Embora muito querido pelos norte-americanos, o Honda Accord nasceu no Japão, país de origem do seu fabricante, em 1976. No mesmo ano começou a ser exportado para os Estados Unidos, onde chegou a ser o carro de passeio mais vendido em 1992, 1993 e 1994.

Inicialmente era um hatch de duas portas, com 4,12m de comprimento e 2,38m de distância entre-eixos. A versão sedã de quatro portas só foi lançada três anos depois. Foi reestilizado em 1981, 1986, 1990, 1994, 1997, 2002, 2007, 2013 e agora em 2017. O Brasil recebeu todas a partir da quarta geração, sempre importado. Chegou a vir do México, mas hoje vem do Japão e, se a nova vier, será oriunda dos Estados Unidos, onde chegou a ser o mais vendido.


A cada renovação o Accord foi ficando maior e mais sofisticado. No entanto, a décima geração perdeu 1 cm em seu comprimento. Já está com 4,88m de comprimento e a distância entre-eixos em 2,82m. Além do original hatch e sedã, já teve uma perua e cupê. O novo estilo se assemelha um fastback, mas parece unir os formatos hatch, sedã e cupê em um só carro.


1a Geração - 1976




 A carroceria hatch original tinha 4,12m de comprimento e 2,38m de distância entre-eixos. O motor era 1.6 com câmera de combustão de turbilhamento controlado, representado pela sigla em inglês CVCC (Controlled Vortex Combustion Chamber), que dispensava o uso do catalisador. Rendia 68 cavalos. Tinha câmbio manual de cinco marchas, mas a transmissão automática tinha apenas duas velocidades.



A versão sedã só foi lançada em 1979, com a mesma distância entre-eixos, mas com comprimento de 4.34m. Ganhou motor 1.8 de 72 cavalos. Tinha a opção da direção hidráulica. Uma das versões do hatch era a luxuosa LX, que trazia ar condicionado, revestimento em veludo dos bancos e relógio digital. No final da vida da primeira geração foi lançada a versão SE, ainda mais luxuosa, com bancos em couro, vidros e travas elétricos, rádio toca-fitas e rodas de alumínio.


2a Geração - 1981  





 A segunda geração do Accord ganhou 7 cm no entre-eixos e 5 cm no comprimento. O hatch passou para 2,45m e 4,17m, respectivamente. O sedã chegou a 4,41m de comprimento. O motor 1.8 passou para 75 cavalos. O câmbio automático passou a ter quatro marchas. Em 1984 foi lançado o motor 1.8 sem o sistema CVCC, com potência de 86 cv e também com injeção eletrônica, que levava potência a 110 cv na versão SEi. A produção em Marysville, Ohio, Estados Unidos foi iniciada e o Accord se tornou o carro japonês mais vendido no país norte-americano. A versão norte-americana tinha quatro faróis e a japonesa apenas um par de faróis retangulares maiores. 


3a Geração - 1986





A terceira geração, caracterizada pelos faróis escamoteáveis, trouxe as carrocerias Wagon e Coupé, preparada para substituir o hatch, que continuou em produção. A Wagon tinha a tampa de vidro que ia até parte do teto. O comprimento da versão sedã chegou a 4,50m e a disância entre-eixos 2,60m. O sedã LXi ganhava teto solar, O motor passava a 2.0 com 110 cavalos, mas em 1988 chegou a 120 cv. No mesmo ano foi lançado o cupê de três volumes. Uma das novidades em equipamentos foi o sistema de áudio Bose com comandos no volante. 


4a Geração - 1990 (no Brasil em 1992)





 Nesta geração, a distância entre-eixos passava para 2,72m. O hatch foi descartado da linha. Já a Wagon (perua) assumiu um estilo mais conservador, com amplo vidro lateral para complementar o estilo. O Accord passou a ser o veículo de passeio mais vendido dos Estados Unidos em 1990, 1991 e 1992, ano em que chegou ao Brasil, importado do Japão. Os motores passaram a ter a cilindrada de 2.2 16v de 130 cavalos na versão top EX e 125 cv nas demais. O câmbio automático ganhou controle eletrônico. Entre as novidades de equipamentos destaque para os airbags, que tornaram os novos cinto de segurança automáticos dispensáveis, controle de velocidade e freios ABS. 


5a Geração - 1994





 A quinta geração foi a mais bonita de todas. Pela primeira vez, as dimensões encolheram 1 cm no comprimento e distância entre-eixos. A Wagon foi chamada de AeroDeck na Europa. Foi a primeira a ter barras de proteção laterais. Os motores chegaram a 130 e 145 cavalos. O mais potente ganhou comando variável de válvulas (VTEC), uma tradição da Honda. No Brasil, foi eleito o Importado do Ano em 1994, pela revista Autoesporte. Passou a ser fabricado também no México, de onde foi exportado para o Brasil. 



 Pela primeira vez, o Honda Accord ganhou uma carroceria exclusiva para a Europa, fabricada na Inglaterra. Chegou até antes da geração mundial, em 1993. 

 Em 1996, a quinta geração do Accord ganhava um face-lift que deixava a grade mais definida com moldura cromada. Foi adotado o motor V6 2.7 de 170 cavalos. A novidade em termos de equipamentos era o banco do motorista com ajustes elétricos. 


6a Geração - 1997 (no Brasil em 1998)





 A sexta geração passou a ter um estilo mais conservador, mas o cupê ganhou mais personalidade na traseira. A perua foi extinta. O motor de quatro cilindros passou a 2.3 e a potência subiu para 150 cv, com VTEC. O V6 aumentou a cilindrada para 3.0 e a potência chegou aos 200 cavalos. A lista de equipamentos passou a incluir travas das portas por controle remoto, airbags laterais, airbags frontais com sensor de passageiro para evitar disparo contra crianças, controle de tração, ar condicionado automático, tocador de CDs com disqueteira no painel e banco do passageiro com regulagem elétrica. 




 A segunda geração do Civic europeu tinha estilo mais arredondado (e agradável). A linha ganhou a inédita versão esportiva Type-R, com motor 2.2 de 220 cavalos. 


7a Geração - 2002 (2003 no Brasil)






A sétima geração voltou a ter estilo atraente, mas ainda conservador no sedã. Além da traseira, o cupê ganhou estilo esportivo também na caída do teto. O motor de quatro cilindros passou para 2.4 litros e a potência subiu para 160 cv. O V6 continuou com 3.0 litros, mas a potência chegou aos 240 cv. O câmbio automático ganhou mais uma velocidade, ficando com cinco. O Coupé tinha um câmbio manual de seis marchas. Na lista de equipamentos novidades como navegador GPS com comando por voz, rádio via satélite e ar condicionado digital. Em 2005 ganhou uma versão híbrida. 



 Na Europa, o Accord chegou à sua terceira geração. Desta vez, a novidade foi a versão perua, agora chamada de Tourer, inexistente na versão norte-americana da época. 


8a Geração - 2007 (2008 no Brasil)







A oitava geração já chegava a 4,93m de comprimento na versão sedã. O cupê tinha 4,84m. O motor 2.4 já rendia 180 cavalos para o sedã e 200 cv para o cupê. Já o V6 subiu para 3.5 litros e ganhou desativação de parte dos seis cilindros, cada um com quatro válvulas. A potência já estava em 273 cavalos. Na lista de equipamentos estrearam o Bluetooth, o leitor de MP3, ar condicionado dual zone, airbags de cortina e controle de estabilidade. Em 2011 ganhou um face-lift nos Estados Unidos. No Brasil foi vendido apenas na versão sedã, que trocou de origem com o CR-V, passando a vir diretamente do Japão, enquanto utilitário começou a vir do México. A versão básica do "nosso" Accord (LX) tinha motor 2.0 de 157 cv. O V6 3.5 veio para cá na versão EX, que não tinha o controle de tração oferecido nos Estados Unidos. 



 Face-lift modelo 2011





 Quarta e última geração do Accord europeu, nas versões sedã e perua (Tourer). 


9a Geração - 2013 (2014 no Brasil)





 A nona geração manteve parte do estilo e a plataforma anterior e ainda teve as dimensões reduzidas. Mais uma vez, para o mercado norte-americano foram lançadas as versões sedã e cupê. A versão europeia saiu de cena. O motor 2.4 ganhou injeção direta de gasolina, mas quando finalmente chegou ao Brasil teve a potência reduzida de 180 para 175 cavalos. Já a potência do V6 3.5 subiu de 273 para 280 cv. Nos Estados Unidos o câmbio das versões de quatro cilindros era CVT, mas para cá mandaram o automático de cinco marchas. Já o V6 tinha o automático de seis velocidades. Como novidades de equipamentos (pelo menos para os que chegaram ao Brasil, somente na versão sedã) tivemos o sistema multimídia, painel com duas telas, câmera de ré, câmera de ponto cego (ficava no retrovisor direito), assistente de partida em rampa, ar condicionado para o banco traseiro, entrada e partida sem chave e faróis com luzes diurnas de LED. Ganhou um face-lift em 2015, como linha 2016, adicionando itens como espelhamento do sistema multimídia com smartphones, rebatimento elétrico dos retrovisores e faróis full-LED. 




10a Geração (2017)



 Lançada agora em 2017, chegará ao mercado norte-americano no final do ano e, talvez, ao Brasil em 2018. O comportado estilo sedã deu lugar ao "cupê de quatro portas" ou fastback, para quem preferir. Tanto que o Coupé foi descartado até segunda ordem. O comprimento de 4,89m foi reduzido em 1cm, mas a distância entre-eixos subiu para 2,82m, a maior da história. As altas cilindradas e o V6 foram trocados pelo turbo, usado pela primeira vez no Accord. O 2.4 dará lugar ao 1.5 turbo do Civic, com potência elevada para 192 cavalos. O câmbio poderá ser manual de seis marchas ou CVT (continuamente variável). Já o V6 dará lugar ao 2.0 Turbo de 252 cv com câmbio automático de 10 marchas. E também haverá uma versão híbrida com motor elétrico e o único aspirado da linha: um 2.0. Como novos equipamentos terá quadro de instrumentos virtual, sistema de monitoramento da pressão dos pneus, controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, sistema de frenagem de emergência, alerta de mudança de faixa, sistema que reconhece a sinalização das vias, alerta de ponto cego, monitor de tráfego cruzado e sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, central multimídia conexão com a internet, carregamento de celular sem fio e o head-up display, que projeta diferentes informações no para-brisa. 

TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO