Texto: Gustavo do Carmo
Fonte de referência e alguns parágrafos: Portal Alpini
Fotos: Divulgação


A picape é veterana e está inventando um novo segmento. Já a minivan vem para fazer companhia a irmã mais curta de cinco lugares, que já é fabricada e vendida desde março. Em comum, esses dois veículos têm o espaço extra para mais dois passageiros, crianças, de preferência, embora adultos também possam entrar. Vou falar de uma vez da Fiat Strada Cabine Dupla e Nissan Grand Livina.

Fiat Strada Adventure Cabine Dupla
A Fiat foi a primeira marca a fazer uma picape com base em um carro de passeio compacto no Brasil: o 147 em 1978. A Strada foi a primeira picape pequena com cabine estendida em 1999. Dez anos depois, a mesma Strada volta a inovar com uma caminhonete de cabine dupla no seu segmento.
E de série, pois nos anos 80 e 90 muitas transformadoras famosas, como a Demec, já faziam isso sobre a antiga Fiorino. Sem falar das gambiarras feitas por muitas oficinas ilegais por aí a partir da Strada de cabine estendida, que não tinham nenhuma segurança.


Para acabar com essa ilegalidade e criar um novo nicho, a Fiat lançou a Strada Adventure com cabine dupla. O modelo tem a mesma frente arrojada com a grade cromada e os faróis mais amendoados do resto da linha esportiva. A diferença visual, além da janela maior na lateral traseira, é um santantônio que se une ao bagageiro no teto e vem se juntar ao outros ornamentos de plástico presentes no para-choques, arco das rodas, para-lamas traseiros, saias laterais e tampa da caçamba, da qual vou falar depois.
Primeiro a grande atração da Strada CD: o inédito banco traseiro. Se a versão de cabine estendida só servia para levar bolsas, esta dá pra levar mais dois passageiros. Mas que sejam baixinhos, de preferência. O espaço atrás não é muito bom. Dá pra fazer um passeio rápido ou pegar uma carona até um bairro próximo. Mas na viagem cansa.
Os dois caronas traseiros dispõem de encosto de cabeça regulável em altura e cinto de segurança de 3 pontos retrátil. O amigo do meio tem 99% de chances de ser barrado, pois não tem nem um cinto abdominal. Apoio de cabeça nem pensar.
Como ainda não inventaram a cabine dupla de quatro portas para as pequenas, o acesso ao banco de trás é feito pelo sistema "Easy Entry", no qual os bancos dianteiros correm inteiramente para frente e voltam para a posição original.

Quem pagou o preço pelo aumento da cabine foi a caçamba, já que a nova versão manteve as mesmas medidas: 4,45m de comprimento e 2,75m de distância entre-eixos. O compartimento de carga teve seu espaço reduzido de 830 para 580 litros. A abertura da tampa traseira (removível como em toda linha) é feita pelo logotipo-maçaneta.
Outra notícia ruim é o bloqueio de diferencial, o chamado sistema Locker, de série nas outras versões e opcional nesta nova carroceria. Em compensação, a suspensão recebeu molas traseiras mais flexíveis e amortecedores recalibrados.

O motor permanece o 1.8 Powertrain 8v Flex de 112 cavalos de potência com gasolina e 114cv com álcool.

A versão única Adventure Cabine Dupla custa R$ 46.440 e vem de série com ar condicionado, direção hidráulica, volante com regulagem de altura, vidros e travas elétricas, faróis de neblina e de longo alcance, rodas de alumínio de 15 polegadas, computador de bordo e acabamento interno exclusivo, com direito aos instrumentos off-road como bússola e inclinômetros longitudinais e transversais sobre o centro do painel. Um preço competitivo, apesar de custar 1.900 reais a mais que a cabine estendida.

A Adventure Cabine Dupla pode ser equipada opcionalmente com teto solar para os passageiros de trás (que poderia ser mais moderno e ter um forro, por exemplo), freios ABS, airbag duplo, retrovisores com comando elétrico, rádio toca-CDs com MP3, revestimento dos bancos em couro e o já mencionado sistema Locker.








Nissan Grand Livina


A prometida versão longa de sete lugares da minivan Nissan Livina, prevista desde quando a sua vinda ao Brasil foi anunciada, já está no mercado desde o final de junho.
A Grand Livina é 24 centímetros mais comprida do que a versão de cinco lugares. Ela mede 4,42m contra 4,18m da Livina. A altura de 1,58m é um centímetro maior. A largura de 1,69m e a distância entre os eixos de 2,60m se mantiveram.
Os dois lugares extras são de acesso e rebatimento mais fáceis do que a principal concorrente, a Chevrolet Zafira. No primeiro caso, basta empurrar o banco da fileira do meio que ele vai totalmente para a frente. E ainda é possível reclinar o encosto. A adversária só rebate o encosto e o passageiro tem que pular ou se apoiar no assento do banco. Já para rebater basta puxar uma alça.
O espaço para as pernas bem atrás é razoável, comparável ao da Strada Cabine Dupla falada acima. O do meio é muito bom. A capacidade do porta-malas com os sete bancos montados é de 589 litros. Escondendo os dois do fundo, sobe para 607. Só com o motorista e o carona, o volume aumenta para 964 litros.

O desenho da Grand Livina é igual ao da Livina curta. Mas o tamanho da nova versão é percebido pelo comprimento maior do vidro lateral traseiro. Por dentro, o painel também é o mesmo, mas o acabamento é um pouco mais caprichado. O nível mais completo de equipamento tem revestimento em couro dos bancos e volante de série, o que não existe na carroceria compacta.
E por falar em nível de equipamentos, existem dois na Grand Livina: comum e SL, com preços entre R$ 54.890 e R$ 65.390. A primeira traz ar-condicionado, direção elétrica, trio elétrico, air bag para motorista, destravamento das portas por controle remoto, terceira fileira de bancos rebatível e com cintos de três pontos, apoio de braços e assentos reclináveis na segunda fileira de bancos, rodas de alumínio de 15 polegadas, CD-Player, entre outros.


Na SL o ar-condicionado é automático e digital e os bancos e volante são revestidos de couro. Vem também com faróis de neblina, travamento automático das portas com o carro em movimento, air bag duplo, ABS com distribuição eletrônica da força de frenagem (EBD) e assistência à frenagem (BA), alarme, entrada auxiliar para MP3 e iPod, seis alto-falantes, retrovisores pintados na cor da carroceria, barras longitudinais de teto e dispositivo I-Key, que permite a abertura das portas e a partida no motor à distância.

Conforme anunciado no ano passado, a Grand tem apenas o motor 1.8 Flexfuel, que desenvolve 125 cavalos com gasolina e 126 cv com álcool a 5.200 rpm. O torque máximo é de 17,5 kgfm, sendo que 90% deste total está disponível a 2.400 rpm. O câmbio pode ser manual de seis marchas ou automático, de quatro, nas duas versões.
A Nissan Grand Livina também é fabricada em São José dos Pinhais e chega para enfrentar, além da Zafira, o Citroën Picasso, o Kia Carens e a perua Renault Mégane Grand Tour.