No final do ano passado, a Suzuki deixou de importar o hatch esportivo Swift, pouco mais de dois anos depois de voltar ao nosso país. A marca japonesa não confirma se o modelo não vem mais por falta de aceitação no mercado ou para esperar a nova geração, lançada recentemente no Salão de Genebra.

A sexta geração do hatch mais querido da marca japonesa, famosa também pelas suas motos e SUVs pequenos, aparentemente manteve a silhueta estilo "pagode" (aquelas casas chinesas) de gosto duvidoso das duas últimas séries anteriores. Só que evidentemente mudaram a grade (agora hexagonal), faróis (que agora são menores e com LEDs), linha de cintura (mais saliente), coluna lateral traseira (que vai até a metade, preenchida por um aplique plástico fosco, criando o efeito flutuante, com a maçaneta da porta embutida), lanternas (retas, mas ainda prolongadas até a lateral) e para-choques (o dianteiro mais recuado e o traseiro separado da tampa do porta-malas - no anterior o desenho era integrado).

Swift 2015

A plataforma é inteiramente nova, mais rígida, embora mais leve. O novo Swift mede 3,84m de comprimento, 1,74m de largura, 1,48m de altura (1,51m na versão com tração integral) e 2,45m de distância entre-eixos. No modelo recém-deportado do Brasil as medidas eram de 3,89m, 1,74m, 1,51m de 2,43m.

Swift 2015

O interior incorpora o estilo do crossover Vitara, com o seu painel horizontal, com duas saídas circulares no centro e gabinete central mais abaixo. O acabamento parece que ficou mais simples, mas combina melhor com o hatch compacto, que não tem, por causa do tamanho, o relógio no lugar do que seria o terceiro difusor e a tela de 10 polegadas. Quadro de instrumentos separados e volante com base reta dão o aspecto esportivo presente no lado de fora. Apesar da redução do comprimento, a capacidade do porta-malas subiu para 265 litros. Achou pouco? O modelo anterior tinha apenas 210 litros. O espaço para as pernas no banco traseiro também aumentou 20 cm, garante a Suzuki.


Swift 2015

Como todo carro renovado, a lista de equipamentos foi atualizada com itens tecnológicos como sistema multimídia com tela de toque de 8 polegadas, espelhamento, navegador, câmera de ré, sistema de entrada e partida sem chave, sistema de frenagem de emergência, alerta de mudança de faixa involuntária e piloto automático adaptativo, além de rodas de liga-leve de 16 polegadas e direção com assistência elétrica. 


O conjunto mecânico também foi aprimorado. O motor 1.6 16v de 142 cavalos da geração anterior foi aposentado. Em seu lugar entram o 1.2 de quatro cilindros aspirado de 90 cv e o 1.0 turbo com injeção direta BoosterJet de 111 cavalos, ambos a gasolina. O 1.4 turbo de 135 cv, usado aqui no Vitara e no S-Cross, deve ficar para uma versão apimentada posteriormente, mas a versão híbrida, que pode ser combinada com qualquer um dos dois motores citados inicialmente, já está disponível no mercado europeu para melhorar o consumo. O câmbio manual de cinco marchas é de série nos dois motores, mas o 1.2 tem a opção do CVT e o 1.0 do automático convencional de seis marchas. Já a tração integral é opcional nas duas motorizações. 


Swift 2015

As duas gerações da década de 1990 eram mais bonitas e atraentes, mas o visual estranho das últimas três edições deram uma identidade que o Swift precisava. Esta de 2017 pode ser feia, mas tem a atualização e ousadia necessárias que o japonês precisa para enfrentar a forte concorrência europeia, principalmente do conterrâneo Nissan Micra (ou March, como é conhecido aqui). E por enquanto, o nosso país vai ter que acompanhar essa briga de longe. 

TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO