A Volkswagen, que só tinha no Brasil o Tiguan de primeira geração e o Touareg, de segunda, pretende lançar quatro novos utilitários por aqui até 2020: o compacto T-Cross, o médio-grande Tarek e o grande Atlas. E o quarto?

O quarto já está nas concessionárias: é a segunda geração do médio Tiguan, que era compacto e agora cresceu de tamanho, passando de 4,42 para 4,71 metros no comprimento, de 1,81 para 1,86m na largura e de 2,60 para 2,79m na distância entre-eixos. Só a altura que baixou de 1,70 para 1,66m. Ele ganhou linhas mais retas, muitos vincos e cantos mais vivos. A parte frontal, que mistura faróis e a grade de aletas perfuradas, é tão reta quanto o resto da carroceria. A traseira tem lanternas retangulares diagonais, com lentes em LED realçando um bumerangue quando acesas. No interior, o painel tem revestimento com toque macio, mas notei algumas folgas na montagem.


A nova geração do agora utilitário médio da Volkswagen está chegando ao nosso país, importada do México, na versão longa da plataforma modular MQB, pela primeira vez usada em utilitários (já está presente no Golf), chamada Allspace. Na Europa, ainda há uma versão compacta, de 4,49m de comprimento e 2,68m de entre-eixos, da qual o Guscar chegou falar na época do seu lançamento em 2015.

A carroceria Allspace permite a adoção de sete lugares, que reduzem a capacidade do porta-malas de 686 para 216 litros, mas oferece um bom espaço interno para as pernas, inclusive para quem vai na terceira fileira. No entanto, os dois lugares extras só estão disponíveis a partir da versão intermediária Comfortline 250 TSI, que, dando continuidade ao novo padrão de batismo pelo torque em Newton-Metro, estreado no Polo, usa um motor 1.4 TSI Flex, turbo e injeção direta, de 150 cavalos de potência e 25,5 kgfm. Nesta configuração só com cinco lugares o porta-malas tem capacidade para 710 litros, pois a ausência da estrutura da terceira fileira, mesmo rebatida, melhora o volume.


A versão básica tem o mesmo motor, mas atende simplesmente pelo nome de 250 TSI. Mesmo assim já traz de série câmbio automatizado DSG de dupla embreagem e seis marchas, seis airbags, controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas, Isofix com top tether, faróis de neblina com cornering light, detector de fadiga, monitoramento da pressão dos pneus, sensores de estacionamento dianteiros e traseiro, sensor de chuva, retrovisor interno eletrocrômico, freio de estacionamento eletrônico com Auto hold, volante multifuncional com paddle shifts, sistema multimídia Discover Media com tela de oito polegadas, Android Auto, Apple CarPlay e navegador GPS; ar-condicionado digital Climatic de três zonas, racks de teto, rodas aro 17, entre outros. Custa R$ 124.990. O único opcional é o teto solar elétrico, por 4 mil.


Além dos dois bancos extras na parte traseira, o Tiguan Comfortline 250 TSI adiciona faróis em LED com luzes diurnas também em LED, detalhes cromados, rodas aro 18, bancos em couro, assentos dianteiros aquecíveis, banco do motorista e retrovisores externos com ajustes elétricos e três memorias de posição, quadro de instrumentos com tela central colorida, mesas dobráveis traseiras tipo avião com porta-copos, câmera de ré e iluminação na região dos pés dos ocupantes da frente. Custa R$ 149.990 e também tem o teto solar como único opcional pelo mesmo preço.


A versão top do Tiguan AllSpace é a R-Line 350 TSI, com motor 2.0 turbo e injeção direta, com 220 cavalos de potência e torque de 35,7 kgfm, movido apenas a gasolina, o mesmo usado pelo Golf GTI. O câmbio DSG sobe para sete marchas e a tração passa a ser integral 4Motion. 

Só a R-Line tem para-choques de desenho diferenciado, grade frontal em preto brilhante, entradas de ar maiores, rodas aro 19, faróis com assistente dinâmico, volante em couro perfurado com base achatada e logotipo R-Line, bancos em couro Vienna com o nome da versão nos encostos, soleiras e pedaleiras em aço inoxidável, iluminação nas laterais de porta, quadro de instrumentos virtual Active Info Display de 12,3 polegadas, chave presencial, tampa do porta-malas com acionamento eletrônico, Park Assist 3.0, controle de cruzeiro adaptativo, sistema de frenagem automática pós-colisão, bloqueio eletrônico do diferencial, proteção proativa dos ocupantes, seletor de perfil de condução, monitoramento frontal com frenagem de emergência, entre outros. Custa R$ 179.900, mesmo preço do Honda CR-V, mas é mais caro que o Peugeot 5008 (R$ 168.490 a R$ 173.990) e o Chevrolet Equinox (R$ 137.490 a R$ 155.990).


Nas duas versões menos equipadas, é mais barato que o Honda e os Peugeot 5008 e 3008 (R$ 154.490 a R$ 159.990), mas a versão LT do Equinox é mais barata que a Comfortline. 

Segundo a revista Carro, a versão Comfortline 250 TSI acelera de 0 a 100 km/h em 9,54 segundos e retoma entre 80 e 120 km/h em 7,11 segundos. O consumo de 7 km/l na cidade e 8,7 km/l na estrada com álcool, é alto. A frenagem e o ruído a 80 km/h é de, respectivamente, 22,36 metros (muito boa!) e 59,1 decibéis. Perde em desempenho e consumo para o Peugeot 3008 e o Honda CR-V, mas ganha em frenagem e ruído dos dois modelos.


Já a versão R-Line 350 TSI chega aos 100 km/h em 6,8 segundos e passa dos 80 aos 120 km/h em cinco segundos. Números ótimos. O consumo de 8 km/l na cidade e 11,7 km/l na estrada, porém, embora melhor que a versão 1.4 e o Chevrolet Equinox, é alto. A frenagem é centímetros mais distante que o 1.4, com 22,7 metros, mas ainda melhor que os concorrentes. O ruído de 59,9 decibéis está no mesmo patamar dos rivais, com exceção do 3008, a quem supera. 


Acessível e com bons equipamentos na versão Comfortline 1.4 (250) TSI, mas melhor equipado e andando mais na versão R-Line 2.0 (350) TSI, o Tiguan Allspace, apesar do consumo alto, mostra que evoluiu em relação à geração anterior. Assim, a Volkswagen está bem servida de utilitários esportivos, a categoria da moda. E vai ficar muito mais quando chegarem os futuros novos modelos.


TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
DADOS DE TESTE: REVISTA CARRO