TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
DADOS DE TESTE: REVISTA QUATRO RODAS


Apesar do Etios e de negar o lançamento do compacto Yaris, a Toyota ainda tem um pouco de respeito pelo mercado brasileiro por trazer vários lançamentos mundiais rapidamente para cá. RAV4 (que ganhou um face-lift que ainda não veio) e Corolla são os últimos exemplos. Agora é a vez da sétima geração da Hilux, fabricada na Argentina.

O motivo é fácil de entender: a Hilux anterior já tinha 10 anos no mercado, inspirou a concorrência (leia-se Chevrolet S10 e Ford Ranger), que também evoluiu e a ultrapassou em modernidade. Assim, a outrora revolucionária picape da marca japonesa perdeu mercado e após apenas sete meses depois de apresentada na Tailândia e na Austrália, a nova Hilux já está à venda no Brasil. 



Curiosamente, uma década depois de modernizar o segmento, a Hilux ficou com desenho mais reto. Ela ficou mais próxima de um carro de passeio. No caso, o Corolla. A frente ficou com faróis e grade horizontais, sendo que esta mais pronunciada e com grossos filetes cromados. Também há o efeito do filete da grade invadindo os faróis. As luzes diurnas de LED, novidade na picape, são alinhadas com o filete superior. A lateral tem janelas retas, mas a parte vertical é levemente inclinada para a frente. A caçamba manteve as lanternas verticais e não há a identificação TOYOTA em grandes dimensões na tampa, que é limpa, apenas com as plaquetas cromadas de identificação.


A Hilux está sete centímetros maior em comprimento (agora com 5,33m), dois centímetros mais larga (1,86m) e 4,5 centímetros mais baixa (1,82m). A distância entre-eixos foi mantida em 3,08m. Mesmo assim, o espaço interno melhorou e o encosto do banco traseiro ficou menos vertical. O assento deste banco pode ser rebatido, como no Honda Fit, para a acomodação de cargas mais altas.


O interior melhorou bastante o acabamento, mas ainda continua com muito plástico duro. Já o visual é muito semelhante ao do Corolla: painel vertical de montagem, mas horizontal no desenho, difusores de ar finos e o pequeno relógio digital "anos 80" de iluminação azul no alto. A parte central, com a tela multimídia parece um tablet encaixado, mas é fixo porque também concentra a entrada do CD/DVD. Os apliques em imitação de fibra de carbono e preto brilhante fazem uma curva nos difusores das extremidades e na parte central, além de darem refinamento ao interior. O volante tem três braços e botões funcionais do computador de bordo e som. Entre os instrumentos há um display colorido de 4,2 polegadas. 


A caçamba da cabine dupla está 0,5 cm maior (1,53m), 2,5 cm mais larga (1,54m) e 3 cm mais alta (48cm). O apoio da tampa está equipado com placas de aço, em vez de fios. O objetivo foi oferecer mais durabilidade e resistência. A capacidade de carga é de uma tonelada.


A suspensão é independente com braços duplos triangulares, molas helicoidais e barra estabilizadora na dianteira e eixo rígido com molas semielípticas de duplo estágio na traseira, proporcionando uma dirigibilidade ainda mais confortável, reduzindo vibrações ao rodar em pistas irregulares em baixas velocidades, e ondulações, em média e alta velocidades. A evolução no sistema de suspensão também aprimorou a experiência off-road do veículo. Além de ter modificado as dimensões e a localização de algumas peças, como as barras longitudinais e os amortecedores, a Toyota elevou a articulação das rodas traseiras para 520 mm cada. A transferência de tração agora é acionada eletricamente, por meio de um botão giratório. 

O chassi da nova Hilux usa materiais de alta resistência e teve, em algumas partes específicas, incremento de 3 mm em sua espessura, reforçados pela solda. Os pivôs da suspensão também foram reforçados, o que, somado às melhorias promovidas na estrutura do veículo, elevaram a rigidez da nova Hilux, bem como sua durabilidade nas condições mais extremas. (últimos três parágrafos do Car.Blog.Br)



Por enquanto, a nova Hilux terá apenas o novo motor 2.8 diesel de quatro cilindros, com 16 válvulas, turbo de geometria variável e intercooler. Ele substitui o anterior 3.0, mas aumentou a potência em seis cavalos, passando a apenas 177 cavalos. O "apenas" é porque o motor da Chevrolet S10, de mesma cilindrada, tem 200 cv. O 2.7 flex só chega no ano que vem. O câmbio automático também é novo. Tem seis marchas e opção de mudanças sequenciais (mas só na alavanca). O manual também tem seis velocidades.


Há também dois modos de direção: Eco e Power. O primeiro suaviza a aceleração, adequando o curso do pedal do acelerador a uma condução mais econômica e, ao mesmo tempo, dosa o funcionamento do sistema do ar-condicionado. Já o Power realiza um ajuste fino do motor, de acordo com o ângulo do pedal do acelerador, proporcionando respostas mais rápidas. Este modo de condução é ideal quando o condutor enfrenta situações de ultrapassagem ou ainda quando o veículo transporta cargas pesadas por longos percursos ou aclives acentuados.


Segundo a revista Quatro Rodas, a nova Hilux acelera de 0 a 100 km/h em 13,9 segundos e retoma entre 80 e 120 km/h em 10,3 segundos. Ficou bem atrás da rival S10. Mas o consumo de 10 km/l na cidade e 12 km/l na estrada foi superior à Chevrolet. O mesmo se repetiu no ruído de 59,3 decibéis a 80 km/h. A S10 volta a ser melhor na frenagem: 28,8 contra 29,9 metros, mesmo com a Toyota oferecendo (alguns só na versão completa) controles de tração e estabilidade, sete airbags (frontais, laterais, cortina e joelho para o motorista) e cinco estrelas do Latin NCAP no currículo.


A Hilux 2016 está à venda nas versões Standard, SR, SRV e SRX, que passa a ser a nova top, todas de cabine dupla. Também há versões de cabine simples com caçamba e diretamente sobre chassi.

Esta última custa R$ 114.860, tem câmbio manual, grade e rodas de aço e traz de série ar condicionado manual, direção hidráulica, airbag de joelho, bloqueio do diferencial traseiro com acionamento elétrico e coluna de direção regulável em altura e profundidade.

Hilux Chassi

A Cabine Simples custa R$ 118.690, tem os mesmos itens do chassi e adiciona o relógio digital e o imobilizador por código eletrônico na chave. O Standard Cabine Dupla tem os mesmos equipamentos da cabine simples, mas seu preço dispara para R$ 130.960.

Hilux STD

A SR adiciona câmbio automático, rodas de liga-leve de 17 polegadas, grade cromada, faróis de neblina, vidros e travas elétricos, compartimento refrigerado no painel, computador de bordo, modo de condução ECO e Power, sistema multimídia com GPS, TV, DVD, CD, MP3 câmera de ré, Bluetooth, retrovisores elétricos e acionamento automático dos faróis. O preço já está em R$ 162.320.


A SRV sai por R$ 177.000 e acrescenta retrovisores externos cromados, ar condicionado digital de apenas uma zona, mas com saída de ar para o banco traseiro, freios com assistência, faróis com follow me home, tela colorida no quadro de instrumentos, controles eletrônicos de estabilidade e tração e assistentes de reboque e subida.


A SRX já está custando R$ 188.120 e completa com o sistema de entrada e partida (por botão) sem chave, banco do motorista com regulagem elétrica de inclinação, distância e altura, airbags laterais e de cortina e assistente de descida. Esses preços são apenas com a pintura branca. As demais cores, listadas abaixo, na ficha técnica, custam R$ 1.100. A Cabine Simples e o Chassi só têm nas cores branca e prata nevoa.


A sétima geração da Toyota Hilux não revolucionou o segmento como em 2005. Muito menos no estilo. Apenas se uniformizou com outros modelos da sua linha de veículos e se atualizou, com equipamentos tecnológicos de hoje, para enfrentar uma concorrência ágil, feroz e mais barata.


Concorrentes 
  • Chevrolet S10 2.8 turbodiesel 4x4 - R$ 105.290 (LS Cabine Simples manual) a R$ 160.990 (High Country automática) / S10 LT 2.8 4x4 Cabine Dupla - R$ 135.990 (câmbio manual)
  • Ford Ranger Cabine Dupla - R$ 123.000 (XLS 2.2 turbodiesel 4x4 manual) a R$ 160.900 (Limited 3.2 turbodiesel automática)
  • Volkswagen Amarok - R$ 106.990 (S cabine simples 2.0 TDI turbo manual) a R$ 158.990 (Highline 2.0 TDI biturbo)
  • Mitsubishi L200 HPE 3.2 diesel automática - R$ 148.990 
  • Nissan Frontier Cabine Dupla 2.5 diesel - R$ 113.990 (S manual 2,5 -163 cv) a R$ 151.890 (SL automática - 190 cv)


Pontos Fortes

+ Espaço interno 
+ Consumo
+ Ruído


Pontos Fracos

- Preço
- Desempenho
- Equipamentos interessantes só na versão top

FICHA TÉCNICA 

Origem: Zárate, Argentina
Motor: Quatro cilindros em linha, longitudinal, 16 válvulas, turbodiesel, common rail e intercooler, 2.755 cm³
Potência: 177 cavalos
Torque: 45,9 kgfm entre 1.600 e 2.400 rpm
Câmbio: automático de seis marchas
Tração: dianteira
Aceleração de 0 a 100 km/h: 13,9 segundos (revista Quatro Rodas)
Retomada de 80 a 120 km/h: 10,3 segundos (Quatro Rodas)
Velocidade máxima: não divulgada
Consumo: 10 km/l na cidade e 12 km/l na estrada (Quatro Rodas)
Frenagem 80-0 km/h: 29,9 metros (Quatro Rodas)
Nível de ruído a 80 km/h: 59,3 decibéis (Quatro Rodas)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 5,33/1,86/1,82/3,09 m
Caçamba: não divulgado
Tanque de combustível: 80 litros
Preços: R$ 114.860 (Cabine Simples Chassi) / R$ 118.690 (Cabine Simples) / R$ 130.960 (Cabine Dupla Standard) / R$ 162.320 (SR Automático) / R$ 177.000 (SRV) / R$ 188.120 (SRX)
Cores: Cinza Granito (grafite) / Prata Nevoa / Preto Attitude / Vermelho Volcano / Branco Polar (sem custo)

Depois do texto da nova Toyota Hilux vou entrar de férias até o final de janeiro, quando o Guscar volta com textos inéditos. Até lá farei uma série de retrospectivas e espero contar com a visita de vocês. 

Em meu nome e do colaborador Mário Coutinho Leão desejo a todos os leitores um Feliz Natal e um 2016 de muito sucesso.