Durante anos, a sueca Volvo ficou conhecida pelos seus sedãs e, especialmente, peruas de estilo quadradão. A linha compacta, formada pelo sedã S40 e a perua V40, deu início, em 1995, a um processo de arredondamento em suas linhas. Também pudera, o projeto era holandês (NedCar), desenvolvido em parceria com a Mitsubishi, que produziu sobre a mesma plataforma o Carisma.

O S80, sucessor do 960, levou o estilo arredondado para o segmento de topo em 1998, com a plataforma P2. Finalmente, em 2000, a Volvo suavizou as linhas do seu sedã médio com o S60, que ocupou o espaço do velho quadradão 850, renomeado S70 no face-lift para se alinhar ao novo padrão de nomenclatura da marca, assim como a perua 850SW virou V70. Começou a ser fabricado na Suécia, mas logo a produção também foi estendida à Bélgica e à Malásia.

Primeira geração (2000-2009)



O charme do S60 estava na caída arredondada do teto. Já a grade bem avançada em relação aos faróis retangulares arredondados (de máscara negra) e as lanternas traseiras em dois níveis, que acompanhavam os vincos da carroceria, eram comuns ao S80. Tinha 4,60m de comprimento e 2,71m de distância entre-eixos. Também teve a sua versão perua, mantendo a designação V70, que, aliás, foi lançada meses antes.


O primeiro S60 só tinha motores de cinco cilindros em linha, a gasolina ou diesel, com cilindradas 2.0, 2.3 e 2.4, esta última única sem turbo, e potência que ia dos 140 aos 250 cv. Hoje batizando praticamente todas as versões de modelos da Volvo, a T5 era apenas uma versão esportiva, com motor 2.3 turbo. Dois anos depois foram lançados dois motores turbodiesel, ambos 2.4, um com 130 cv, chamado simplesmente de D, e outro de 163 cv, chamado D5. A tração era dianteira, mas a versão 2.4T tinha opção integral. O câmbio era manual ou automático de cinco marchas. E ainda havia um pacote a mais de equipamentos chamado Optima.


Em 2004 ele ganhou um discretíssimo face-lift e mudanças na motorização, como a troca do 2.4 pelo 2.5, com a potência chegando a 210 cv, e a versão menos potente do 2.0T subindo para 180 cv. A T5 trocou o 2.3 pelo 2.4  de 260 cv. Uma nova versão esportiva passou a ser a top. A R tinha motor 2.5 turbo de 300 cv e opção de câmbio manual de seis marchas ou automático de cinco, ganhando uma velocidade a mais em 2005. O motor turbodiesel 2.4 do D5 passou a ter 185 cv, mantendo os 163cv para a versão básica, que substituiu o de 130 cv. Foram criados o pacote Kinetic, Momentum e Summum.



Segunda geração (2010-2017)

A segunda geração ficou ainda mais arredondada e musculosa em 2010. A frente continuava com a grade avançada em relação aos agora faróis ovalados, mas o que chamavam atenção eram as luzes diurnas de LED entre eles. A traseira ficou mais convencional, com as lanternas triangulares se concentrando na junção com a lateral e um aplique na tampa do porta-malas formando um bumerangue. Acima, o nome VOLVO mais espaçado.



A plataforma P2 deu lugar a P3, estreada na primeira edição do utilitário esportivo XC60. número que foi adotado na perua, que passou a se chamar V60. O comprimento aumentou para 4,63m e a distância entre-eixos para 2,77m.

Toda a linha passou a contar com turbo no motor, mas o de cinco cilindros passou a dividir espaço com os de quatro e seis cilindros e, ainda assim, inicialmente somente movidos a diesel, como o D3 2.0 de 136 e D4. de 163 cv. Com gasolina e quatro cilindros, apareceram duas versões 1.6, com 150 e 180 cavalos, batizados, respectivamente de T3 e T4, nomenclatura que era usada na versão esportiva da primeira geração, antes de chegar a R. A cilindrada baixa também estava presente com diesel, apenas com 114 cv. A 2.0 a gasolina era apenas chamada de 2.0T e rendia 203 cv. Com seis cilindros foi lançada a T6 3.0, com 305 cavalos e tração integral. O câmbio podia ser manual ou automático de seis marchas.





O maior destaque do segundo Volvo S60 foi a tecnologia de segurança, principal especialidade da Volvo, como o City Safety, que incluía detector de pedestres com redução de velocidade ou frenagem automática para evitar colisão com o carro da frente.

A tecnologia não se limitou à proteção dos ocupantes e pedestres, com a inclusão posterior do detector de tráfego cruzado e de ciclistas. Chegou à motorização também. Primeiro com o sistema Start-Stop nas versões Drive-E, que desliga o motor nas paradas de trânsito.



Um face-lift, três anos depois do lançamento da segunda geração, aumentou os faróis e eliminou aquelas luzes de LED junto à grade, e também trouxe novidades na mecânica e na segurança, com direito a uma nova versão esportiva: a Polestar, inicialmente com motor turbo de seis cilindros 3.0 com 351 cv, substituído depois por um de quatro cilindros 2.0 biturbo de 367 cv. O motor de cinco cilindros a gasolina 2.4 voltou à linha na versão T5 com 254 cv. E o acabamento R-Design, antes restrito ao mercado norte-americano (quando tinha um 6 cilindros de 329 cv), tornou-se mundial na versão T6 com o 2.0 4 cilindros biturbo de 306 cv. O câmbio automático passou a ter oito marchas. Outra nova versão foi a Cross Country, uma série especial com suspensão elevada limitada a 500 unidades. Em 2015 foi lançado o Volvo S60L T6 Twin Engine PHEV (Plug-in Hybrid Eletric Vehicle), que combinava um motor 4 cilindros 2.0 a gasolina com um elétrico que podia ser carregado na tomada. mas era exclusivo do mercado chinês, onde também passou a ser fabricado, depois que a Volvo foi comprada pela Geely.



Terceira geração (2018)

Apresentada este ano, a terceira geração passa a adotar a plataforma modular SPA e elementos estéticos de seus irmãos S90, XC90, V90, XC60 e V60, como a grade mais vertical e recuada, faróis com luzes de LED em forma de T (o chamado Martelo de Thor) e traseira com lanternas em C com luzes formando um E, como no sedã maior. Só o perfil é mais esportivo, com teto mais arredondado e linha de cintura elevada.



Se o S60 anterior tinha botões no centro do console flutuante (o painel central era fino e curvo, abrindo um vão na parte de trás) na posição vertical, lembrando um controle remoto de televisão, o novo, seguindo a tendência da redução de botões de celulares, tem a tela vertical, como os irmãos. O City Safety agora também detecta animais de grande porte, como cavalos e bois (ou alces, comum nas estradas europeias, principalmente suecas). O Pilot Assist comanda a direção, aceleração e frenagem em estradas a até 130 km/h; aviso de saída de faixa com correção; alerta de tráfego cruzado com frenagem automática e sistema de entretenimento Sensus Connect com Android Auto, Apple CarPlay e navegador, entre outros.



Além dos botões, também foram eliminados os motores a diesel, pivô de escândalos de fraude no controle de emissão de poluentes por outras montadoras. Toda a linha terá motores a gasolina ou híbridos. E toda com o mesmo motor 2.0 turbo com injeção direta, que se desdobra em várias versões, como a T5, com 254 cavalos e a T6, com 320 cv. Associada a um motor elétrico, esta última versão, com sobrenome Twin Engine gera 344 cv. Na versão T8 Twin Engine são 410 cv. A esportividade com rodas escurecidas, spoilers, pinças de freio e cintos de segurança amarelos está no pacote Polestar Engineered e mais dez cavalos. O câmbio é automático de oito velocidades e, inicialmente, só as versões híbridas têm tração nas quatro rodas.






Se as duas primeiras gerações foram fabricadas na Suécia, Bélgica, Malásia e China, o terceiro S60, começará a ser produzido em Charleston, nos Estados Unidos, mais um país incluído no mapa de produção do sedã médio da Volvo. 

TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO