TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO E GUSTAVO DO CARMO
Criadora dos utilitários esportivos, a Jeep não poderia ficar de fora do novo segmento do gênero: o dos compactos. Mais de dez anos depois da rival norte-americana Ford lançar no Brasil o Ecosport -que não inventou a categoria, mas a impulsionou e chegou à Europa - a divisão off-road da Chrysler apresentou em março, no Salão de Genebra, o Renegade.
O modelo começará a ser fabricado no Brasil em março, após a inauguração da fábrica que o grupo FCA (Fiat-Chrysler Automotive) está construindo em Goiana, interior de Pernambuco. A Fiat é dona das marcas Dodge e Jeep há quatro anos e deve produzir também lá o sedã Viaggio. O Renegade será uma das grandes atrações do próximo Salão de São Paulo.
Foto: Gustavo do Carmo |
Com 4,25 metros de comprimento, 1,69m de altura e 2,57m de distância entre-eixos, o jipinho tem um estilo que podemos chamar de rústico: frente vertical, grade típica da Jeep, com as sete entradas de ar verticais, faróis redondos, perfil reto, área envidraçada lateral ampla com coluna do teto escura para simular que é contínua e traseira também vertical com lanternas quadradas com a luz do freio em X. Chegou-se a anunciar que ele teria um estilo diferente por aqui. Mas pelos flagras publicados em alguns sites, a ideia parece ter sido abandonada, pois ele é idêntico ao europeu.
O visual mais selvagem do Renegade gerou um ângulo de entrada de 30º e saída de 34º, além de altura livre do solo de 21 cm na versão top. Características que o coloca mais próximo de um SUV compacto mais puro, como o Mitsubishi TR4, que tem o mesmo ângulo de entrada, mas um grau a mais na saída. O modelo japonês custa R$ 79 mil com tração 4x4. E o Jeep deve custar nesta faixa.
Foto: Gustavo do Carmo |
O Renegade vendido no Brasil também terá tração nas quatro rodas e com reduzida, mas apenas em versões mais caras. Também estarão disponíveis um seletor de modo de condução em quatro pisos diferentes (areia, lama, pedra, neve, além da função automática) e controle eletrônico de descida. As mais simples terão a força apenas nas rodas dianteiras. E serão a principal concorrente do Ecosport, que tem ângulo de 25º e 35º, e outros modelos destinados àqueles que só usam o veículo no asfalto, como o Renault Duster, o Chevrolet Tracker e o futuro Peugeot 2008.
E para esse público o acabamento é bem sofisticado, longe da rustidez do estilo. Materiais são macios e revestimento em tecido ou couro, nas versões mais caras. O Renegade nacional deverá ter plásticos mais duros, mas com textura de boa qualidade. O painel tem cantos arredondados e as saídas de ar centrais são horizontais e destacadas, No quadro de instrumentos se destaca a tela colorida do computador de bordo que ocupa todo o espaço entre o velocímetro e o conta-giros, como no novo Cherokee que será mostrado aqui no Guscar nos próximos dias. Tem sete polegadas e está restrita às versões mais caras. As mais simples terão a monocromática de 3,5". No centro, além das saídas de ar, chama atenção a tela multimídia principal. No lado do carona há um alça PQP para lembrar que o Renegade é um off-road. Ainda assim o Jeep tem muito espaço, mas um porta-malas relativamente pequeno: de 351 litros.
Na Europa, onde já está à venda, ele tem motores da Fiat, como a evolução dos nossos conhecidos 1.6 E.TorQ de 110 ou 120 cavalos e 1.4 MultiAir de 140 ou 170 cv, do 500, só que com turbo, movidos apenas a gasolina. Os turbodiesel são da família Multijet, 1.6 de 120 cv e 2.0 de 140 e 170 cv. Os norte-americanos terão um 2.4 MultiAir a gasolina. De câmbio, opções entre manual o de cinco e seis marchas, automatizado de dupla embreagem de seis e a automática ZF de nove velocidades, disponível no Cherokee.
As versões terão nomes globais como Sport, Longitude, Limited e Trailhawk. A versão básica vendida no mercado europeu já terá itens como ar condicionado, conexão Bluetooth, freio de estacionamento elétrico e controle de pressão dos pneus. Entre os opcionais estão assistente de mudança de faixa, aviso de colisão frontal, detector de ponto cego nos retrovisores externos, aviso de trânsito perpendicular e teto solar panorâmico e elétrico em cristal ou poliuretano e fibra de vidro. Este último pode ser desmontado em duas partes.
O Renegade brasileiro deve perder alguns equipamentos e terá, inicialmente, apenas dois motores: o 1.8 E.TorQ Flex de 132 cavalos e o 2.0 turbodiesel, ambos com Start-Stop. Também só terá dois tipos de câmbio: manual de cinco marchas e o automático de nove.
O grupo Fiat-Chrysler espera que o Renegade tenha, no mercado, um desempenho completamente oposto ao que o seu nome sugere.
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