TEXTO: WEVERTON GALEASE | FOTOS: DIVULGAÇÃO
DADOS DE TESTE: REVISTA QUATRO RODAS 

O Suzuki SX4 ganha o nome S-Cross e fica econômico para seduzir consumidores de SUVs compactos e médios. O visual mistura hatch e utilitário, com motorização menor, dimensões mais avantajadas e bastante tecnologia. O motor 2.0 litros passou para 1.6 e a velha tração integral agora é inteligente, podendo ser 4x2 ou 4x4, além de poder selecionar a melhor aderência para cada tipo de piso. Essas são as principais mudanças da nova geração do Suzuki SX4. 



Um dos principais itens do modelo, importado da Hungria, é o sistema de tração integral sob demanda, chamado de All Grip. Ele consegue interpretar o movimento do motorista ao volante combinado com o micro escorregamento dos pneus no solo e modula a distribuição de torque entre as rodas e o esforço ao volante. Se necessário a tecnologia ainda aplica frenagem de forma individual em qualquer uma das rodas para garantir aderência e tração. Ele ainda traz quatro diferentes modos. O "Auto" é o padrão e visa maior economia de combustível e automaticamente muda de 4X2 para 4X4, de acordo com as necessidades do terreno. Já o "Sport" otimiza as trocas de marchas e as características de torque do motor, dando um aspecto mais esportivo ao carro também transfere o torque para o eixo traseiro. O "Snow/Mud" é para pisos de baixa aderência, como neve, lama ou outras superfícies escorregadias. O "Lock" auxilia no extremo off-road quando o veículo está atolado na lama ao distribuidor de torque quase 50/50 entre o eixo dianteiro e traseiro.

A aparência externa é outra virtude do S-Cross. A frente traz faróis grandes com lentes translúcidas e grade frontal também avantajada, em formato de trapézio invertido, com o emblema ao centro. De lado é como se melhor percebe a altura do carro em relação ao solo. São quase 20 cm de distância, que parecem mais graças ao acabamento em preto fosco com uma parte prateada, que simula um estribo lateral. A traseira é simples e também protegida com revestimento de plástico, que a torna mais resistente a pequenos arranhões. O S-Cross ainda impressiona pelo seu baixo peso. São apenas 1.085 kg na versão de entrada e 1.190 kg na "top", recheada de equipamentos. A razão é o uso ostensivo de diferentes tipos de aços de alta tensão na carroceria e, também, o motor menor.


É aí que entra o "pacato" 1.6 litro de 120 cv a 6 mil rpm e 15,5 kgfm de torque a 4.400 giros. Ele toma o lugar do 2.0 litros de 145 cv e 18,7 kgfm que estava sob o capô do SX4. Ele trabalha em conjunto com uma transmissão manual de cinco marchas ou câmbio CVT com sete relações pré-definidas e paddle-shifts atrás do volante. 

Apesar do downsizing, de acordo com a marca japonesa, o S-Cross cumpre o zero a 100 km/h em 11,7 segundos 0,3 segundos a menos que o antecessor. Porém, a retomada entre 80 e 120 km/h em 10,7 segundos, segundo a revista Quatro Rodas só é melhor que a do Jeep Renegade 1.8 e do JAC T6 2.0.

O melhor retorno do downsizing vem mesmo do consumo de 11,4 km/l na cidade e 13,9 km/l na estrada: melhor que o Renegade, T6, Honda HR-V, Peugeot 2008, Ford Ecosport, Renault Duster e Chevrolet Tracker. A frenagem de 28,8 metros e o nível de ruído de 62,7 decibéis, ambos a 80 km/h, são medianos. Os números também são da Quatro Rodas.


O interior tem muita qualidade, com painel de revestimento frontal emborrachado e plásticos duros bem encaixados. O espaço interno para as pernas, no entanto, é mediano. Já o porta-malas de 440 litros só fica atrás do Duster (475 l) e do T6 (610 l).  





A missão de atingir a meta de vendas será das 54 concessionárias no Brasil e das quatro versões oferecidas do crossover por aqui. A "básica" é a GL 4X2, que sai por R$ 74.900. Traz câmbio manual de cinco marchas, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, airbags dianteiros, ar-condicionado, bancos com revestimento de tecido, rodas de 16 polegadas e rádio com Bluetooth. O preço sobe para R$ 88.900 na GLX 4X2, que começa a ficar interessante: adiciona botão de partida, transmissão CVT, ar-condicionado digital duas zonas, rodas de 17 polegadas controles eletrônicos de estabilidade e tração, além de assistente de rampas e seis airbags dianteiros, laterais e de cortina. A versão GLX também pode ser encontrada com o tração 4X4, de R$ 95.900. Além da tecnologia, ela traz ainda bancos e portas revestidos em couro.

O S-Cross ultrapassa a barreira dos R$ 100 mil na versão topo de linha GLS 4X4. Ela custa exatos R$ 105.900 e é a única a vir equipada com faróis bixenônio, teto solar panorâmico com dupla abertura e um sistema multimídia com tela sensível ao toque de 8 polegadas. O dispositivo parece um tablet acoplado ao painel central do carro. Lá é possível descarregar aplicativos Waze, Facebook, por exemplo para a memória do modelo por meio de conexão Wi-Fi. Mas só para aparelhos com Android.

 A meta da fabricante é emplacar 250 unidades por mês em 2015. O segmento pode até ter mudado, mas a 'pegada' off-road ainda está presente no S-Cross.

Pontos Positivos 

+ Estilo
+ Acabamento 
+ Consumo 
+ Disposição off-road

Pontos Negativos

- Motor
- Desempenho
- Preço na versão completa

FICHA TÉCNICA 

Motor: Quatro cilindros, 16 válvulas, transversal, gasolina, vvt, 1.586 cm³ 
Potência: 120 cv
Torque: 15,5 kgfm entre 1.250 e 4.400 rpm
Câmbio: Manual de cinco marchas ou automático CVT de sete
Tração dianteira ou 4x4 com sistema por demanda AllGrip
Aceleração de 0 a 100 km/h: 11,7 segundos (fabricante)
Consumo: 11,4 km/l na cidade e 13,9 km/l na estrada (Quatro Rodas)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,30/1,77/1,61/2,60 m
Porta-malas: 440 litros
Tanque: 47 litros
Preço: R$ 74.900 (GL 4x2) / R$ 88.900 (GLX 4x2 CVT) / R$ 95.900 (GLX 4x4 CVT) / R$ 105.900 (GLS 4x4 CVT)