No final do mês passado, foi apresentada a oitava geração do hoje hatch médio Volkswagen Golf. No Brasil, a sua história começou em 1994, quando desembarcou, importado do México, na versão GTI da terceira geração. Recebeu a quarta geração em 1999, quando a carroceria seguinte começou a ser fabricada no Paraná, junto com o primeiro Audi A3, mas não tivemos a quinta e a sexta gerações. A quarta passou apenas por um face-lift em 2007. O Golf só voltou a ser atualizado no Brasil em 2013, quando chegou a sétima geração, ainda importada da Alemanha e depois do México, nas versões Highline 1.4 TSI e GTI 2.0 TSI. Somente em 2016 voltou a ser fabricado no Paraná. Tivemos ainda o Comfortline 1.6 e 1.0 TSI e a perua Variant 1.4 TSI, importada do México. Mas a onda dos SUVs acabou ofuscando o Golf, que começou a perder versões e, aos poucos, sair do mercado. Não é certa a vinda da oitava geração, que voltaria a ser importada. 


1a Geração - 1974 a 1983


Na Europa, o primeiro Golf saiu da linha de montagem de Wolfsburg em março de 1974, chegando às concessionárias europeias dois meses depois. Era o primeiro compacto da Volkswagen a ter motor refrigerado a água, montado na transversal, e tração dianteira. Os primeiros veículos da marca do  "carro do povo" que adotaram este conceito mecânico foram o sedã luxuoso K70 e o médio Passat, que chegou ao Brasil naquele mesmo ano. O primeiro era derivado do NSU RO80 e o segundo do Audi 80.

Desenhado por Giorgio Giugiaro, as linhas retas do Golf seguiam o estilo do marca na dianteira, com a grade retangular preta, o único par redondo de faróis nas extremidades e as luzes de direção no para-choque de metal revestido de borracha. A traseira tinha vidro levemente inclinado, quase vertical, com o par de lanternas retangulares na base da tampa do porta-malas. Na lateral, um detalhe que se tornou a sua marca registrada: a coluna larga na parte posterior, que dura até hoje. Podia ter duas ou quatro portas laterais.


Com 3,53m de comprimento e 2,34m de distância entre-eixos, o Golf foi o compacto destinado a substituir o Fusca, com quem conviveu por quatro anos no mercado. Em 1978, o Käfer (como o besouro era conhecido na Alemanha) parou de ser fabricado por lá. Mas esse status de compacto do Golf só durou um ano. Em 1975 era lançado o Polo.


O inovador motor refrigerado a água tinha duas opções de cilindrada no ano de lançamento: 1.1 de 50 cavalos e 1.5 de 70 cavalos. Com o primeiro chegava aos 140 km/h e com o 1.5,  aos 160 km/h. No ano seguinte, ganhou a versão GLS, com motor 1.6 de 75 cavalos, que alcançava os 162 km/h. 


Antes de ganhar a sua versão mais famosa, o Golf deu origem ao cupê esportivo Scirocco, substituto do Karmann-Ghia, ainda em 1974. Finalmente, em 1976, o Golf ganhou a sua própria variação apimentada: a GTI (sigla de Grã-Turismo Injection). Sim, o modelo ganhava injeção no motor 1.6, vindo do Audi 80. Mas ainda era uma injeção mecânica, desenvolvida pela Bosch. Rendia 110 cavalos e levava o hatch aos 182 km/h, com aceleração de 0 a 100 km/h em 9,9 segundos.

Scirocco 1974

Visualmente, o GTI se diferenciava por fora pelo spoiler abaixo do para-choque dianteiro, o emblema da Volkswagen pintado de preto, com a sigla no canto direito da grade (que ganhou um friso vermelho) e molduras plásticas no arco das rodas e nas faixas laterais. No interior, o volante era de três braços, com metal aparente e o pomo da alavanca de câmbio de quatro marchas tinha formato de bola de golfe, como sugere o nome do carro. A sua suspensão também era mais baixa. A sigla GTI é mantida até hoje - vai chegar à oitava geração -, foi usada no Gol brasileiro (primeiro com i minúsculo, depois maiúsculo) e tornou-se símbolo de carro esportivo, passando a ser usada também pela Peugeot. Graças ao GTI, o Golf chegou a marca de 1 milhão de unidades produzidas, ainda em 1976.


Em 1978, o Golf começou a ser vendido nos Estados Unidos com nome de Rabitt (coelho). No ano seguinte, ganhava a sua versão conversível, que se destacava pelo arco de proteção no meio do habitáculo, projetado pela Karmann, a mesma que fez o cabriolet do Fusca. Também adotou um motor a diesel 1.5 de 50 cavalos, o câmbio de cinco marchas, a versão picape Caddy e o sedã Jetta. 

Jetta

Caddy

E se você pensa que o sistema Start&Stop, que desliga o motor no sinal de trânsito, é novidade, está redondamente enganado. O Formel E (Fórmula Economia) já lançava esse recurso em 1981. O Golf chegava a cinco milhões de unidades em fevereiro de 1982, mesmo ano em que o GTI adotava o motor 1.8 e ganhava mais dois cavalos, além de ganhar computador de bordo e carroceria de quatro portas.



2a Geração - 1983 a 1991



A segunda geração foi apresentada em agosto de 1983. O sedã Jetta chegaria em 1984, a picape Caddy seria extinta e o Cabriolet resistiria até a terceira geração. 

O hatch estava maior - tanto no comprimento, quanto no entre-eixos - e mais encorpado, mas mantinha as formas básicas da versão original, de nove anos antes, principalmente na grade preta de faróis circulares. A coluna lateral traseira ficou ainda mais larga. Atrás, a novidade ficava por conta das lanternas trapezoidais e em posição um pouco mais elevada. Por dentro, mais conforto e melhor acabamento.


Os motores básicos variavam entre 1.3 e 1.8 litro. O GTI ganhava duplo par de faróis redondos para se diferenciar. Perdeu um pouco de agilidade por causa do peso maior da segunda geração. Mas o problema foi corrigido em 1985, com a versão de 16 válvulas com duplo comando do motor 1.8. A potência subia para 139 cavalos e ele passava a acelerar de 0 a 100 km/h em 8,4 segundos e alcançar os 210 km/h.


No entanto, a potência logo caía para 107 cavalos no GTI de oito válvulas e para 129 cv no 16v com a adoção do catalisador, para reduzir a emissão de poluentes. Em contrapartida, ganhou a versão Syncro, com tração integral e freios ABS. 

Desde 1980, o cupê Scirocco, derivado de sua carroceria, já estava na sua segunda geração, mas durou até 1988, quando foi substituído pelo Corrado. Um dos seus motores era o 2.0 oito válvulas G60, com compressor volumétrico. Este bloco também foi usado no Golf Rallye, naquele mesmo ano, com tração integral e que alcançava 220 km/h. Era uma série especial.

Scirocco II
Corrado

Quando a Rallye acabou, o motor G60 foi aproveitado no GTI G60, somente com tração dianteira. Já o G60 Limited foi outra série limitada, a 70 unidades. Tinha tração integral novamente e motor de 16 válvulas, compressor mecânico e rendia 210 cavalos de potência. 

Em junho de 1988 o Golf chegava a 10 milhões de unidades produzidas. Outra inovação eram as versões City Stromer, com motor elétrico, e Hybrid, com um propulsor elétrico e outro a diesel. Isso em 1989! 

A despedida da segunda geração do Golf, que já chegava a 12 milhões de unidades em 1990, foi com a versão Country, com a tração integral, suspensão elevada e pneus maiores. O Golf GTI chegava a 1 milhão de unidades.

Jetta II


3a Geração - 1991 a 1997 (No Brasil, de 1994 a 1998)


No Salão de Frankfurt de 1991, enquanto a rival Opel apresentava o Astra, sucessor do Kadett, a Volkswagen mostrava a terceira geração do Golf, que ficava mais aerodinâmico e com linhas suaves, rompendo parcialmente com as duas gerações anteriores. 

A frente mudava radicalmente. A grade ficou menor e inclinada. Os faróis passaram a retangulares com contorno interno arredondado. Os para-choques também cresceram e foram integrados à carroceria. As luzes de direção foram rebaixadas para sob o friso de borracha. A traseira ficou mais suave e as lanternas trapezoidais ficaram levemente arredondadas. Elas subiram mais um pouco e o vidro traseiro diminuiu de tamanho. A lateral com colunas largas, entretanto, permaneceu. O interior evoluiu mais uma vez, com painel mais arredondado, mas ainda integrando o quadro de instrumentos, além de revestimentos mais modernos. Pela primeira vez eram oferecidos airbags para motorista e passageiro.


Em 1992, a terceira geração ganhou o primeiro título do Golf na história da eleição de Carro do Ano na Europa. Mas esta carroceria ficou marcada por ser a primeira a ser vendida no Brasil. 

Antes de chegar aqui, o Golf sedã passou a se chamar Vento e ganhou faróis totalmente retangulares. Também em 1992 e em 1993, o Golf ganhava duas inéditas versões: o hatch com motor V6 e a perua, chamada Variant, respectivamente.

Vento



O Golf foi o primeiro hatch médio-compacto a receber um motor de seis cilindros, a versão foi chamada de VR6. Tinha 2.8 litros de cilindrada e rendia 174 cavalos, podendo acelerar até 100 km/h em 7,6 segundos. Se destacava visualmente pelas rodas BBS de 15 polegadas.


Ainda em 1993, o conversível finalmente ganhava nova geração, que a anterior não teve. O Golf a diesel já tinha turbo e 1.9 litros de capacidade cúbica. A versão Syncro voltava no mesmo ano, com tração integral e motor 2.9 VR6 de 190 cavalos.


O Golf chegou ao Brasil em 1994 na versão GTI, importado do México, com motor 2.0 de oito válvulas, 115 cavalos e apenas com a carroceria de duas portas. Com teto solar elétrico, hodômetro digital e bancos esportivos, ofuscou por aqui o irmão Pointer, então recém-lançado e com teto arredondado, derivado do Ford Escort (eram os últimos anos da Autolatina). O Golf concorreu também com o próprio Escort XR3 e o Kadett GSi, além de futuramente, com o Fiat Tipo SLX 2.0 e o 2.0 16v.


Em 1995, desembarcou em mais duas versões: a GLX 2.0 e a GL 1.8 (90 cavalos), ambas de quatro portas. Só que a GL vinha diretamente da Alemanha e a GLX ainda do México. Curiosamente somente estas versões trouxeram o controle elétrico dos vidros e retrovisores. Em 1997, o GLX ganhou opção com câmbio automático. O GL também passava a vir do nosso parceiro latino-americano, com motor 1.8 Mi.

Golf GLX 2.0 

Na Europa, para comemorar seus 20 anos, em 1996, o GTI ganhava uma série especial com rodas de 16 polegadas raiadas da BBS e motores 2.0 16v de 150 cavalos e, pela primeira vez no esportivo, um turbodiesel de 110 cavalos. Naquele mesmo ano, o VR6 também chegava ao Brasil, em pouquíssima quantidade. 

4a Geração - 1997 a 2003 (No Brasil, de 1998 até hoje) 



Se a geração anterior modernizou o Golf, a quarta sofisticou o hatch, em 1997, que já tinha pouco mais de quatro metros de comprimento. A lateral com coluna larga, como sempre, foi mantida, mas as curvas ficaram ainda mais suaves. Os faróis se tornaram ovalados e transparentes (com duplos refletores). A grade, mais inclinada, e os para-choques passaram a ter a mesma cor da carroceria. Na traseira, os vidros cresceram, as lanternas ficaram mais pontudas e a placa passou para o para-choque. 

O interior recebeu o nível máximo de qualidade de acabamento. O console central ficou mais voltado para o motorista e rebaixado em relação ao quadro de instrumentos, que ganhou cobertura arqueada. O Golf ganhou novos equipamentos como ar condicionado digital, rádio de dois andares e navegador GPS nas versões mais caras, além de porta-copos retrátil. O câmbio automático passava a ter cinco marchas com opção sequencial Tiptronic, aqui exclusivo do GTI.



Com estas mesmas qualidades (com exceção do GPS), o Golf só demorou um ano para chegar ao Brasil, somente com quatro portas. Primeiro veio importado da Alemanha. Mas em 1999 passou a ser fabricado em São José dos Pinhais, no estado do Paraná, dividindo a linha de produção com a primeira geração do Audi A3, que usava a sua mesma plataforma.


Os motores usados aqui, com exceção do 2.0 (o mesmo do anterior, com 115 cv), eram inteiramente novos, construídos em alumínio: o 1.6 de 101 cavalos e o 1.8 com cinco válvulas por cilindro, turbo e 150 cavalos no GTI. 

Na Europa, os motores também tinham 1.2 e 1.4 litros. O 1.8 aspirado tinha 125 cavalos. Posteriormente foram lançados o V5 de 2.3 litros (150 cv) e o VR6 2.8, 24 válvulas e 204 cavalos, além de cinco versões a diesel. As versões com tração integral passaram a se chamar 4Motion. O tradicional Golf GTI há muito tempo já não era o mais potente. Na quarta geração, o novo recorde passou a ser do R32, com motor V6 3.2 de 250 cavalos e bancos em concha, lançado em 2002.

R32
Entre as outras versões de carroceria, o cabriolet novamente não era renovado, ganhando apenas um face-lift para deixá-lo parecido com a cara da quarta edição. Traseira e interior eram os mesmos do antigo. Já o sedã mudava mais uma vez de nome, passando a se chamar Bora, em 1998, chegando ao nosso país dois anos depois, importado do México, onde continuou a ser chamado de Jetta. Na Europa houve uma situação pitoresca, com o Golf tendo duas peruas: uma com a frente do hatch e outra com a do sedã.

Bora Variant

Golf Variant

Bora Variant

No Brasil, em 2001, o motor 1.6 ganhou acelerador eletrônico (E-Gas) e comando de abertura de válvulas roletado. Mas deixou de ter bloco em alumínio para voltar a ser em aço e perdeu o coletor variável. Passou a ser chamado de EA-111. Manteve a mesma potência de 101 cavalos. Em compensação, a potência do GTI subiu de 150 para 180 cavalos em 2002.

A evolução do Golf no Brasil parava por aí. Enquanto o europeu se preparava para a quinta geração, o nosso foi ganhando séries especiais mais simples (Trip, Generation, Black&Silver, Flash e Sport), perdendo equipamentos de série importantes como ar condicionado e trio elétrico para depois recuperá-las. O motor 1.6 passou a ser bicombustível em 2006, com 101 cavalos com gasolina e 103 cv com álcool. O nosso chegou a ter brevemente a versão GTI 2 portas em 2002 e no ano seguinte a versão VR6 com 200 cv e câmbio manual de seis marchas, também sem as portas laterais traseiras.


Em 2007 o Golf europeu já estava na quinta geração e o nosso perdia importância, ganhando uma estranha frente com grade trapezoidal e faróis retangulares. Na traseira, um aplique nas lanternas, na tampa do porta-malas, com lentes circulares, disfarçava a idade. A versão GTI chegou a 190 cavalos, mas foi extinta em 2009. Em 2008 o motor 2.0 passava a ser flex, rendendo 116 e 120 cavalos. O GT passou a ser o Golf esportivo no mercado brasileiro, com motor 2.0 de oito válvulas. O 1.6 EA-111 dava lugar ao VHT. O sedã Bora também ganhou um face-lift, mas com grade bicuda, visual que foi criado na China e usado também no Golf de lá.



O Golf continuou sendo vendido no Brasil, ainda na quarta geração, com motores 1.6 e 2.0, opção do câmbio Tiptronic de seis marchas (só o 2.0) e nas versões básica (ambas as motorizações), Sportline (ambas), GT (com opção do Tiptronic) e Black Edition, as duas últimas com motor 2.0. Custava entre R$ 53.484 e R$ 65.909 (a GT 2.0 Tiptronic), enquanto aguardava o seu futuro, alheio a evolução do Golf europeu desde 2003.



5a Geração - 2003 a 2008


Enquanto o Golf brasileiro parava no tempo, na Europa ele chegava à quinta geração em 2003. Os faróis ganhavam formato de gota, com dois refletores internos de duplo xenônio. A grade ficava mais um pouco mais longa e trapezoidal. As lanternas traseiras também ganharam prolongamento na tampa do porta-malas, mas seu visual ficou mais suave que no modelo brasileiro.



O desenho do console central ficava mais simples e separado do quadro de instrumentos. Mas a tecnologia aumentava, com câmbio automatizado DSG de dupla embreagem. Os motores ganharam injeção direta de gasolina, chamada FSI, nas cilindradas 1.4 (80 e 90 cv) e 1.6 (115 cv). O 1.4 também ganhou turbo com injeção direta (TSI), passando a render entre 140 e 170 cv. Já o GTI recebeu o 2.0 TSI e chegou a 200 cavalos. O R32 continuou na nova geração, com os mesmos 250 cv, mas agora com tração integral 4Motion.

Golf R32
Golf Plus
 
Eos

O Golf V também ganhou a versão ecológica Bluemotion e a variante monovolume Golf Plus, que inspirou a traseira da nossa Spacefox. No Brasil, a quinta geração foi representada pelo Jetta, nas versões sedã e perua, importados do México, e o cabriolet de capota rígida Eos, que chegava de Portugal com o motor 2.0 TSI. A Jetta Variant só tinha motor 2.5 de cinco cilindros em linha com 170 cv. Já o sedã também tinha o V6. Foram lançados aqui em 2006 (o sedã) e em 2008 (a Variant).

 


6a Geração - 2008 a 2012



O Golf continuava evoluindo na Europa. Com carroceria soldada a laser, a sexta geração ganhava vinco na lateral (ainda com a coluna larga) e faróis com máscara escura (que continuavam com o formato em gota, agora mais reto). A grade voltava a ser preta e os para-choques foram alinhados. A sua nova frente deu origem a mais um padrão estético da Volkswagen, usado também no Gol brasileiro. As lanternas traseiras ficavam maiores e cada vez mais horizontais. Por dentro, o console central voltava a ficar alinhado com o quadro de instrumentos, cujo túnel ficava maior. Na segurança, a novidade passava a ser os airbags para os joelhos. O Golf ganhava cinco estrelas na avaliação de crash-test da EuroNCAP.

 

Em relação às variações de carroceria, a mais interessante foi o relançamento do cupê esportivo Scirocco, lançado antes mesmo do Golf, em 2007.

Scirocco 2008
 

O cabriolet Golf foi finalmente renovado e manteve a capota de lona para se diferenciar do Eos, que teve a frente renovada, assim como o monovolume Plus, que também ganhou uma versão aventureira fora de estrada, chamada Cross. Mesmo com o hatch aguardando a sétima geração, o descapotável ganhou pela primeira vez a versão GTI no Salão de Genebra de 2012, com motor 2.0 TSI de 210 cavalos.

Eos
Golf GTI Cabrio

Golf R

Quanto às versões esportivas, a sexta geração ainda tinha o GTI hatch e mais a R-Line (um pacote com rodas de 18 polegadas), a R (com motor 2.0 TSI de 270 cv com câmbio DSG e tração integral 4 Motion), GTD (motor turbodiesel de 170 cv) e a GTI "35 aniversário", série especial lançada em 2011, com motor 2.0 TSI de 235 cavalos. 

Com o hatch "morto" por aqui, a plataforma da geração VI do Golf foi representada no sedã Jetta, que ganhou personalidade própria e chegou também em 2011, com motores 2.0 aspirado e turbo, ainda importado do México.





7a Geração - 2013 a 2019



A sétima geração foi apresentada ao público em 2012, no Salão de Paris, com fotos divulgadas antes. Construída sobre nova e inédita plataforma modular MQB, ficou mais leve e ainda mais sofisticada e moderna, com equipamentos eletrônicos que chegaram até no Brasil, depois de um hiato de duas gerações do modelo. O painel interno voltou a incorporar no mesmo desenho o quadro de instrumentos e o console central.


Na Europa, o Golf 7 tinha motores 1.0 TSI, 1.2 TSI, 1.4 TSI com desativação dos cilindros (ACT) e 2.0 TSI. A diesel, os motores eram 1.6 TDI e 2.0 TDI. Logo vieram as versões GTI, com motor 2.0 TSI de 220 cavalos, GTI Performance, com 230 cv e a R, com 300 cv e tração integral. E ainda tinha a diesel GTD, com motor 2.0 TDI de 184 cv. O Golf 7 já tinha versões híbridas, como a GTE 1.4 TSI, e a exclusivamente elétrica e-Golf. Conquistou o segundo título no Carro do Ano Europeu em 2013. 


Golf R
Golf GTD
Golf GTE
e-Golf
No Brasil, o sétimo Golf chegava em outubro do mesmo ano, importado da Alemanha nas versões Highline 1.4 TSI (turbo de injeção direta) de 140 cavalos e GTI 2.0 TSI, de 220 cv, somente com quatro portas, mesmo na versão esportiva.


Desde a versão Highline básica, o Golf já vinha de série com freios ABS com EBD (quando ainda não eram obrigatórios), controles de tração e estabilidade, bloqueio eletrônico do diferencial, freio de mão eletrônico, sete airbags (2 frontais, 2 laterais, 2 de cortina e um de joelho), alerta de perda de pressão dos pneus, ar condicionado digital de duas zonas, piloto automático simples, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, sensores de chuva e faróis, sistema Start-Stop (que desliga o motor nas paradas breves), além de direção elétrica, trio elétrico, com espelhos externos rebatíveis automaticamente, computador de bordo, bancos dianteiros com ajuste lombar, ajuste de altura e profundidade do volante (multifuncional, com controles do rádio, piloto automático e computador de bordo), CD Player com tela multimídia de 5,8 polegadas, sensor de aproximação e entradas USB, cartão de memória, entradas auxiliares e conexão Bluetooth, faróis de neblina, lanternas e luz da placa em LED e rodas de liga-leve de 16 polegadas.



O câmbio manual de seis marchas era de série. O automatizado DSG de sete marchas era opcional, como o perfil de direção entre quatro modos (normal, eco, esporte e individual), sistema de navegação com tela de 5,8 polegadas, com três anos de atualização grátis dos mapas e comando de voz, sistema de acesso sem chave e partida por botão no pacote Elegance. Em outro pacote (Exclusive) estavam faróis de xénon com luzes diurnas de LED, regulagem dinâmica de altura e indicador do nível da água do lavador e revestimento interno de couro com aquecimento dos bancos dianteiros. Havia, ainda, o pacote Premium, com bancos dianteiros com ajustes elétricos, detector de fadiga e sistema de proteção ativa para os passageiros, que fecha os vidros automaticamente quando detecta risco de acidente. Teto solar panorâmico, assistente de estacionamento com câmera traseira, sistema de navegação com tela de 8 polegadas e HD de 60 gigabytes e mais duas opções de rodas de liga-leve de 17 polegadas eram outros opcionais independentes. 


O Golf GTI tinha o mesmo nível de equipamentos de série do Highline. Incorporava apenas as rodas de 17 polegadas e os itens do primeiro pacote de opcionais Elegance. Até os demais pacotes e opcionais independentes eram os mesmos. O motor era 2.0 turbo de 220 cavalos, mas seu câmbio automatizado DSG tinha apenas seis marchas. 




Em março de 2014 chegou a versão Comfortline, mais barata e perdendo equipamentos e detalhes, como o ar condicionado digital, piloto automático, computador de bordo, rebatimento elétrico dos retrovisores externos e o acabamento em preto brilhante no painel, por exemplo. Entretanto, manteve os sete airbags e os controles de estabilidade e tração. 

No final daquele ano, o Golf passava a ser importado do México, mas perdia o freio de estacionamento elétrico e o sistema de retenção automática Auto Hold. Também era eleito o Carro do Ano, só que no Brasil, pela Autoesporte, e era o seu primeiro título. 


Em 2015, as peruas já sucumbiam ao sucesso dos utilitários esportivos, mas, mesmo assim, a Volkswagen ainda apostava nelas e trazia do México, a Golf Variant, em duas versões de acabamento (Comfortline e Highline), com motor 1.4 TSI e o mesmo nível de equipamentos e alto preço do hatch. 


Na Europa, a Golf Variant teve versões aventureira Alltrack, com tração nas quatro rodas, e R, com motor de 300 cavalos. Os europeus ainda têm a versão monovolume do Golf, a Sportsvan, construída sobre a plataforma MQB e sucessora do Golf Plus. 

Golf Alltrack

Golf Variant R



Golf Sportsvan

De volta ao Brasil. a partir de fevereiro de 2016, o Golf, enfim, voltou a ser produzido em São José dos Pinhais. Porém, sofreu alguns retrocessos: o câmbio DSG de sete marchas foi substituído pelo automático Tiptronic de seis, a suspensão traseira passou de multibraço para eixo de torção e a versão Comfortline trocou o motor 1.4 TSI por um 1.6 Flex aspirado de 110 e 120 cavalos. Em compensação, o 1.4 TSI do Highline passou a ser bicombustível de 150 cavalos, com álcool ou gasolina.  

Em setembro, o Comfortline ganhou motor 1.0 TSI de 116/125 cv, porém, com câmbio manual de seis marchas. O novo motor só viria matar o 1.6 em fevereiro de 2017, antes do 1.0 ganhar câmbio automático. 

Golf 1.0 TSI

Voltando ao mercado europeu, o Golf passava por uma discreta reestilização frontal em 2017, com a troca dos faróis de xenônio pelos de full-LED. A mudança veio junto com a adoção do quadro de instrumentos eletrônico Virtual Cockpit, uma tela multimídia maior (9,2 polegadas), operada por gestos e espelhável com Android e Apple, além de sistema de frenagem de emergência, um novo motor 1.5 TSI, com 150 cavalos e câmbio DSG de sete marchas renovado. As mudanças chegaram a todos os modelos, incluindo perua, esportivos, elétrico, híbrido e Sportsvan. 




As atualizações do Golf só chegaram ao Brasil em junho de 2018, sem o motor 1.5 TSI (o 1.4 já tinha ganho dez cavalos antes) e o sistema multimídia de 9 polegadas operado por gestos. As principais mudanças feitas aqui foram o aumento de potência máxima do 1.0 TSI para 128 cavalos, adotando também a nomenclatura 200TSI inaugurada no Polo, o câmbio automático para esta mesma motorização e a adição de mais dez cavalos no 2.0 TSI do GTI (agora 230 cv). 



Em setembro de 2018, foi a vez do sedã Jetta usar, enfim, a plataforma MQB, da sétima geração. Ele adotou um novo estilo, com teto de caída mais suave, próximo de um cupê, lembrando muito o já lançado sedã compacto Virtus (mas o Jetta nasceu primeiro, nos Estados Unidos). Ele desembarcou no Brasil nas versões Comfortline e R-Line, somente com motor 1.4 TSI (ou 250 TSI). Em dezembro, chegou uma versão básica, sem nome. Somente em junho deste ano, veio o motor 2.0 de 230 cv, na versão GLI. 






Desde 2018, porém, a sétima geração da linha Golf começou a sair de cena. Primeiro foi a perua Variant, que deixou de vir do México. Este ano, pararam de ser fabricados o Comfortline e o Highline. E, finalmente, o GTI, que ainda está sendo vendido em sobra de estoque. 

Como tudo em nosso país é atrasado, somente agora, a Volkswagen está importando, em lote limitado a 100 unidades, somente em São Paulo, Brasília e Curitiba (o Rio ficou de fora, para variar), a versão híbrida GTE, ainda da sétima geração, enquanto a oitava já foi lançada na Europa e começa a ser vendida por lá em dezembro. 



8a Geração (2019)


A oitava geração manteve a plataforma modular MQB e o conceito da lateral de coluna C larga. O desenho foi modernizado nos faróis mais finos, na lateral com mais vincos e no emblema VW, com o W afastado do círculo.

O interior está com estilo mais minimalista, se limitando à tela de multimídia dentro de uma moldura trapezoidal e o quadro de instrumentos eletrônico Virtual Cockpit. 

O Golf também ficou mais tecnológico com faróis a laser, operação do sistema multimídia com inteligência artificial, condução assistida até 210 km/h, troca de informações de tráfego com outros veículos e conexão permanente com a internet. 


Na mecânica, o Golf ganhou três novos motores a gasolina (um 1.0 TSI e dois 1.5 TSI) com ciclo Miller de funcionamento, vendidos isoladamente e em conjunto com motor elétrico de 48V, de recarga regenerativa. Haverá também uma nova versão híbrida plug-in, com potência combinada de 204 cavalos, a GTE, de 254 cv e uma com motor a gás natural 1.5 TGI, desenvolvido especialmente para a versão. 


Com a febre dos SUVs, a sua vinda para o Brasil tornou-se incerta. Especula-se que ele virá somente na versão GTE e/ou na versão GTI (com motor 2.0 TSI), somente importado. Esperamos que o Rio de Janeiro não fique de fora dessa. 

TEXTO: GUSTAVO DO CARMO
FOTOS: DIVULGAÇÃO