A Toyota Hiace só chegou agora ao Brasil e a atual geração demorou seis anos para vir e já está precisando de uma nova, embora as duas anteriores tenham durado 15 anos. Mas a sua história começa no Japão em 1967, quando foi lançada lá a primeira versão. Desde então, a van, que nasceu compacta, passou a ser média e hoje é grande, foi reestilizada cinco vezes: 1977, 1982, 1989, 2004 e 2019. Além do Japão, fez sucesso em quase todos os continentes do mundo, principalmente os emergentes, como África, região do Oriente Médio e Oceania, além da Ásia. Na América Latina a sua história é recente. Só não emplacou na Europa.
Primeira geração (H10 - 1967-1977)
Apesar de não ser muito popular na Europa, foi nas vans do continente que a Hiace se inspirou. O projeto de um monovolume, estilo nunca visto no Japão até os anos 1960, com motor instalado sob o assoalho, entre os bancos dianteiros, e voltado para transportar cargas e até oito pessoas foi desenvolvido pela Toyota Auto Body, uma empresa independente contratada pela Toyota, e era montada em Aichi. Também foi fabricada em Tóquio, na unidade da Hino Motors e na Indonésia.
Foi oferecida nas versões de passageiros, furgão e picape. A primeira geração media 4,31 metros de comprimento, 1,69 m de largura, 1,89 m de altura e 2,35 m de distância entre-eixos. A carroceria do monovolume tinha quatro ou cinco portas: as duas laterais na frente, para dar acesso ao motorista e o carona, uma corrediça no lado da calçada ou nos dois lados (dependendo da versão) e a tampa traseira. Tinha dois pares de faróis redondos e uma entrada de ar entre eles, além de uma moldura envolvendo o conjunto. As lanterans traseiras eram bem pequenas.
No início da produção, a Hiace tinha motores 1.3 de 70 cavalos, 1.5 de 75 cv e 1.6 de 83 cv. Em 1975 chegou o 1.8 de 95 cv brutos. Todos ainda com carburador. O câmbio era manual de quatro marchas.
Segunda geração (H20/30/40 - 1977-1982)
A segunda geração, de 1977, ficou com cantos mais arredondados e com apenas um par de faróis redondos, dentro de uma capela quadrada, acompanhados por um pequeno par de luzes de direção retangulares. A frente também ficou um pouco bicuda. As lanternas traseiras ficaram um pouco maiores.
O comprimento aumentou para 4,34 metros na versão mais curta, isso porque tinha uma versão mais longa com 4,99 m, mas a largura foi mantida em 1,69 m. Havia três opções de distância entre-eixos, começando por uma menor que a primeira geração, de 2,34 m, chamada série H20, e outra de 2,84 m (H30 e H40). A picape (H11) tinha 2,29 m. A versão com caçamba, aliás, ganhou cabine dupla. Outra novidade foi uma versão de teto alto, com a altura chegando a 2,11 m. A versão de passageiros passou a ter capacidade de 15 lugares. A Hiace passou a ser uma van média com o lançamento da Lite Ace.
O motor 1.6 passou a ter 90 cavalos. O 1.8 foi mantido com a mesma potência de 95 cv. As novidades foram o 2.0 de 100 cavalos e o 2.2 diesel de 72 cavalos.
Mesmo após o lançamento da terceira geração, a segunda continuou em produção por muitos anos. Além do Japão e Indonésia, a Hiace passou a ser fabricada em Ovar, Portugal.
Terceira geração (H50/60/70/80/90 - 1982-1989)
Na terceira geração, de 1982, as quinas ficaram ainda mais arredondadas e os vidros, incluindo o para-brisas, se ampliaram. Os faróis passaram a ser retangulares em diversas formas: duplas dispostas verticalmente, inteiriças quadradas e redondas. Lembrava a Kia Besta e, afinal, foi na Hiace que a van sul-coreana se inspirou. A versão picape só foi lançada em 1985 e durou até 1995.
Havia diversas opções de comprimento e entre-eixos, identificados pelos códigos H50, H60 e H70. As séries H80 e H90 se referiam à picape. A mais curta era de 4,43 metros e 2,30 m, respectivamente. E a mais longa de 5,03 m e 2,80 m. Como também podia ter teto alto, a altura variava entre 1,89 e 2,22 m. O ar condicionado passou a ser equipamento de série, oferecendo mais conforto para os até 15 passageiros.
Os motores a gasolina eram novos, da série Y, mas mantiveram o carburador e as cilindradas, exceto a 1.6, que saiu de cena. O 1.8 tinha 79 cavalos líquidos. O 2.0 tinha 88 cv. A novidade foi o 2.2 que tinha 95 cv. Em relação aos movidos a diesel, o 2.2 da anterior geração foi mantido e foi adicionado o 2.4, com 87 cv. O câmbio podia ser manual ou automático de quatro marchas e manual de cinco velocidades. A África do Sul substituiu Portugal na produção.
Quarta geração (H100 - 1989-2004)
A quarta geração foi apresentada em agosto de 1989. Continuou se arredondando e manteve as duas opções de distância entre-eixos e comprimento, com todas agora chamadas de H100. A carroceria original tinha faróis retangulares recuados com grade e parte do para-choque dianteiro envolvidos em máscara escura. As lanternas traseiras ficaram ligeiramente maiores e arredondadas, ainda concentradas na parte inferior. Por dentro, o painel ficou envolvente.
O comprimento e a distância entre-eixos da versão curta foram mantidos em 4,43 m e 2.33 m, respectivamente. Mas a versão longa aumentou para 5,25 m e a entre-eixos para 2,89 m. A largura aumentou para 1,70 m. A altura também cresceu, para 1,92 m e 2,29 m na versão com teto alto. A versão picape deixou de ser produzida.
Os motores a gasolina mais uma vez foram renovados, agora da série RZ. O 2.0 foi lançado com opções de carburador, com 100 cavalos e, pela primeira vez, injeção eletrônica, com 110 cv. O 2.4 tinha 120 cv e injeção eletrônica. A versão ambulância tinha um motor V8 4.0 de 32 válvulas, originário do luxuoso Lexus, de 260 cv. Os motores a diesel passaram a ter turbo, nas cilindradas 2.4, com 96 cv de potência e 3.0 com 130 cv. Já o 2.8 ainda era aspirado, com 91 cv, assim como o 3.0, com a mesma potência. O câmbio era automático de quatro marchas ou manual de cinco. A tração, pela primeira vez, podia ser integral. A básica era traseira.
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| Último face-lift |
Por ter durado quinze anos, a quarta geração da Toyota Hiace passou por três face-lifts, ganhando grade e faróis trapezoidais. No último, de 2003, ganhou um novo motor 2.0, de série TR, com comando variável de válvulas (VVT-i) e 136 cv de potência. Já o motor a diesel passou a ter injeção direta de duto único.
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| Hiace Granvia |
Esta geração também teve derivadas paralelas, mais compactas, chamadas Granvia, Regius, Powerbus e Powervan. O foco foi o mercado europeu, mas também foi vendida na Ásia e na Austrália. Posteriormente na Europa foi substituída pela Proace, uma versão Toyota dos Fiat Scudo, Citroën Jumpy e Peugeot Expert. A Hiace também teve variações ainda maiores que a original, chamada Grand Hiace, com comprimento variando entre 4,70 m e 5,24 m e entre-eixos entre 2,98 e 3,43 m.
A produção voltou para Ovar, em Portugal, além do Japão. Taiwan também produziu a Granvia.
Quinta geração (H200 - 2004-2019)
A quinta geração, conhecida como H200, de 2004, ficou com a cara mais achatada, com faróis trapezoidais e grade entre eles, com uma barra cinza no meio. A janela lateral da área dos passageiros ficou mais inclinada, como na geração atual. As lanternas traseiras continuaram verticais finas, mas ficaram mais compridas.
A Hiace voltava a ser uma van grande. Havia três versões de comprimento: uma com 4,70 m, outra com 4,84 m e a terceira com 5,38 m. De distância entre-eixos tinha duas versões: uma com 2,57 m para os dois primeiros comprimentos e 3,11 m para a versão superlonga. A largura variava entre 1,70 m e 1,88 m. Por fim, a altura variava entre 1,98 m e 2,11 m.
Os motores eram novos. Com gasolina havia o 2.0 da série TR, de quatro cilindros, com 16 válvulas, comando variável de válvulas e 136 cavalos. de potência, e o 2.7 tinha 160 cv. Entre os movidos a diesel, havia o 2.5 de 88 cv e o 3.0 de 106 cv. O câmbio, cuja alavanca passou a ser integrada ao painel, continuou sendo o automático de quatro marchas e manual de cinco. O conjunto mecânico foi compartilhado com a picape Hilux.
Em 2006 foi lançada a versão luxuosa Super Grandia, de apenas 11 lugares. Na lista de equipamentos havia navegador por GPS.
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| Face-lift |
Em 2017, o motor turbodiesel 2.5 deu lugar ao 2.8 de 151 cv e o câmbio automático de seis marchas. Quase o mesmo conjunto da atual Hiace que veio para o Brasil, sendo que o motor vendido aqui é mais potente. O 3.0 também foi renovado, passando a ter 130 cv e depois ganhou injeção direta de duto único (common-rail) D-4D, com potência subindo para 190 cv.
Na lista de países que produziam a quinta geração da Hiace estavam o Japão, a África do Sul, Tailândia, Vietnã, Malásia e Paquistão.
Sexta geração (H300 - desde 2019)
A geração atual, H300, foi lançada nas Filipinas em 2019 com visual mais moderno, que pela primeira vez desde a versão Granvia, de 1995, ganhou uma frente destacada, com capô. Os faróis se tornaram trapezoidais puxados para cima e a grade ganhou duas faixas cinzas ou cromadas, dependendo da versão. As lanternas continuaram verticais, mas alcançaram a base do vidro traseiro.
Na motorização a gasolina foi mantido o 2.7 de 160 cv, mas a novidade é o V6 3.5 com injeção mista, duplo comando variável de válvulas e 282 cavalos. O único a diesel passou a ser o 2.8 da Hilux, com potência dependendo do câmbio: 180 cv com o automático de seis marchas e 177 cv com manual de cinco ou seis marchas. Em 2020, o motor foi melhorado e a potência subiu para 204 cv, independente da transmissão.
A Hiace também ganhou uma versão mais luxuosa, com grade maior, mais cromados e faróis de LED mais puxados na Ásia e também na Rússia, com nomes variados dependendo do país: GranAce, Granvia, Majesty, Hiace Super Grandia, Hiace VIP e Quantum VX.
Para o Brasil, importada de Zárate, na Argentina, veio a carroceria de maiores dimensões (exceto na altura de 2,28 m) e o motor 2.8 de 174 cv. Além da Argentina, a atual é Hiace é fabricada no Japão e na Tailândia.





























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