer do México a Golf Variant, derivada da moderna plataforma modular MQB do hatch (por enquanto, também fabricado lá, mas em breve será nacional), para o mercado brasileiro. E pensar que eu apresentei este mesmo modelo na coluna Baba, Brasil!, lá em 2013.
A Golf Variant está disponível em duas versões, ambas com o motor 1.4 TSI de 140 cavalos (com o sistema Start-Stop) e câmbio automatizado DSG de sete marchas. São as mesmas versões do hatch: Comfortline, que custa R$ 87.490, e Highline, por R$ 94.990. E a mesma grande quantidade de opcionais também. Só não tem a GTI.
A Comfortline tem de série ar condicionado manual com saída para o banco traseiro. sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, sistema multimídia de 5,8 polegadas com CD Player, Bluetooth e entradas para iPod, iPhone e cartão de memória, computador de bordo, trio elétrico, espelhos retrovisores aquecíveis, assistente de partida em rampas, bloqueio eletrônico do diferencial, controles eletrônicos de estabilidade e tração, sete airbags (dois frontais, dois laterais, dois de cortina e um de joelho), monitoramento de pressão dos pneus, engates ISOFIX para cadeirinhas infantis, bancos dianteiros com ajuste lombar e de altura, faróis de neblina e rodas de liga-leve de 16 polegadas.
O teto solar panorâmico, que vai até o banco traseiro, é um opcional independente de R$ 5.300 para as duas versões. O piloto automático, as rodas de 17 polegadas, sensores de faróis e de chuva, espelho retrovisor interno antiofuscante, volante multifuncional com borboletas do câmbio fazem parte do pacote Elegance, que custa R$ 4.500. O GPS com atualização automática de mapas custa R$ 8.890 no pacote Exclusive, que tem todos os itens do pacote de opcionais mais barato. Completa, a versão Comfortline já custa 101.680, sem as pinturas metálicas (R$ 1.200) ou a Preto Mystic, única perolizada, por R$ 1.700.
A Highline acrescenta aos itens de série da Comfort, ar condicionado digital de duas zonas, bancos dianteiros aquecidos, porta-luvas refrigerado, volante multifuncional com borboletas, piloto automático, sensores de chuva e faróis e acabamento interno em couro (podendo ser bege, sem custo), incluindo os bancos (na Comfortline é de tecido). Mas não se anime por ela ser mais barata que a versão básica com todos os opcionais. A top também tem vários extras. O pacote Elegance, por R$ 5.820, tem rodas de 17 polegadas modelo Geneva (há ainda a opção independente Madrid, por 400 reais), sistema de seleção de modos de condução, navegação por GPS, abertura das portas por meio da chave presencial e partida do motor por botão. Como na Comfortline, o opcional seguinte (Exclusive) repete os itens do anterior e adiciona faróis bixenônio com LED diurno, assistente de luz para o farol alto, ACC (Piloto Automático Adaptativo) com front assist e freios de emergência (que identificam a iminência de uma batida e freia o carro automaticamente), que sai por absurdos R$ 15.700. Achou caro? Ainda tem o Premium, por R$ 26.670, que acrescenta banco do motorista com regulagem elétrica, sensor de fadiga e sistema multimídia "Discovery Pro", com tela de oito polegadas, HD interno de 60GB, GPS, sensor de gestos, comandos de voz e câmera de ré com visão de 360º. Preço final da brincadeira, com teto solar e pintura metálica, que tem mais opções de cores: R$ 128.560.
A Golf Variant é quase 31 centímetros mais longa que o Golf hatch, com 4,56m de comprimento. A distância entre-eixos de 2,63m é a mesma, assim como o estilo até a coluna central. Além do tamanho, os dois modelos se diferenciam pelo bagageiro no teto (preto na Comfortline e prateado na Highline) e pela janela lateral alongada da perua, que tem um terceiro vidro depois da porta. A coluna traseira também é mais fina. As lanternas são semelhantes, sendo que na Variant o desenho do prolongamento é mais reto. A placa de licença vai pendurada na tampa do porta-malas. Se fosse no para-choque, a traseira ficaria, além de igual a do hatch, mais harmoniosa.
O interior de acabamento excelente também é idêntico. O espaço interno idem. O diferencial é o porta-malas de 605 litros, que sobe para 1.620 litros quando rebatidos os encostos do banco traseiro. Um grande avanço para a carroceria original, que tem apenas 313 litros.
Por ser 119 kg mais pesada, a Variant (com 1.357 kg) perdeu desempenho e eficiência dos freios em relação ao Golf hatch 1.4 TSI. O tempo de aceleração de 0 a 100 km/h subiu de 8,6 para 9,3 segundos e a velocidade máxima caiu de 212 para 205 km/h. A distância de frenagem a 120 km/h aumentou um metro e agora é de 58,9 metros. Na mesma velocidade o nível de ruído subiu de 62,8 para 67,5 decibéis. O consumo, considerando as variações técnicas dos testes da revista Quatro Rodas, dona de todos esses dados, com exceção da velocidade, é semelhante, com 11,7 km/l na cidade e 14,8 km/l na estrada.
Por ser 119 kg mais pesada, a Variant (com 1.357 kg) perdeu desempenho e eficiência dos freios em relação ao Golf hatch 1.4 TSI. O tempo de aceleração de 0 a 100 km/h subiu de 8,6 para 9,3 segundos e a velocidade máxima caiu de 212 para 205 km/h. A distância de frenagem a 120 km/h aumentou um metro e agora é de 58,9 metros. Na mesma velocidade o nível de ruído subiu de 62,8 para 67,5 decibéis. O consumo, considerando as variações técnicas dos testes da revista Quatro Rodas, dona de todos esses dados, com exceção da velocidade, é semelhante, com 11,7 km/l na cidade e 14,8 km/l na estrada.
Com as peruas quase extintas a Golf Variant não tem concorrentes diretíssimas no segmento médio. Apenas se incluirmos os crossovers do mesmo porte, a perua da Volkswagen terá opositores como a Fiat Freemont (de R$ 107.690 a R$ 115.800, motor 2.4 de 172 cv), Honda CR-V (R$ 134.900, já com face-lift, 2.0 de 155 cv e tração 4x4), Toyota RAV4 (R$ 120.850, 2.0 de 145 cavalos), Mitsubishi Outlander (R$ 114.990, 2.0 de 160 cavalos) e Kia Sportage (R$ 98.900, 2.0 de 169 cavalos).
Os utilitários esportivos podem ser mais espaçosos e altos, alguns mais baratos, e possuem perfil jovem. Mas a altura em relação ao solo pode atrapalhar o acesso de passageiros idosos ao seu interior. E as peruas podem reconquistar o seu espaço por causa disso. Se o consumidor mais maduro pensar na segurança dos seus pais e avós, a Golf Variant pode ter uma boa saída, integrar a seleta lista lá no início do texto e trazer mais opções para o mercado.
Pontos Fortes:
+ Acabamento
+ Porta-malas
+ Motor
+ Consumo
+ Frenagem
Pontos Fracos
- Ruído
- Muitos opcionais
Pontos Fortes:
+ Acabamento
+ Porta-malas
+ Motor
+ Consumo
+ Frenagem
Pontos Fracos
- Ruído
- Muitos opcionais
FICHA TÉCNICA
Motor: Quatro cilindros, transversal, turbo, injeção direta de gasolina (TSI), 1.395 cm³, 16 válvulas
Potência: 140 cv
Câmbio: Automatizado sequencial de sete marchas e dupla embreagem com mudanças manuais
Tração: dianteira
Tração: dianteira
Aceleração de 0 a 100 km/h: 9,3 segundos (Revista Quatro Rodas)
Velocidade máxima: 205 km/h (VW)
Consumo: 11,7 km/l na cidade e 14,8 km/l na estrada (Quatro Rodas)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,56/1,80/1,47/2,63m
Porta-malas: 605 litros
Tanque: 50 litros
Preços: R$ 84.790 (Comfortline básica) / R$ 103.380 (Comfortline completa, com pintura perolizada)
R$ 94.990 (Highline básica) / R$ 129.060 (Highline completa, com pintura perolizada)
Cores: Branco Puro, Vermelho Tornado, Preto Ninja (sólidas, sem custo), Prata Sagaz e Tungstênio, Azul Night e Silk, Cinza Platinum (metálicas, R$ 1.200) e a perolizada Preto Mystic (R$ 1.700)
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