Em 2019 o Guscar publicou cinco comparativos. Dois com utilitários esportivos, dois com sedãs e um duelo entre Chevrolet Camaro e Ford Mustang. O blog resgata uma tradição de retrospectiva dos comparativos ao longo do ano, mas não pode trazer de volta a tradição de apontar o melhor carro do ano pelo melhor aproveitamento, pois foram apenas cinco comparativos, pouco representativo para os lançamentos deste ano. Este ano, o título seria do utilitário esportivo Chevrolet Equinox, com 74%. 





No único duelo realizado este ano, o primeiro entre os dois clássicos esportivos norte-americanos vendidos no mercado brasileiro, o Ford Mustang, que finalmente passou a ser oficialmente vendido no país em 2018, venceu apertado, por 7x6, sendo o melhor no preço, no motor, porta-malas, estilo, acabamento, espaço interno e lista de equipamentos. O Chevrolet Corvette, que passou por face-lift, ficou com o câmbio, desempenho, consumo, frenagem, nível de ruído e rede de concessionárias. 




Em um supercomparativo com dez utilitários esportivos compactos a partir de um confronto similar da revista Quatro Rodas, o vencedor foi o Volkswagen T-Cross, na versão intermediária Comfortline, com motor 1.0 TSI (a top Highline tem um 1.4 TSI), empatado em 93 pontos com o chinês fabricado em Anápolis (GO), Chery Tiggo 5X, mas levando vantagem no desempate por ter vencido quatro itens contra dois do sino-goiano. 

Destes quatro a dois, apenas a assistência (aqui considerados os custos de revisão) foi vencida sozinha pelo Volkswagen, que também se destacou no consumo (empatado com o Nissan Kicks), na frenagem e no ruído (estes dois empatados com o Tiggo). O T-Cross também se saiu bem no espaço interno, onde ficou em segundo, e no desempenho e no estilo (também empatado com o Tiggo), onde ficou em terceiro. Seu ponto fraco foi o último lugar no preço. 


Já o Tiggo 5X, além das vitórias empatadas na frenagem e no ruído, ficou em segundo no motor e no desempenho e em terceiro no estilo, espaço interno e equipamentos. Seu pior resultado foi o último lugar no câmbio. 

Também participaram do comparativo, em ordem de classificação a partir do terceiro lugar: o Honda HR-V, o Nissan Kicks, Renault Captur, Citroën C4 Cactus, Ford Ecosport, Hyundai Creta, Chevrolet Tracker (que vai ganhar nova geração no Brasil em 2020) e Jeep Renegade. 



O comparativo seguinte ao dos SUVs compactos também foi com utilitários, mas os médios. Desta vez com metade de concorrentes. O vencedor foi o Chevrolet Equinox Premier 2.0 Turbo, conquistando 48 pontos de 65 possíveis, um aproveitamento de quase 74%, maior que o do T-Cross. Em 2019, ele ganhou uma versão Midnight e um motor mais leve: um 1.5 Turbo, de 172 cavalos, disponível em todas as versões, inclusive a top Premier, para concorrer com o Tiguan 1.4. 


O Equinox 2.0 (agora exclusivo da versão Premier) foi o melhor no motor, câmbio, desempenho (empatado com o Volkswagen Tiguan 2.0 turbo, segundo colocado com três pontos a menos), assistência e espaço interno. Ficou em segundo no preço, no ruído (também empatado com o Tiguan) e no estilo. Seu pior resultado foi no acabamento. 


Em terceiro lugar ficou o híbrido Toyota RAV4, seguido pelo Honda CR-V 1.5 Turbo e o Jeep Compass 2.0 Flex. 




Os sedãs ainda representam um segmento disputado no mercado.  O primeiro comparativo da categoria, publicado apenas em novembro, exatamente no dia e na hora da final da Copa Libertadores da América, entre Flamengo e River Plate, reuniu modelos médios, na carona de novidades como o Toyota Corolla Hybrid, o face-lift do Chevrolet Cruze e o Volkswagen Jetta, lançado no final de 2018, que ainda não tinha sido comparado. O vencedor foi um veterano: o Honda Civic, que também ganhou uma mudança frontal discretíssima. 


O japonês fabricado em Sumaré (SP) somou 38 pontos de 52 possíveis, obtendo um aproveitamento de 73%. Ele sobrou no comparativo, vencendo sozinho seis itens (motor, câmbio, desempenho, frenagem, porta-malas e estilo), ficando em segundo em consumo e acabamento (este empatado com o Volkswagen Jetta, o segundo colocado, que este ano ganhou a versão esportiva com motor 2.0 TSI, a GLI). Seu ponto fraco foi o último lugar no preço e no espaço interno. 


Em terceiro ficou o Cruze. Grande novidade do segmento, o Toyota Corolla Hybrid, eleito o Carro do Ano 2020 da revista Autoesporte, acabou ficando em quarto lugar. 




O segundo comparativo de sedãs do ano, desta vez entre os compactos, reuniu apenas quatro concorrentes, mas o Fiat Cronos precisou passar por uma seletiva entre outros três modelos (Toyota Yaris, Ford Ka e Renault Logan) para participar do último confronto do ano. 

O (surpreendente) vencedor, entretanto, foi o Hyundai HB20S, que ganhou a sua segunda geração em 2019, repetindo a pontuação do Honda Civic entre os sedãs médios: 38 de 52 pontos disputados, com 73% de aproveitamento. 

O modelo da marca sul-coreana foi superior em quase todas as provas dinâmicas (desempenho, consumo e frenagem), sem empatar com ninguém, além do estilo e lista de equipamentos, dotado de itens como frenagem automática e aviso de mudança de faixa, este sim dividido com o vice campeão Chevrolet Onix Plus, que substituiu o Prisma neste ano que passou. O HB20S só não levou a prova dinâmica do nível de ruído, em que ficou em segundo (também empatado com o Onix), mesma colocação que obteve no preço. Seus piores resultados foram na assistência (rede de concessionárias) e no espaço interno. 


A outra novidade do ano, o Onix Plus era o favorito para vencer o comparativo, mas ficou em segundo. Só se destacou sozinho no preço, mas divide a lista de equipamentos (apesar de ter sistema de estacionamento automático, alerta de ponto cego, carregador sem fio e internet à bordo) com o HB20S e a maior rede de concessionárias da Chevrolet com a Fiat. 

A grande decepção do ano foi o quarto lugar do Volkswagen Virtus, que só venceu no nível de ruído, mas é o mais caro. Porém, com seis penúltimos lugares (desempenho, consumo, frenagem, acabamento, assistência - onde reinou por muito tempo - e equipamentos) acabou ficando em último na soma de pontos, um a menos que o Fiat Cronos, o terceiro colocado, que este ano ganhou a versão de acabamento esportivo HGT, com aerofólio e rodas pretas, mas o mesmo motor 1.8. 

TEXTO: GUSTAVO DO CARMO 
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