Em 2017 fiz seis comparativos, um a mais em relação ao ano passado, mas longe da meta de um ou mais comparativos por mês. O primeiro do ano, em março, foi o Chevrolet Cruze Sport6, versão hatch do sedã da GM contra Golf e Focus. Foi o melhor aproveitamento do ano, com 87,1%.



Em abril foi a vez do Cruze sedã, lançado em 2016, ser desafiado aos seus principais concorrentes Toyota Corolla (já com o face-lift do ano passado), Honda Civic, Nissan Sentra e Ford Focus. Desta vez, não deu para o modelo da Chevrolet e o vencedor foi o Civic, com 78,3%.

Em junho, a Chevrolet venceu pela segunda vez no ano com a picape S10, que passou por um face-lift em 2016. Superou, na ordem Nissan Frontier, Volkswagen Amarok, Mitsubishi L200 Triton Sport, Ford Ranger e Toyota Hilux.

No mês de agosto o Take Up!, versão básica do subcompacto da Volkswagen sobrou contra Fiat Mobi e o Chery QQ. Pioneiro no segmento de utilitários esportivos compactos, o Ford Ecosport estava ficando para trás no mercado nos últimos anos com o surgimento dos novos concorrentes. Mas deu a volta por cima no comparativo de novembro, ao ficar em primeiro, à frente de oito concorrentes como Honda HR-V, Chevrolet Tracker, Hyundai Creta, Renault Captur, Nissan Kicks, Suzuki Vitara, JAC T40 e Jeep Renegade.

O ano foi fechado com a esperada vitória do retomado, renovado e renacionalizado Volkswagen Polo sobre o Fiat Argo e os líderes gerais de venda Chevrolet Onix e Hyundai HB20. 

Para 2018, o modelo de melhor aproveitamento volta a conquistar o título de Carro do Ano do Guscar. Assim, tecnicamente, o campeão é o Chevrolet Cruze Sport6. 


Março - Chevrolet Cruze Sport6 LTZ 1.4 Turbo (87%)
Melhor aproveitamento do ano


O hatch do Chevrolet Cruze, que manteve o sobrenome Sport6, foi lançado no final de 2016, mas só começou a ser vendido de fato em 2017. No seu comparativo, a versão top LTZ só enfrentou dois modelos, o Volkswagen Golf Highline 1.4 turbo e o Ford Focus Titanium Plus 2.0, porque o segmento está em decadência no Brasil.

Venceu com pouco mais de 87% de aproveitamento, totalizando 34 dos 39 pontos possíveis em 13 itens. Foi o melhor no desempenho, porta-malas, estilo e espaço interno. No câmbio, consumo, nível de ruído e assistência empatou com o Golf. E na lista de equipamentos com o Focus. Seu pior resultado foi no acabamento, único em que ficou com o terceiro e último lugar.


Entre os sedãs médios não havia nenhum modelo totalmente novo. Só o Toyota Corolla que passou por um face-lift em 2017 e ficou em quinto e último lugar com a versão Altis 2.0. O vencedor do comparativo do segmento foi o Honda Civic 1.5 turbo Touring, que somou 47 pontos de 60 possíveis em 12 itens, obtendo um aproveitamento de 78,3%.

Em segundo ficou o Ford Focus Titanium 2.0, em terceiro o Chevrolet Cruze LTZ 1.4 Turbo e em quarto o Nissan Sentra SL 2.0.

O Civic foi o melhor em desempenho, nível de ruído, porta-malas, estilo, acabamento e espaço interno. E dividiu o melhor consumo com o Cruze. Seu pior resultado foi no preço. 




A única picape média (ou seria grande atualmente?) realmente nova lançada em 2017 foi a Nissan Frontier. Tanto que a revista Autoesporte a elegeu como candidata única ao título de Picape do Ano. Mas aqui no Guscar, ela ficou em segundo no comparativo de junho, com seis participantes. Então vendida na versão única LE 2.3 turbodiesel, ficou a sete pontos da vencedora Chevrolet S10 e empatada com a Volkswagen Amarok 2.0 TDI, a qual superou por ter ficado com mais segundos lugares.

A S10 participou com a versão High Country, uma série especial promovida a versão permanente top de linha, com motor 2.8 Turbodiesel. Somou 64 pontos de 90 possíveis em 15 quesitos, ficando com um aproveitamento de 71%. Os outros três concorrentes foram, em ordem de classificação, a Mitsubishi L200 Triton Sport HPE 2.4, a Ford Ranger Limited 3.2 e a Toyota Hilux SRX 2.8.

A picape da Chevrolet foi insuperável no motor, desempenho e acabamento. Foi a única que não ficou em último em nenhum item, tendo o seu pior resultado na lista de equipamentos, na qual ficou a frente apenas da Frontier. 




No comparativo dos subcompactos, um segmento que não é muito forte no Brasil, o Volkswagen Up!, que passou por um face-lift no início de 2017, superou o Fiat Mobi e o Chery QQ, ambos lançados em 2016. 

Para dar mais equilíbrio ao confronto, coloquei o Up! em sua versão básica, a Take, com motor 1.0 sem turbo e injeção direta (MSI), poucos equipamentos e tampa traseira na cor da carroceria, contra a versão intermediária do Mobi, a Drive, única com motor de três cilindros, e a completa do chinês fabricado em Jacareí QQ, a ACT, que ficou em segundo lugar, no desempate por vitórias contra o Mobi. 

O Up! venceu com uma diferença de seis pontos sobre os rivais. Dos 36 pontos possíveis (3 pontos para o vencedor em cada um dos doze quesitos), o Volks somou 29, ficando com um aproveitamento de 80,5%. 

Motor, desempenho, nível de ruído, porta-malas, assistência e espaço interno foram dominados pelo Up!, que só se saiu mal na lista de equipamentos. 




Ultrapassado pelos novos concorrentes no crescente segmento dos SUVs compactos, o Ford Ecosport se renovou para dar a volta por cima. Ganhou nova grade, faróis, painel interno mais caprichado e equipamentos. Se o mercado ainda não deu a resposta, aqui no blog, o Ecosport reagiu e venceu oito concorrentes, entre eles os novatos lançados em 2017 Hyundai Creta, Renault Captur e JAC T40, o renovado Chevrolet Tracker e o nacionalizado Nissan Kicks. O Suzuki Vitara, lançado em 2016, também participou. 

O Ecosport somou 88 pontos, quatro a mais que o segundo colocado Honda HR-V Touring. Com 117 pontos possíveis, obteve um aproveitamento de 75,2%. O equilíbrio foi tanto que o utilitário da Ford só venceu no motor 2.0 Direct Flex (170 e 176 cv) e equipamentos de série. Foi bem em frenagem, assistência e espaço interno. Seu pior resultado foi um antepenúltimo lugar no porta-malas. 

Em terceiro lugar ficou o Tracker, seguido pelo Creta, Captur, Kicks, Vitara, T40 e Renegade. 




Produzido no Paraná de 2002 a 2014, na carroceria de quarta geração, o Volkswagen Polo ficou uma geração ausente do Brasil. Voltou a ser fabricado no país, agora em São Bernardo do Campo, São Paulo, na sexta edição, desde o ano passado. 

Já no mercado, comparei-o com o seu principal concorrente entre os novos hatches compactos, o Fiat Argo, e os líderes do segmento e do mercado geral: o Hyundai HB20 e o Chevrolet Onix, tricampeão de vendas. 

Deu o esperado. O Polo venceu, com o Argo em segundo, o Onix em terceiro e o HB20 em quarto. Mas a vitória não foi avassaladora. Para começar foram apenas três pontos de diferença sobre o Fiat. Com 38 pontos dos 48 possíveis (12 quesitos com quatro participantes), ficou com 79%. 

Tudo bem que o Polo venceu sozinho cinco itens (desempenho, consumo, ruído, assistência e equipamentos). No porta-malas só o Onix não tem 300 litros. E não ficou para trás em nenhum quesito. Seus piores resultados foram terceiros lugares no preço, motor, estilo e acabamento. Destes dois últimos eu esperava mais.  


Carro do Ano Guscar 2018 - Chevrolet Cruze Sport6


Com o melhor aproveitamento como vencedor de comparativo do ano (87,1%), a versão hatch do Chevrolet Cruze conquista o seu primeiro título de Carro do Ano do blog. Superou o Volkswagen Golf, que venceu esta premiação (ainda) informal em 2014, e o Ford Focus. 

O Cruze Sport6 chegou bem no início do ano, mantendo o nome da geração anterior e trazendo as mesmas versões (LT e LTZ), o motor 1.4 Turbo Flex (150 e 153 cavalos) e equipamentos do sedã. Só a grade e o para-choque que são mais agressivos para realçar o posicionamento mais esportivo do hatch. 


Importado da Argentina como o sedã, o Cruze Sport6 2018 ganhou ajuste de altura dos faróis e repetidores de seta nos retrovisores externos. A versão LT tem de série revestimento em couro dos bancos, assistente de partida em rampas, sistema de monitoramento da pressão dos pneus, ajuste de altura dos faróis, airbags frontais e laterais, câmera de ré com sensor de estacionamento traseiro, computador de bordo, sistema de som, rodas de aro 17, sistema Stop/Start (desliga momentaneamente a ignição em paradas para economizar combustível), MyLink com Android Auto e Apple CarPlay e OnStar, que, entre outras coisas, tem concierge e diagnóstico remoto. Custa R$ 93.990. 


A LTZ custa R$ 107.990 e adiciona airbags de cortina, luz de condução diurna em LED, teto solar, sensor de estacionamento dianteiro, sensor de chuva, sensor crepuscular, abertura das portas por sensor de aproximação na chave e partida por botão no painel, além de acionamento da ignição por controle remoto, retrovisores externos com rebatimento elétrico e aquecimento, retrovisor interno eletrocrômico, multimídia MyLink com GPS integrado, acabamento da grade e das maçanetas externas em cromo e rodas escurecidas.


Os atraentes assistente de permanência na faixa, alertas de colisão frontal e ponto cego, sistema de estacionamento semi-autônomo, farol alto inteligente, carregador de celular sem fio e banco do motorista com ajustes elétricos são opcionais, compondo o kit High-tech, que custa R$ 8,5 mil. 

Além do Golf e do Focus, o Cruze Sport6 enfrenta um processo de extinção da sua categoria com poucos lançamentos e a recusa de novos investimentos no Brasil. 


Outros vencedores:

2018 - Chevrolet Cruze Sport6
2017 - Não houve
2016 - Honda HR-V
2015 - Citroën C4 Lounge
2014 - Volkswagen Golf
2013 - Renault Fluence



TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO