Criado para homenagear o saudoso tricampeão de Fórmula 1, Ayrton Senna, o McLaren Senna já está esgotado antes mesmo de começar a ser produzido. Todos os seus 500 exemplares, que ainda serão montados à mão num processo de 300 horas na fábrica da McLaren Production Center, em Woking, Surrey, na Inglaterra, já foram vendidos. 

O Senna (o carro) pode ser considerado o sucessor do também já esgotado P1 (falado no Guscar há cinco anos) e a "quarta" geração do F1, de 1991, este criado em parceria com a BMW. É o mais leve McLaren de "rua" já produzido, com 1.198 kg, graças ao uso do chassi em fibra de carbono. E a construtora garante que é seu o melhor carro de passeio de todos os tempos. 



Tem um estilo que lembra bem invocado, no qual os faróis são bem recuados em uma capela que reproduz os característicos conjuntos óticos da marca inglesa. Embaixo deles ficam as luzes diurnas de LED. Os vários vãos espalhados pela carroceria, principalmente no para-choque dianteiro, onde há um revestimento amarelo (cores do capacete do piloto), fazem pensar que o Senna foi construído com peças de Lego. Também foi apresentado na cor laranja, característica da McLaren, com o fundo protetor azul.


 A porta, aberta para cima, como asas de falcão, é envidraçada (na verdade, cristal) abaixo das janelas. Os spoilers dianteiros e traseiros e a asa traseira são móveis e se inclinam automaticamente conforme a velocidade e frenagem. Chegam a gerar um downforce de 800 kg a 250 km/h. A grade é em fibra de carbono, disfarçada na traseira horizontal, onde ficam as lanternas em LED ultrafinas.  


O interior reúne tecnologia e aparência de carro de competição. Há santantônios e bancos em concha, de competição mesmo. Todos feitos em fibra de carbono e revestidos em alcantara, assim como o painel, onde há apenas três canhões de difusores de ar, a tela multimídia vertical em um gabinete hexagonal com os comandos de ventilação, pendurado no centro e voltado para o motorista, e o quadro de instrumentos virtual retrátil, que quando abaixado, mostra um outro painel finíssimo, com informações básicas. 



O McLaren Senna tem motor central biturbinado V8 4.0 de 800 cavalos e 800 Nm de torque. A tração é traseira e a transmissão tem dupla embreagem e sete velocidades. Por padrão, ela é automática, mas a sua operação manual pode ser selecionada no Panel Active Dynamics na tela multimídia e o câmbio feito pelas borboletas atrás do volante de três braços e base horizontal. 

Testado e aprovado por Bruno Senna, sobrinho do falecido tricampeão, que também correu Fórmula 1 até 2014, o hiperesportivo acelera de 0 a 200 km/h em 6,8 segundos. Os 100 km/h chegam ainda mais rápido: 2,8 segundos. Já os 400 metros são cumpridos em 9,9 segundos. A velocidade chega a 340 km/h. 



O McLaren Senna está homologado para andar nas ruas. Mas foi desenvolvido mesmo para as pistas. Um dos 500 exemplares já vendidos foi leiloado, com o lance vencedor de 2 milhões de libras esterlinas (R$ 9,5 milhões), doados para o Instituto Ayrton Senna. Os outros 499 "sortudos" por poderem esgotar uma produção limitada antes de ser iniciada tiveram que desembolsar £ 750,000 (R$ 3,4 milhões).


Mesmo que a produção já tenha sido totalmente vendida, fica aqui o registro do hiperesportivo criado para homenagear o nosso segundo tricampeão de Fórmula 1, justamente pela equipe pela qual o brasileiro conquistou os seus três títulos, dos quais o primeiro vai completar 30 anos no final de outubro. 

TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO