LEMBRA DE MIM? - NISSAN PATHFINDER


Hoje temos utilitários esportivos de diversos tamanhos: sub-compactos, compactos, médios, médio-grandes e grandes, o que está fazendo com que montadoras abandonem as peruas, minivans, sedãs, hatches e até cupês esportivos, que estão se transformando em SUVs. Mas, em 1993, o segmento era restrito a modelos médio-grandes, derivados de picapes médias, a maioria, inclusive, montada sobre chassi tubular.

Este era o caso do Nissan Pathfinder, que chegou ao Brasil exatamente naquele ano. Espécie de "versão fechada" da picape D21, o Pathfinder tinha linhas retas, estepe na tampa do porta-malas (que hoje só é usado em utilitários rústicos) e já vinha com quatro portas, lançadas em 1990, pois o modelo surgiu em 1986 apenas com duas. O nome significa aquele que desbrava caminhos.

O Pathfinder já usava um recurso estético muito adotado por modelos mais recentes: colocar a maçaneta da porta lateral traseira na coluna, para passar a impressão de que tem apenas duas portas. Isso também foi adotado nas duas gerações seguintes. A frente, acima da grade e faróis, tinha três ranhuras no final do capô.

Foi importado de Kyushu, no Japão com motores V6 3.0 de 155 cavalos (versão SE) e 2.7 turbodiesel quatro cilindros de 140 cavalos (versão XE). A tração de ambos era integral, mas só o V6 tinha câmbio automático.


O interior era simples, mas bem acabado. O painel tinha desenho mais elaborado, com o quadro de instrumentos incorporado ao gabinete central. Nada dessas duas telas eletrônicas horizontais sobre uma bancada dos carros de hoje. O Brasil já recebeu o painel com o estilo envolvente. Era todo em plástico duro, mas as portas eram revestidas em couro, assim como os bancos. Não consegui fazer uma apuração completa sobre o primeiro Pathfinder. Só encontrei informações vagas na internet. Por isso, não posso afirmar se a versão turbodiesel de quatro cilindros tinha revestimento em tecido. Pelo menos o teto era. O porta-malas tinha revestimento em carpete. Na lista de equipamentos estavam teto solar, rádio Pioneer, vidros e travas elétricos, direção hidráulica, freios ABS e ar condicionado. 


A primeira geração do Nissan Pathfinder tinha como pontos fortes a robustez, a durabilidade e o conforto. Por outro lado, o consumo de combustível, o diâmetro de giro e a escassez de peças e mão de obra eram apontados como o ponto fraco. 



Em 1996, chegou a segunda geração, ainda importada do Japão, da mesma planta, que praticamente manteve o estilo original de SUV raiz, com maçanetas traseiras na coluna, mas os cantos foram arredondados e os faróis ficaram trapezoidais e mais integrados à grade. A traseira perdeu o estepe na tampa do porta-malas, que ganhou diversos vincos. A plataforma passou a ser monobloco. O interior continuou com painel integrado, agora com estilo mais arredondado. 


Três anos depois, a segunda geração ganhou um face-lift que deixou os faróis mais quadrados e transparentes e menos integrados à grade, que ficou mais proeminente. Na traseira, a luz de placa passou a ser por cima dela e não mais ao lado. O interior ganhou aplique de madeira no painel e parte das portas. 

Entre os equipamentos, novidades como tocador de CD incorporado ao toca-fitas, piloto automático no volante, ar condicionado digital, bancos dianteiros com ajuste elétrico e luzes de aviso do cinto de segurança desatado e de portas mal fechadas. 


Desde antes do face-lift, o motor da segunda geração já era o 3.3 V6 a gasolina de 170 cavalos e o câmbio automático de quatro marchas. A partir de 2002 o propulsor V6 passou a ser 3.5, com 243 cavalos. 


A terceira geração, de 2005, voltou a usar chassi tubular, que era o mesmo da picape Frontier, de quem copiou o estilo frontal, com faróis curtos, mais planos e grade mais aberta com o V característico da marca. A lateral ficou com linhas ainda mais retas e planas. A maçaneta da porta traseira continuou na coluna. A terceira janela era enorme. Na tampa do porta-malas, as lanternas verticais acompanhavam o recorte do vidro traseiro. O comprimento chegou a 4,74 metros e a distância entre-eixos a 2,85 m. O anterior tinha 4,64 e 2,70 m, respectivamente. O utilitário passou a vir da Espanha porque as leis europeias de segurança são mais compatíveis com a brasileira. O Japão não produz mais o Pathfinder. 


O interior ganhou painel moderno, com o gabinete agora separado do quadro de instrumentos. As saídas de ar centrais passaram a ser verticais, ao lado do painel do som, que tinha tocador de até seis CDs. O volante passou a ter três braços, com miolo redondo e controles do piloto automático e do som. A integração passou a ser do gabinete central com o console curvado com aplique em imitação de madeira. Os bancos e as portas tinham revestimento em couro. O terceiro Pathfinder ganhou uma terceira fileira rebatível que proporcionava sete lugares, mas reduzia o porta-malas para 190 litros. Com cinco lugares era de 515 litros. 


Entre os equipamentos da versão única LE havia faróis de xenônio, bancos com ajustes elétricos e aquecimento, ar condicionado digital de duas zonas, regulagem independente do ar condicionado para os passageiros de trás, saídas de ar para as duas fileiras, seis airbags, teto solar elétrico, retrovisor interno fotocrômico com bússola incorporada, controle de estabilidade, freios ABS com EBD e rodas de 17 polegadas.  

O motor V6 teve a cilindrada aumentada para 4.0, rendendo 269 cavalos de potência e 39,3 kgfm de torque a 4.000 rotações. O motor turbodiesel voltou a ser oferecido, com quatro cilindros, 2.5 litros de 174 cv e 41,1 kgfm. O câmbio automático passou a ter cinco marchas com opção de troca manual na própria alavanca. A tração integral era operada por botão giratório e tinha quatro modos de funcionamento: 4x2 traseira, automático, 4x4 e 4x4 com reduzida. 



Nissan Pathfinder de quarta geração 2013

Nissan Pathfinder de quarta geração - Face-lift 2017


Infelizmente, o Pathfinder de terceira geração só durou quatro anos por aqui. Em 2009, ele deixou de ser importado e nunca mais veio para o Brasil. O Pathfinder ganhou mais duas gerações no exterior, que passaram a ter a maçaneta na própria porta traseira: a quarta em 2012, de estilo crossover, com face-lift em 2017, e a quinta e atualmente no mercado, de 2021, que já oferece oito lugares. 


TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO



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