Depois da discreta primeira geração, que chegou ao Brasil em 2006, o Kia Picanto tornou-se um objeto de desejo em sua segunda edição de carroceria, lançada em 2011. Desenhado pelo alemão Peter Schreyer, o subcompacto da marca sul-coreana renasceu com um estilo mais esportivo e ao mesmo tempo simpático, sem deixar de lado a praticidade do seu tamanho. Sua marca registrada era a grade em forma de "dente de tigre" (que chegou a ser usada no face-lift do primeiro Picanto) e os faróis grandes e espichados lateral adentro.



Picanto 2011 com face-loft, Na primeira foto, no alto, o Picanto 2006


Por um breve período, o sucesso se estendeu por aqui no Brasil, abrindo o caminho para os motores 1.0 de três cilindros (que já era usado a partir de 2008 desde o de primeira geração, em substituição ao 1.1) e compactos com câmbio automático (o de primeira geração também já tinha). Mas o aumento do IPI para 30% para os carros importados três meses depois do lançamento jogou uma ducha de água fria no modelo cujo nome sugeria apimentar o mercado e não aquela palavra indecente. E com isso, o Picanto ficou tímido em nosso mercado.

Picanto 2012

Agora em 2017, no último Salão de Genebra, a Kia lançou a terceira geração do Picanto (chamado de Morning em alguns mercados), que ficou ainda mais agressivo, mas não abandonou a sua identidade. A grade de tigre ficou maior, com tela de colmeia e agora se alinha aos faróis, que ficaram menos arredondados e passam a contar com luzes de LED. A logomarca KIA migrou-se para o capô. A entrada de ar no para-choque cresceu. Na lateral, a base das janelas é levemente ascendente na parte traseira. As lanternas, antes em formato de bumerangue, agora são em vírgula e a tampa traseira está um pouquinho mais plana. 



 A versão esportiva GT-Line tem detalhes vermelhos nos estribos laterais e nas entradas laterais de ar dos para-choques dianteiros e traseiros, além de contorno cromado nos faróis de neblina e escapamentos. As rodas são de 15 polegadas. Nas versões mais comportadas, têm 14".





O novo Picanto praticamente manteve as medidas da geração passada, como os 3.60m de comprimento, os 1,60m de largura e o 1,49m de altura. Só a distância entre-eixos aumentou 1 cm, passando para 2,40m. A capacidade do porta-malas subiu de 200 para 255 litros, podendo chegar até 1.010 litros com os bancos rebatidos.


O painel interno está mais horizontal do que antes, como nas saídas centrais de ar, que eram triangulares entre a tela multimídia. Esta agora está destacada logo acima, como tem acontecido em vários modelos recentes como os novos Ford Ecosport e Fiesta, Hyundai i30 e os Audi, BMW e Mercedes. Os difusores das extremidades, agora são ovais e verticais. O quadro de instrumentos não é mais individualizado: os mostradores passam a ficar agrupados dentro da capela, como no SUV Sportage. O volante agora tem miolo redondo e três braços, com o inferior vazado.


O sistema multimídia do novo Picanto terá espelhamento com Apple Car Play/Android Auto e câmera de ré. Também estão na lista de equipamentos acesso e partida sem chave e por botão, airbags laterais e de cortina e, como destaques, sistema de frenagem automática, alerta de mudança de faixa e carregador magnético. É a nova tecnologia autônoma chegando aos carros pequenos.



O motor tricilíndrico 1.0, com o que o segundo Picanto foi vendido aqui, continua, só que na Europa ele é movido apenas a gasolina e tem apenas 66 cavalos. Lá, também, haverá um 1.2 de 84 cv. Posteriormente será lançado o 1.0 T-GDI, com turbo, injeção direta e 100 cv. Todos têm câmbio manual de cinco marchas, mas o 1.2 pode ter câmbio automático de quatro velocidades como opcional. 



A boa notícia é que a Kia está homologando o novo Picanto para trazê-lo ao Brasil. A má notícia é que ele só deve chegar no ano que vem, quando acaba o Inovar-Auto e o super-IPI de 30% deixa de existir. É só o governo não aprontar mais uma. 


TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO