A Ford está em processo de renovação no mundo inteiro. Seus planos no mundo são acabar com os carros de passeio e ficar só com os utilitários esportivos. Aqui no Brasil, ela já começou a mudar: primeiro fechou a fábrica de São Bernardo do Campo, que fabricava o Fiesta. Depois parou de importar o Focus. O próximo passo será parar de trazer o Fusion.

Dentro desta nova estratégia, a Ford tornou o Edge mais esportivo ao trazer o face-lift do utilitário médio para o Brasil. Em vez da luxuosa SEL ou Titanium, importou a esportiva ST (Sport Technologies), sigla muito usada na Europa, como a do Focus, desde a primeira geração.

Pena que o Edge custa praticamente R$ 300 mil, o que o impede de concorrer com o Chevrolet Equinox e mesmo o Peugeot 5008. A briga será com os premiuns Audi Q5 e Volvo XC60, que servirão de parâmetro para a análise ponto a ponto da versão ST.


Estilo
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O ST que chega ao Brasil já é uma versão com face-lift da atual geração, lançada em 2014. A grade hexagonal assumiu maior destaque, perdendo os filetes cromados e adotando tela de colmeia. O Edge sempre teve esse estilo reto e discreto, desde a primeira geração. Não encanta, mas também não é feio. 



Acabamento
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Agrada pelo material macio no painel e nas portas. Mas é de plástico. Poderia ser de couro como os bancos, que também possuem camurça. Afinal, é um carro de trezentos mil reais.



Espaço interno
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Ótimo. Acomoda confortavelmente no banco de trás com boa folga para as pernas. Passageiro tem a disposição uma tela de DVD, saídas do ar condicionado e aquecedor e tomada de 110v.


Porta-malas
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Tem 602 litros, bem superior ao Audi Q5 (550 litros) e o Volvo XC60 (468).




Motor e câmbio
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Usa um V6 2.7 biturbo de 335 cavalos e 54,5 kgfm e um câmbio automático de oito marchas. A potência se coloca entre os 252 cv do Q5 e os 407 cv combinados do XC60, que é híbrido.


Desempenho
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Com aceleração de 0 a 100 km/h em 6,66 segundos, segundo a revista Carro, ficou atrás Q5 (6,30 seg.) e do XC60 (5,48 s). Na retomada de 4,34 segundos, entretanto, supera o Audi (4,68s), mas fica atrás do Volvo (3,73s). .



Consumo
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É muito alto, com 6,5 km/litro na cidade e apenas 10 km/l na estrada. O Audi Q5 ficou com 8,4 km/l na cidade e 10,2 km/l. Como é híbrido, o Volvo apresentou média excelente, de 16,7 km/l e 12,7 km/l, respectivamente.


Frenagem
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Com 25,33 metros a 80 km/h e 56,64 m a 120 km/h, ficou atrás dos concorrentes, que freiam melhor que ele.


Ruído
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A 80 km/h tem ruído de 58,8 decibéis e fica empatado com o Volvo, atrás do Audi. A 120 km/h já passa a ser tão silencioso quanto o alemão, com 61,4 decibéis.


Equipamentos
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Na versão única ST, o Edge é equipado com som premium (Bang & Olufsen), rodas de 21 polegadas, carregador de celular sem fio, oito airbags, teto solar panorâmico, volante com regulagem elétrica, sistema de estacionamento automático, piloto automático adaptativo, faróis com ajuste automático de facho, detector de mudança involuntária de faixa, alerta de colisão, dispositivo auxiliar em manobras evasivas, detector de pontos cegos, sensor de tráfego traseiro, DVD no encosto de cabeça dos bancos dianteiros, sistema multimídia SYNC3 com Android Auto e Apple Car Play, bancos dianteiros esportivos aquecidos e refrigerados com ajuste em 10 posições com memória para o do motorista, quadro de instrumentos configurável, sistema start-stop e abertura do porta-malas com os pés. 

Apesar de não oferecer o rebatimento elétrico dos retrovisores externos, o Edge é muito bem equipado.


Preço 
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Seu preço de R$ 300 mil (R$ 299 mil) o coloca na faixa de modelos premiuns como Audi Q5 (R$ 289.990) e Volvo XC60 (R$ 299.950).




Conclusão 
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O Edge foi um bom carro na maioria dos quesitos. Suas qualidades estão no espaço interno, porta-malas e na lista de equipamentos. Além da frenagem e consumo, outro ponto fraco é o mais decisivo: o preço. 

TEXTO: GUSTAVO DO CARMO  | FOTOS: DIVULGAÇÃO
DADOS DE TESTE: REVISTA CARRO