TEXTO: MÁRIO COUTINHO LEÃO | FOTOS: DIVULGAÇÃO

"Menos SW, mais SUV", foi o resumo que ouvi do gerente da concessionária que cedeu o carro para avaliação. Visual mais robusto e agressivo, nova plataforma (do crossover 225i e Mini Clubman), tração dianteira e a troca da transmissão ZF por uma Aisin, mantendo as oito marchas. E acredite: A lista de equipamentos de série é mais longa que o texto que eu tinha preparado para esta avaliação! O carro melhorou em quase tudo e nos pontos onde teria piorado, a diferença não é significativa. Vale a análise.

Embora o modelo já seja produzido no Brasil desde a primeira quinzena de março deste ano, o carro que avaliamos ainda é o trazido da cidade alemã de Leipzig e com motor "mono". A avaliação do flex fica prometida para o quanto antes possível. O X1 sDrive20i "básico" é oferecido por R$167mil. Com o pacote X-Line passa para R$180mil. Já a única versão com tração 4X4 fica nos R$200mil. Como os vendedores afirmaram que mais da metade das vendas são da "versão do meio", é com elas que demos nossas voltas.




Depois de ler a interminável quantidade de ítens de fábrica (clique e confira) saímos para o trajeto padrão do GUSCAR. Rodovia duplicada de asfalto excelente, topografia suave e curvas abertas (MG-050), depois uma rodovia de asfalto castigado, subidas, descidas e muitos caminhões ("MG-427, minha pista de teste"), finalizando com voltas rápidas em um famoso Kartódromo. Sim, castigamos o X1 pelo Triângulo Mineiro. Algumas situações no renovado X1 são surreais, como trafegar a 150 km/h em oitava marcha com o motor girando a  apenas 2.500 rpm e, ao soltar o acelerador, o carro rodar desengatado automaticamente entre 160 e 50 km/h. Este trecho foi suficiente para o computador de bordo apontar 15 km/litro de gasolina comum, mesmo número do meu Siena 1.0!


No trecho menos amigável o X1 mostra a tradicional solidez alemã, mantendo a integridade. O ritmo em linha reta é animador, lembrando a disposição da mítica Fiat Marea Weekend Turbo. Comparando os números de fábrica para a aceleração de zero a 100 km/h e a velocidade máxima, encontramos 7,7 segundos e 225 km/h no SUV e 7,4 segundos e 227 km/h na perua. Grande alento, não? Silêncio a bordo, boas ultrapassagens, muita estabilidade e o porta-malas de 505 litros para as viagens com a família são boas novas. Só andando forte é que a limitação da dupla "tração dianteira + transmissão Aisin" aparece frente à antiga configuração "tração traseira + transmissão ZF". Os pneus dianteiros sofrem, cantando mais que soprano em noite de estreia. Já o câmbio não apresente nem aceita reduções mais ousadas. Sinceridade, nada que desabone. Os puristas que me perdoem, mas este BMW é para quem nunca foi cliente da marca bávara. Tem a missão de agradar ao máximo possível, e consegue isso com razoável maestria.


Conectividade envolvendo telefonia, vídeos, música e geolocalização exigem certa perícia por parte de quem conhece pouco o sistema, meu caso. No fim do dia a convivência será pacífica, porém. Espaço interno ficou maior, agora que o conjunto motriz foi recuado em relação ao eixo dianteiro e não há mais a perda de área com o cardã e diferencial traseiro. Além do já citado porta-malas, o banco traseiro também foi beneficiado com a alteração mecânica. E a carroceria alargada em quase uma polegada permitiu um ligeiro acréscimo no espaço para os ombros. Os bancos creme complementam a habitabilidade.


Pouco antes da devolução do carro de teste conseguimos acelerar no travado Kartódromo, suficiente para aparecer 5,0 km/litro no computador de bordo... Ótimo comportamento dinâmico, com muitas intervenções do controle de tração e quase nenhuma do controle de estabilidade. Difícil reclamar de um BMW neste sentido, sendo o X1 tão previsível e controlável quanto um crossover 225i, por exemplo. Falando em 225i, é idêntico um dos acessórios mais curiosos: A projeção do logotipo da marca no chão ao abrir as portas. à noite o efeito é bem interessante. Agora é só esperar o flex nacionalizado para saber como ficará o mercado.